domingo, 7 de janeiro de 2018

¡THREE AMIGOS!

O texto a seguir foi encaminhado por e-mail a umas dez pessoas. O tema era a obviedade do que eu encaminhava, agravada pela falta de assunto (já naquela época!). Obviamente, ninguém respondeu ou comentou nada (ah, se eu já tivesse ouvido falar do whatsapp!). O motivo da ausência de respostas, claro, era a permanente “encheção de linguiça”, a necessidade obsessiva de me comunicar com alguém, de falar, falar, falar, o que prenunciava os posts do futuro blog, criado quatro meses depois. 

A curiosidade (para mim, obviamente), é descobrir que um ano depois escrevi um texto sobre esse mesmo assunto, publicado no blog com o título “Comigo não, violão!”. Como disse de mim mesmo uma vez, "poucos interesses, muita obsessão". Mas uma coisa eu tenho notado ao remexer nesses arquivos antigos: a sensação é que mesmo mandando e-mails para filhos e amigos eu escrevia como se falasse sozinho, tal como essas pessoas meio amalucadas que andam pelas ruas batendo altos papos com alguém que não está ali presente. Só mais um texto bobo para a blogoteca.


¡Three Amigos!  (07/02/2014)
Normalmente imagino um título meio ridículo para os textos que escrevo e encaminho a vocês. Neste caso, por serem três os personagens mencionados, fiquei sem saber que nome adotar. As primeiras opções que me ocorreram para o título são Trio Parada Dura,  Los Três Amigos ou Os Três Patetas. Para justificar essa indecisão, preciso apresentar o trio:

Conselheiro Acácio: é um personagem do livro “Primo Basílio”, de Eça de Queiroz. Antes que alguém se equivoque em relação à minha “cultura”, devo dizer nunca li esse livro. Fui apresentado ao personagem por meu grande amigo Pintão, ele sim, um cara culto. No dia em que citou esse sujeito, perguntei de quem se tratava. Aí ele me disse que era um personagem, blá, blá, blá. O Conselheiro seria um cara “formalista, metido a intelectual, dado a citações e autor de frases vazias e obviedades (ou platitudes)”. Mesmo fictício, deu origem ao adjetivo "acaciano", usado para designar “o discurso vazio, enfeitado, pomposo, mas sem conteúdo, beirando o ridículo”.

Mercúrio Chronos (o nome real foi alterado para publicação no blog): tempos atrás, fui ao “Laboratório Mercúrio Chronos” fazer algum exame de sangue e fiquei surpreso com a grande quantidade de quadrinhos pendurados pelas paredes. Esses quadrinhos continham pequenos textos do tipo autoajuda e eram assinados (ou assassinados) pelo dono do laboratório.
É incontestável o sucesso empresarial do cidadão Mercúrio Chronos, mas os textos produzidos por ele, pelamordedeus, eram muito mal escritos, traziam “verdades” simplórias, conselhos imbecis e outras bobagens acacianas (gostei desse adjetivo!). Parece que alguém de bom senso sugeriu a retirada dessas “maravilhas” (pelo menos a maioria). Pena que as pessoas ficaram privadas (eita palavra contagiosa!) das “lições” do “mestre”. Ainda bem.

O terceiro personagem é responsável por algumas “reflexões” de qualidade polar (abaixo de zero) e outras besteiras com que inferniza a vida de algumas pessoas (vocês, obviamente). Ah, esqueci-me de dizer quem é. Claro, quem se enquadraria nessa definição, quem poderia completar um trio tão distinto? A resposta óbvia é “Jotabê”, lógico.

Por isso, sugiro mais um título para este texto: Mercúrio Chronos, Conselheiro Acácio e Jotabê.  Acho até que daria para ser o enredo de um filme na linha do seriado Seinfeld, um curta sobre "nada". O problema seria a duração: após os letreiros iniciais, já apareceria a palavra "Fim", tão pobre e sem assunto o roteiro.

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