É chato ser chato, é a conclusão a que cheguei depois de ler um artigo no site da revista Galileu. O título era muito atraente para alguém sem ter o que fazer e que sente a maior atração por cultura inútil (especialmente se abordada de forma supereficial) - “Estudo traça características de pessoas chatas; saiba se você é uma delas”
Aqui o sinal amarelo acendeu, pois realmente devo
ter o "gene religioso" e trabalhei muito tempo analisando dados, mas nunca curti
muito ficar vendo Sonia Abrão, Ratinho, João Cleber, Raul Gil e Silvio Santos.
Se ainda pudesse ficar vendo documentários sobre Egito antigo, leões caçando e
coisas do tipo, tudo bem. Mas, infelizmente, eu não tenho a força, ou melhor, o controle do controle remoto.
Voltando ao artigo, fiquei sabendo que “os empregos considerados mais chatos são:
analistas de dados, contadores, faxineiros e banqueiros”. Neste ponto sou
obrigado a dizer “me engana, que eu gosto!”,
pois comparar faxineiro com banqueiro é sacanagem. Até imagino o faxineiro
dizendo para o banqueiro:
- “Pois é, doutor, descobri que consideram nossos empregos os mais chatos”.
- “Errado, Deiverson, você tem o seu emprego mais chato e eu tenho o meu emprego mais chato, pois eu tenho um iate de 74 pés em Angra, e você?” (o banqueiro, além de chato pra cacete era também muito pedante e um pouco cruel).
- “Pois é, doutor, descobri que consideram nossos empregos os mais chatos”.
- “Errado, Deiverson, você tem o seu emprego mais chato e eu tenho o meu emprego mais chato, pois eu tenho um iate de 74 pés em Angra, e você?” (o banqueiro, além de chato pra cacete era também muito pedante e um pouco cruel).
- Ué, doutor, eu só tenho meus dois pés!
Ao equiparar profissões chatas com pessoas idem, o artigo capengou, pois cabe fazer a pergunta clássica: “o que o cu tem a
ver com as calças?” Os operadores de telemarketing deveriam ter
garantidos os melhores lugares do céu, mas serão necessariamente malas sem
alça quando estão fora de seus postos?
No meio da leitura, surgiu um convite sedutor, com a sugestão “saiba mais” - e o
assunto era outro artigo: "Pessoas que corrigem a
gramática dos outros são chatas, diz estudo”. Foi aí que eu dancei, pois o
novo artigo trouxe a informação de que “Quando
corrigimos os erros gramaticais alheios, não apenas podemos soar chatos como,
segundo um novo estudo, temos de fato personalidades menos agradáveis e
julgadoras”.
Nesse ponto fui obrigado a reconhecer que
sim, que devo ser um mala sem alça. Talvez até mais que isso, talvez um baú sem alça
ou, até mesmo, um container sem alça. E o motivo é o fato de não ter noção nem
filtro. Por exemplo (vou repetir um caso já contado aqui, prova de que sou
chato mesmo), como na vez em que fui a uma farmácia perto de minha casa e, na
hora de pagar, subi na balança ao lado do caixa. Ao ver o display mostrar meu
peso obsceno, comentei que aquela balança só me dava tristeza. A senhora que
estava no caixa (esposa do dono) sorriu e disse ter ficado muito feliz ao pesar
naquele dia. Distraidamente, perguntei:
- “A balança estava desligada?”
- “A balança estava desligada?”
Nem sei por que não tomei uma promoção de kit shampoo + condicionador
na cabeça!
- “Quem aquele filho da puta pensa que é?” E hoje, se eu pudesse responder, diria humildemente:
Podem acrescentar a "profissão" nessa lista.
ResponderExcluirErros de português também me incomodam muito, dá-me comichão de corrigi-los. E o maior erro de português de todos : a descoberta do Brasil.
E, sim, Jotabê, pode ter certeza disso, o bêbado mais chato é aquele que para de beber.
Vou ver se acho o tal artigo da mutação.
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2015/11/fenomeno-do-bebado-chato-pode-ser-resultado-de-mutacao-genetica.html
ExcluirRapaz, é por essas e outras que vivo propagandeando o papel terapêutico do blog! Graças às reportagens lidas, as lembranças e reflexões delas extraídas, agora eu posso afirmar categoricamente (falando sério!) que sou uma pessoa desagradavelmente chata e que tenta disfarçar sua inconveniência fazendo piadas idiotas e rindo de tudo como se hiena fosse. Eu já desconfiava, mas agora tenho certeza. E nem precisei pagar um colega do meu amigo GRF para descobrir isso. Talvez eu até volte a beber (bazinga!)
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