Esta é uma história do tempo em que os animais não mais falavam. Sim, porque houve um tempo em que
todos os animais falavam! Linguagem fluente, vocabulário sofisticado,
altos papos. Isso poderia ser legal, mas a questão é que falavam
muito, o tempo todo. Rolava a maior fofoca, o maior disse me disse, quem comia
quem, etc. Além do mais, o problema é que cada espécie recusava-se a falar outra língua que
não a sua própria, criando com isso uma verdadeira pré-Babel.
Como ninguém se entendia mesmo, Deus ficou de saco cheio daquela zoeira e, irritado, cortou o barato da bicharada (Deus quando se irrita é pedreira!). Para acabar com aquela algaravia, fez com que as espécies passassem a emitir apenas alguns ruídos e sons esporadicamente, Obviamente, só inteligíveis entre os membros da mesma espécie. Abriu apenas duas exceções: deixou o dom da fala para o homo bíblicus e para as bestas quadradas, criados ambos à Sua imagem e dessemelhança.
Como ninguém se entendia mesmo, Deus ficou de saco cheio daquela zoeira e, irritado, cortou o barato da bicharada (Deus quando se irrita é pedreira!). Para acabar com aquela algaravia, fez com que as espécies passassem a emitir apenas alguns ruídos e sons esporadicamente, Obviamente, só inteligíveis entre os membros da mesma espécie. Abriu apenas duas exceções: deixou o dom da fala para o homo bíblicus e para as bestas quadradas, criados ambos à Sua imagem e dessemelhança.
Não demorou muito para
Deus concluir (sabe tudo!) que essas duas criaturas eram apenas
subespécies do que Ele mesmo convencionou
chamar de Homo Sapiens, o que facilitou muito o trabalho de classificação segundo o sistema criado milênios depois por Carolus Linnaeus, o velho e bom Lineu.
O maior dos problemas
advindos dessa junção é que as bestas quadradas, com sua natural vocação para se
comunicar usando linguagem engravatada, empolada e cerimonialesca começaram a botar suas manguinhas de fora e a se movimentar de forma seletiva. Templos, igrejas e igrejinhas tornaram-se seu ponto de atração, seu objeto de desejo.
Pelo prazer de sempre
se envolver em conchavos, negociatas e conversas de pé do ouvido, fizeram seus ninhos em gabinetes, palácios, paços e assemelhados, sempre confabulando. Por se
expressarem através de palavras de ordem, fazendo exortações, discursos e invocações, foram
ocupando postos chave e de liderança de todos os tipos, usando para isso
tribunas, púlpitos, tribunais, altares e estádios.
Espalharam-se como
praga por todos os lados, para todos os quatro cantos de um mundo redondo, sempre
fazendo a maior zona. Eis a razão de o mundo ser essa merda que é hoje.
Antes que ninguém me
pergunte, já informo: os últimos homo bíblicus foram extintos há dois mil anos, mas seus relacionamentos, suas muitas interações e intercursos com as bestas quadradas acabaram
gerando híbridos que compõem o resto da população que rala por aí.
E apesar de alguns dizerem que Deus é brasileiro, imagino que Ele tem dado pelo menos meio expediente em outra galáxia, em algum planeta que está começando, tentando não repetir seu pecado, ou melhor, seu vacilo original.
E apesar de alguns dizerem que Deus é brasileiro, imagino que Ele tem dado pelo menos meio expediente em outra galáxia, em algum planeta que está começando, tentando não repetir seu pecado, ou melhor, seu vacilo original.
Moral da história: Que moral, caramba?
Está pensando que isso aqui é fábula?
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