sábado, 5 de março de 2022

DINOSSAUROS DO FUTURO

 
Descobri que sou um jumento, uma mula, uma besta quadrada quando o assunto é política. E minha ignorância chega a resplandecer quando se trata de política internacional. Graças à antipatia que sinto por várias personalidades públicas nacionais e internacionais, não tenho isenção nenhuma para fazer uma análise equilibrada do que rola pelo Brasil e o mundo. Justamente por isso, estou pouco me lixando para o que está acontecendo na Europa.
 
Não se trata de anestesia mental – pois é impossível alguém não se condoer com o sofrimento da população ucraniana. Meu problema é burrice mesmo, sou um jegue (sem seus decantados atributos) quando o assunto é política. Por isso, não sei quem é o herói nem quem é o bandido nessa história. Apenas acho estranho um país ser invadido por outro sob o pretexto que quiser. Se eu fosse ucraniano acharia que os russos estão errados, mas eu sou uma besta e, por isso mesmo, vou repetir: estou pouco me lixando para o que está acontecendo na Europa.
 
Em outras palavras, não me importo com quem está do lado do Bem e quem está personificando o Mal. Bem ou mal, as notícias e imagens do conflito Rússia x Ucrânia apenas reforçam em mim a descrença no futuro. Sincera e dolorosamente declaro não ter mais nenhuma esperança na humanidade. Por isso, acredito que nunca conseguiremos sair da "pré-história" emocional em que vivemos. Pelo contrário!

Nós somos os novos dinossauros do futuro. E se você, eventual leitor deste blog, estiver estranhando o pessimismo explícito destas palavras, pedirei que não se espante tanto. Acho até que posso citar alguns versos de “Eve of Destruction”, uma canção muito antiga gravada na época da Guerra do Vietnam (se precisar, o Google Translator o ajudará):
 
Ah, you may leave here for four days in space
But when you return, it's the same old place
The poundin' of the drums, the pride and disgrace
You can bury your dead but don't leave a trace
Hate your next door neighbor but don't forget to say Grace
 
Mas não quero terminar este “textículo” de forma tão sombria. Não existe o “Realismo mágico” na literatura latino-americana? Pois é, para diverti-lo, direi que o meu é uma espécie de realismo trágico. Fui.

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