Imagino que todo mundo já ouviu um caso
engraçadinho envolvendo crianças que ainda estão aprendendo a falar. Nessa fase (especialmente as mais espertas e inteligentes) dizem comentam ou fazem coisas desconcertantes, surpreendentes,
hilariantes ou inteligentíssimas. Pena que quase nenhum pai ou mãe se disponha
a anotar essas pérolas de humor e graça infantil. Eu mesmo fui um desses.
Quando meus filhos ainda estavam na primeiríssima
infância - também chamada de “idade dourada”, na fase mais "tchutchuca" da vida,
diziam coisas que me faziam rolar de rir ou ficar de queixo caído. Pensei
muitas vezes em registrar esses casos, mas fui vítima de uma superstição idiota
que eu mesmo criei. Sabe Deus por que, sempre que eu pensava em anotar alguma
coisa dita por eles, tinha a sensação de que alguém morreria se eu fizesse isso. Precisa
dizer alguma coisa? Melhor não!
Hoje a idade de meus filhos varia entre 35 e
45 anos (pois é, Jotabê é quase uma múmia egípcia que esqueceram de guardar no sarcófago) e é
impossível eu lembrar os comentários e atitudes que me encantaram tanto naquela época. E só posso lamentar essa minha idiotice (na verdade, só mais uma das muitas já cometidas). Por
isso, eu sempre digo para meus filhos e noras que anotem as frases, comentários e reações inesperadas,
engraçadíssimas ou cheias de poesia que minhas netinhas à vezes dizem ou fazem.
Mas creio que não estou sendo ouvido.
Por isso, resolvi registrar aqui no blog um
micro caso, só por sua associação ao comentário engraçadíssimo feito por uma das noras, moça de
um senso de humor fabuloso. Segundo ela,
suas filhinhas estão na fase de se identificar com alguém ou alguma coisa, numa
mistura de brincadeira e fantasia. Quando uma delas, por exemplo, diz que é o “Chase” (personagem de desenho animado),
a irmã gêmea diz que é a “Sky” (outro
personagem do mesmo desenho). Às vezes identificam-se com as primas um ano mais
velhas que elas, etc.
E o caso mais recente é este: de tanto ouvir no carro as
instruções do GPS mandando “virar à
direita na rua tal” ou “virar à
esquerda em 100 metros”, as maluquinhas de três anos de idade começaram a
dizer que são “esquerda” e “direita”, brincadeira facilitada pelo fato de ficarem presas às cadeirinhas no banco traseiro. Imagino que a pronúncia correta seja "dileita" e "esqueda". Segundo minha nora, uma delas (a que fica sentada do lado esquerdo) é mais articulada e gosta de provocar a irmã (que reage, dando porrada). Assim,
ao dizer que era “esquerda” e ouvir a irmã dizer que era “direita”, reagiu: “direita eca!”.
Ao me contar esse caso, minha nora - que votou no Bozo e se arrependeu - assim
como eu fiz, comentou rindo:
- “Vê
se pode, agora as divergências ideológicas já estão acontecendo aos três anos de
idade!”
Rachei de rir.
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