Gostaram do título? Afinal, se na Holy Bible encontra-se a "Parábola do Filho Pródigo", por que o velho e desidratado Blogson não poderia ter uma "Hipérbole do Filho Prodígio"? Afinal, neste blog tudo é meio curvo e torto, mas quase sempre (eu disse quase) tão elegante quanto as frases lidas nas paredes dos banheiros públicos. E nem venham de ah ah ah ou kkk porque hoje o choro é livre. E sério.
Depois de ter lido no Facebook um
artigo intitulado “Pais violentos deixam
danos por toda a vida”, comecei a pensar em meus filhos e no tipo de pai que
fui para eles. E me constrange dizer que não sei como eles conseguiram ser as pessoas
generosas, gentis e amorosas que sempre foram tendo em casa um pai de quinta
categoria para estragá-los. Não pretendo transcrever o artigo todo, mas só esta introdução já dá a pista:
"Nossa
vida social começa desde a infância, na companhia dos irmãos e dos pais, mas
são os pais que definirão nosso futuro. Por esse motivo, quando os pais
são violentos, definem padrões e condutas que irão nos afetar por toda a vida.
Você é um pai violento? Sabe como identificar um?"
E, por meu filho mais velho ter sido a maior vítima do meu
desequilíbrio emocional, pensei nele um pouco mais. Neste turbulento
2022 ele completará 46 anos, idade provavelmente maior que a da maioria dos doze
“amigos e amigas virtuais” do Blogson. E é estranho pensar nisso, pois ainda
outro dia eu me encantava e me surpreendia com as frequentes manifestações de
sua inteligência privilegiada já percebida desde quando ainda estava na primeira infância.
Embora sempre tenha suspeitado de sua provável genialidade,
nunca fiquei sabendo em que resultou o único teste de QI que fez, pois a
psicóloga que o aplicou é nossa amiga, ainda estava na faculdade e se recusou a
nos dizer o resultado, argumentando que ficaríamos muito convencidos se soubéssemos sobre o desempenho do nosso pimpolho.
Como isso nunca foi importante para nós,
talvez o tenhamos prejudicado ao não matriculá-lo em alguma escola para superdotados,
pois era assim que eu considerava uma criança multitalentosa que aprendeu a ler sozinha aos
quatro anos de idade.
Como incentivo, reconhecimento e prêmio por
essa genialidade multifacetada eu batia nele por qualquer motivo, na crença de
que é melhor uma criança ser espancada fisicamente que ser vítima da violência
psicológica causada pelos intermináveis sermões, admoestações e até esporros paternos que me
cortavam como navalha - seguidos pelos inevitáveis e odiados pedidos de
desculpas depois da tortura mental provocada (entendeu agora origem do estilo
confessional do Blogson?).
Já disse isso muitas vezes e repetirei
novamente: essas lembranças são feridas que não fecham, que nunca fecharão. Meu
filho diz que não se lembra de nada, mas coincidentemente nunca quis ter filhos.
Talvez ele tenha adormecido essas lembranças, mas eu me lembro. E me lembrarei sempre. E isso dói, dói
muito. Dói muito mesmo!
Complicado, meu caro. Nunca bati no meu filho (ainda), mas o "espanco" volta e meia com os tais sermões a que você se referiu ; alguns, vejo depois, até exagerados considerando a situação que os motivou. Evito pedir desculpas, tento ser mais moderado na vez seguinte, adequar mais a intensidade do sermão ao "crime" cometido.
ResponderExcluirPaus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras não podem me ferir, diz o ditado. Será?
Como eu disse, complicado.
Eu torço sinceramente para que você nunca "caia em tentação" e confesso que até hoje não sei como proceder. Minha sorte é que o filho mais novo já está com 35 anos (pois é...). O problema é quem hora que dá vontade de dar uns tapas. Birra, por exemplo, sempre me enlouqueceu. Mas a adolescência traz surpresas. Meu segundo filho sente até hoje a injustiça de um um único tapa na cara recebido de minha mulher. Motivo: estava namorando e demorou para voltar para casa. Ser filho é mole, foda é ser pai.E vice versa.
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