terça-feira, 2 de janeiro de 2018

PIRÂMIDE


A casa é cinza,
escura e silenciosa. O
corredor de acesso aos
cômodos é frio e estreito; mal
dá para uma pessoa caminhar sem
esgueirar-se de lado, colada a uma das
paredes mofadas. As portas que existem são
blindadas, com fechaduras sem puxadores ou maçanetas
e se fecham à medida que se caminha para o interior. As
paredes dos quartos formam com o piso e o teto um estranho
e opressivo tronco de pirâmide, arrematado por uma janela gradeada.
Que nunca é aberta. Sinto-me sufocado e tento dormir, na esperança de
que algum pesadelo me livre desta realidade sem saída.

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