domingo, 20 de março de 2022

O TEMPORA! O MORES! (A CULPA É DO BOLO!)

 
Bateu a maior azia depois de ler uma reportagem que meu filho me enviou. Queimação, náusea, tontura, falta de ar, senti tudo isso. E a culpa de tudo é um bolo, um filhadaputa de um bolo! Nem vou dizer mais nada, só transcrever a reportagem (fico até me perguntando se não é fake news!). Olhaí:
 
Padaria de SP muda nome de bolo ‘nega maluca’ para ‘afrodescendente’. O pedido para troca vem através de comunicado oficial do Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo
 
Na última quarta-feira, 16, a padaria Aveiro, que fica em São Paulo, comunicou a mudança de nome do bolo “nega maluca” para “afrodescendente”. Segundo a publicação divulgada, em agosto do ano passado, o estabelecimento recebeu um ofício do Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo, da Associação dos Industriais e do Instituto de Desenvolvimento de Panificação e Confeitaria. No pedido, a instituição falou para “se atentar aos novos comportamentos sociais”.
 
 “Nomes tradicionais antes vistos com simpatia não são mais aceitos e podem gerar constrangimento e acusações de crime racial, machismo, preconceito. Recomendamos a nossos associados a tomarem cuidado com nomes de produtos que podem ser mal interpretados”, disse o sindicato em comunicado à Aveiro, que informou, em suas redes sociais, ser um estabelecimento sem espaço para racismo.
 
O comunicado citava outros nomes tradicionais de doces como “teta de nega”, “língua de sogra” e “maria mole”. A padaria disse que os produtos seriam chamados, então, de “nhá benta”, “pão doce mole” e “sorvete mole”. O antigo bolo “nega maluca” também mudou de nome e se chama “bolo afrodescendente”.

 
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, comentou nas redes sociais com a foto do doce no intuito de ironizar a situação.
“Querem criminalizar bolos. Isso precisa acabar”, escreveu Camargo em um primeiro post. “Temos uma relação de afeto com esses doces. Fazem parte das nossas vidas. Basta de tanto mimimi. Ninguém aguenta mais” completou o presidente da Palmares.
 

Que posso dizer? Para eu concordar com um comentário feito pelo presidente da Fundação Palmares é porque a situação está mesmo feia! Só me resta fechar este post triste com uma frase milenar, dita pelo senador romano Marco Túlio Cícero:

O TEMPORA! O MORES!

 

4 comentários:

  1. Rapaz, eu vi essa reportagem na semana passada e pensei em colocar lá no Marreta. Mas gosto de pegar notícias absurdas, imprimir-lhes a visão do Marreta e torná-las ainda mais absurdas. Nesse caso, não tem como. Nem toda a minha habilidade para a sandice poderia tornar esse fato mais absurdo. E filho da puta, claro.
    Não vejo problema na maria mole; ainda se fosse mário mole, poderiam alegar broxofobia.
    Em tempo: eu, particularmente, nunca provei, mas tenho um amigo que adora uma teta de nega.

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    1. Amigo, gostaria muito de ler seus comentários sacanas e sarcásticos sobre essa notícia. Não deixe de fazer isso só por eu ter feito isso antes, pois o Marreta tem uma ironia incandescente que o Blogson nunca conseguiu ter.

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  2. Ah, e o dono da padaria disse que o pedido veio através de um ofício do Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo.
    Se nem maria mole pode mais, imagina só continuar chamando o padeiro distraído de queima rosca?

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    1. Conheço um casal que parece um arquivo de casos surpreendentes e engraçados (talvez um dia eu conte algum). Pois bem, o homem, bem mais velho que a esposa, está com Alzheimer. E isso provocou uma mudança curiosa na rotina de marido e mulher. Quando era lúcido e viril, só fazia sexo com a luz apagada. A esposa disse nunca ter visto o marido sem roupa. Hoje em dia, devido à doença e à velhice dos dois há necessidade de uma cuidadora – que ajuda a dar banho no homem. Sua esposa comentou com minha mulher que agora o marido nem liga de que as duas vejam “aquela minhoca murcha”. Taí, “minhoca mole” seria uma boa opção para “maria mole”!

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