Depois do mais repulsivo corporativismo entre
dois blogueiros exibido nos comentários do post “Que história é essa, Jotabê?” e
da mais descarada puxação mútua de saco (no sentido apenas figurado, jamais no plano real, entende?),
achei que deveria dar um basta definitivo nessa situação pra lá de
constrangedora. E a solução nunca foi o silêncio obsequioso, pois no Blogson
Crusoe é assim: resposta grande vira post!
Meu amigo virtual Marreta fez este
comentário: “Rapaz, agradeço demais (de
verdade) o quase nível A de excelência. Mesmo nível atingido por você em suas
postagens memorialistas. Nunca te falei isso, mas tenho uma inveja do caralho
da sua memória, mesmo que muitas vezes as lembranças não sejam boas e, creio,
tragam certa dor.
Tenho
uma memória fraquíssima sobre os assuntos e a história da minha família.
Lembro, claro, dos meus avós e até de dois bisavós, de tios etc, mas não tenho
praticamente nenhuma história para contar deles, não me lembro de quase nada.
Por isso, me impressionam os seus longos e detalhados posts memorialistas”.
Antes de falar do elogio recebido, preciso
explicar o motivo do “quase nível A de
excelência” que atribuí ao blog A
Marreta do Azarão. Seria A total se ele não insistisse na postagem de fotos
posadas sob o título “Travessuras de
menina má”. O blog é dele e dele também é o direito de postar o que quiser.
Para mim, entretanto, as fotos têm um efeito altamente broxante e vulgarizam desnecessariamente o blog (para ser
sincero, quase tudo provoca hoje um efeito broxante em mim, mas isso não está em discussão e nem estamos no
blog do Marreta). Então é isso.
Quanto ao elogio que fez sobre meus dotes
memorialistas, a explicação é simples: sempre tive uma memória muito boa para guardar
coisas inúteis (verdade!) e zero memória para as úteis. Para piorar (ou
melhorar), minha memória sempre foi predominantemente visual, fazendo com que
eu seja (hoje em dia, o certo seria dizer “que eu fosse”) capaz de descrever pessoas,
objetos e sua localização espacial. Para exemplificar, uma vez pedi a um colega
que buscasse no arquivo da empresa uma revista técnica que tinha um artigo com
informações relacionadas ao trabalho que estava realizando. Identifiquei a revista
por uma fotografia e as cores que trazia na capa. O cara trouxe! E eu li novamente
um artigo que tinha visto uns quatro anos antes.
Além dessa memória bizarra, também sempre me
interessei por fotos antigas e casos e lembranças de parentes, interesse
facilitado por ter morado durante 24 anos na casa de minha avó materna e convivido
com oito tios pai, mãe, avô e avó. Para finalizar, quando comecei a registrar
esses casos, pedi “a little help from my
sister”, onze anos mais nova que eu e com memória mais fresca. Acho que é
por aí.
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