Se há uma coisa que me entristece - e tristeza é um sentimento
que está muito além da raiva -, é saber, descobrir que algumas pessoas atribuem a
autoria de textos apócrifos a personalidades famosas, só para aparentemente dar
credibilidade ao que produziram em seu anonimato. E agem impunemente, despreocupadamente.
O caso mais recente aconteceu quando li no Facebook
(alô, Catiaho.Alc!) um texto atribuído ao padre Teilhard de Chardin, nome que ouvi
lá pelos idos de 1960, talvez por ser malvisto pela alta hierarquia da Igreja Católica.
Tenho por habito checar quem realmente é o autor
do texto que pretendo postar no Blogson. Tentando fazer o mesmo com o texto publicado a seguir,
descobri que Teilhard de Chardin foi um padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo
francês que tentou reconciliar a teoria da evolução com a teologia cristã.
Através
de suas obras, legou para a sua posteridade uma filosofia que reconcilia a ciência
do mundo material com as forças sagradas do divino e sua teologia. Disposto a desfazer
o mal entendido entre a ciência e a religião, conseguiu ser mal visto pelos representantes
de ambas. Muitos colegas cientistas negaram o valor científico de sua obra, acusando-a
de vir carregada de um misticismo e de uma linguagem estranha à ciência. Do lado
da Igreja Católica, por sua vez, foi proibido de lecionar, de publicar suas obras
teológicas e submetido a um quase exílio na China
Nem preciso dizer que com um “currículo” desses,
conquistou minha simpatia imediata. O problema foi tentar descobrir se realmente
escreveu as reflexões a seguir. E descobri que não escreveu. Parece que essas frases são geralmente atribuídas a
várias fontes na internet e seriam uma combinação de pensamentos modernos
sobre espiritualidade em contraste com a religião organizada. Foda!
Mesmo assim, são boas reflexões para um ateu católico
como eu. Lêaí:
A religião não é apenas uma, existem centenas.
A espiritualidade é uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.
Religião é para aqueles que precisam de alguém que lhes
diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para aqueles que prestam atenção
à sua voz interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade convida a raciocinar sobre tudo, a
questionar tudo.
A religião ameaça e assusta.
A espiritualidade dá paz interior.
A religião fala de pecado e culpa.
A espiritualidade diz: "Aprenda com o erro".
A religião reprime tudo e em alguns casos é falsa.
A espiritualidade transcende tudo, te aproxima da sua
verdade!
A religião fala de um deus; não é Deus.
A espiritualidade é tudo e, portanto, está em Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade une.
A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade é preciso buscá-la para crer.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade vive na Consciência…
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, sem desistir de nós.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.
A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive o presente.
A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião nos faz acreditar na vida eterna.
A espiritualidade nos torna conscientes da vida eterna.
A religião promete vida após a morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a
vida.
Engraçado, assim do nada me bateu uma saudade enorme de leitores que me divertiram, comentaram e se divertiram com o que eu publiquei e depois sumiram para nunca mais. Não vou citar nomes, apenas reproduzirei o título da da música composta pelo gaúcho Lupicínio Rodrigues: "Volta!"
ResponderExcluirNão basta a saudade dos que divertiram você, tem que aturar os que você não gosta, como eu. Ahahahah
ExcluirAcredite, eu sempre tive por você bons sentimentos (mesmo tomando algumas porradas e discordando de muita coisa que escreveu a meu respeito). Tenho por você o mesmo tipo de sentimento que tenho pelo Marreta: simpatia. Não somos amigos, às vezes me enfureço pelo que acabei de ler, fico puto, mas nunca senti ódio, nunca me senti inimigo de nenhum dos dois.
ExcluirNesse ponto vc me descreveu, porque eu sou exatamente assim
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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