Um dia, durante entrevista de algum
empresário de sucesso ou em alguma revista de negócios tipo Exame, eu ouvi ou li uma frase que me
marcou muito. É mais ou menos assim:
- “Não comece uma sociedade acreditando que o relacionamento com seu sócio vá melhorar com o tempo". Fiquei meio chapado com o que acreditei na época ser puro sarcasmo ou ironia. Não era, era apenas a mais pura e cristalina verdade. E cheguei a essa conclusão quando transpus esse pensamento para as relações afetivas de longa duração.
Hoje, percebo que em um casal, por mais carinhosos e amorosos sejam os parceiros um com o outro, o Tempo vai atuando sobre o relacionamento como a erosão que uma enxurrada provocada por chuva intensa faz com o solo por onde passa: lava a argila e areia soltas e vai deixando expostos os pedregulhos e as partes mais duras do terreno. Em outras palavras, os desentendimentos tendem a ficar mais ásperos, dolorosos e difíceis de anestesiar ou neutralizar.
Amanhã minha mulher e eu estaremos completando 47 anos de casamento. Se alguém perguntar se brigamos muito nesse tempo todo, direi que tivemos brigas homéricas, fenomenais. Poderíamos ter evitado algumas? Não sei, talvez sim, talvez não. Só sei que ela continua a ser a mulher da minha vida e que nunca chegamos ao “point of no return” de uma separação. Mas não foi mole, não foi mesmo.
Pensando nessas coisas, comecei a escrever frases soltas e curtas, que depois fui empilhando sem maior cuidado. Mas não é nem nunca foi um poema.
Somos um casal contratual
Podem chamar assim se quiserem
Pouco importa se fomos abençoados
Por um padre, pastor ou pai de santo
Se estivemos ou não sentados na frente de um juiz
De paz? Não sei. Temos uma desunião estável
E está certo que seja assim
Pois nos torna um casal contratual
Se um dia decidirmos nos separar
O código civil determinará que se faça a partilha
Do muito ou pouco que conquistamos juntos
A lei de Deus não contempla essa hipótese
A lei dos homens determina a divisão de bens
Mas quando surgirá uma lei que obrigue, que exija
Que se faça a soma ou multiplicação de sonhos e esperanças
Em um casal contratual?
- “Não comece uma sociedade acreditando que o relacionamento com seu sócio vá melhorar com o tempo". Fiquei meio chapado com o que acreditei na época ser puro sarcasmo ou ironia. Não era, era apenas a mais pura e cristalina verdade. E cheguei a essa conclusão quando transpus esse pensamento para as relações afetivas de longa duração.
Hoje, percebo que em um casal, por mais carinhosos e amorosos sejam os parceiros um com o outro, o Tempo vai atuando sobre o relacionamento como a erosão que uma enxurrada provocada por chuva intensa faz com o solo por onde passa: lava a argila e areia soltas e vai deixando expostos os pedregulhos e as partes mais duras do terreno. Em outras palavras, os desentendimentos tendem a ficar mais ásperos, dolorosos e difíceis de anestesiar ou neutralizar.
Amanhã minha mulher e eu estaremos completando 47 anos de casamento. Se alguém perguntar se brigamos muito nesse tempo todo, direi que tivemos brigas homéricas, fenomenais. Poderíamos ter evitado algumas? Não sei, talvez sim, talvez não. Só sei que ela continua a ser a mulher da minha vida e que nunca chegamos ao “point of no return” de uma separação. Mas não foi mole, não foi mesmo.
Pensando nessas coisas, comecei a escrever frases soltas e curtas, que depois fui empilhando sem maior cuidado. Mas não é nem nunca foi um poema.
Somos um casal contratual
Podem chamar assim se quiserem
Pouco importa se fomos abençoados
Por um padre, pastor ou pai de santo
Se estivemos ou não sentados na frente de um juiz
De paz? Não sei. Temos uma desunião estável
E está certo que seja assim
Pois nos torna um casal contratual
Se um dia decidirmos nos separar
O código civil determinará que se faça a partilha
Do muito ou pouco que conquistamos juntos
A lei de Deus não contempla essa hipótese
A lei dos homens determina a divisão de bens
Mas quando surgirá uma lei que obrigue, que exija
Que se faça a soma ou multiplicação de sonhos e esperanças
Em um casal contratual?
Parabéns, Jotabê! Pelos 47 anos de casório (é exatamente a idade da minha esposa). Pro bem e pro mal!
ResponderExcluirQuando fizerem 50 anos, as tais bodas de ouro, terá de haver uma puta festa!!! E eu quero ser convidado!!! E falo sério!!!!
Até lá já terei morrido...
ExcluirE não é força de expressão, é um sentimento (ou pressentimento) real, pois estarei com 75 anos e a erosão do Tempo terá se intensificado muito mais. Hoje, por exemplo tenho cada vez mais frequentes brancos de memória, lapsos que me irritam pra cacete. Fora a qualidade e inspiração decrescentes das bobagens que publico no blog.
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