terça-feira, 1 de março de 2022

ORORA ANALFABETA

O que mais me diverte no blog são os comentários inteligentes e espirituosos dos escassos leitores desta bagaça. E um deles foi feito pelo “Inominável Ser”, persona que bate ponto com alguma regularidade no blog de meu amigo virtual Ozymandias Realista. A propósito do post publicado aqui sobre a atropelada da língua portuguesa cometida justamente pelo secretário de cultura Mário Frias, finalizou seu divertido comentário com a engraçadíssima exclamação “Jênio!”
 
Coincidentemente ou não (fico mais com a segunda hipótese), ouvi no rádio um samba gravado pelo Jards Macalé, completamente desconhecido para mim e com uma letra pra lá de debochada, bem na linha da fala do secretário. Procurando na internet a letra e a música para um novo post do Blogson, descobri que ela teria sido originalmente gravada por Jorge Veiga, cantor de voz anasalada e que virou uma “piada interna” para um ex-colega de serviço.

Qualquer citação feita por esse colega - pouco importando o verdadeiro autor -, era atribuída a “Jorge Veiga”. Exemplificando: “Ser ou não ser, eis a questão (Jorge Veiga)”. Ou “Do alto dessas pirâmides... (Jorge Veiga)", etc. Eu rachava de rir das idiotices ditas com a mesma cara de gozador do Jorge Veiga. Por isso, resolvi publicar os dois links, para quem quiser ouvir a música, conhecer a letra e assistir a performance do Jorge Veiga em algum filme musical da década de 1950, por aí. Mario Frias também é cultura!
 

ORORA ANALFABETA
Eu conheci uma dona boa lá em Cascadura
Boa criatura, mas não sabe ler
E nem tampouco escrever
Mas ela e bonitona, bem feita de corpo
E cheia da nota, mas escreve gato com J
Escreve saudade com C
(Pra você ver)(Veja se pode ser)
Ela me disse outro dia que estava doente
Sofrendo do estrombo
Mas eu levei um tombo, cai durinho pra trás
(Isso assim já é demais)
Ela fala aribu, arioprano e motocicreta
Diz que adora feijoada compreta
(Ela é errada demais)
Vi uma letra O bordada em sua blusa
Eu disse: É agora!
Perguntei seu nome e ela disse: Orora
E sou filha do Arineu
(O azar é todo meu)
Compositores: Gordurinha / Nascimento Gomes
 



 


4 comentários:

  1. Uma música inspirada, mas que me dá uma espécie de meditação sobre o assunto. Pessoas como a da música tiveram poucos recursos para completar os estudos e a necessidade de trabalhar se tornou muito maior para poderem sobreviver. Outras que nasceram privilegiadas como o Mário Frias (ele nasceu e foi criado na Barra da Tijuca) cometem bizarros erros na pronúncia de nosso idioma por serem os verdadeiros ignorantes em nosso país: não dão valor aos estudos e encaram o fato de terem nascido ricas como uma "Dádiva Divina". É ingênua e inocente a repetição errada de palavras vinda de pessoas humildes, já me deparei com muitas escritas assim lá no YouTube. Mas, vinda de gente que estudou nas melhores escolas e universidades soa como estupidez preguiçosa de gente que não faz uso adequado dp cérebro, se é que possuam um.

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FOLHA DE PAPEL

  De repente, sem aviso nenhum, nenhum indício, nenhum sinal, você se sente prensado, achatado, bidimensional como uma folha de papel. E aí....