A PONTE
Além da experiência rodoviária, o Digão
trabalhou também na construção de pontes, inclusive fazendo parte da equipe que
iniciou as obras da Ponte Rio - Niterói. O caso a seguir relaciona-se com
outra ponte, de menor porte.
As fundações de alguns dos pilares da tal
ponte ficavam localizadas dentro do rio. Para a execução dessas fundações foram
feitos aterros provisórios, que avançavam para dentro da água, permitindo assim
o acesso de máquinas e a construção das bases e estacas em terreno mais seco.
Com isso, o rio ficava mais estrangulado e a água, consequentemente, passava
com maior velocidade no local. Foi também construída uma ponte metálica de
serviço, provisória, para facilitar o acesso de uma à outra margem.
Devido à distância da obra em relação às
cidades mais próximas, os engenheiros e todo o resto continuavam acampados nos
finais de semana, sem ter muita coisa a fazer, a não ser encher a cara.
O Digão foi um ótimo nadador em sua
juventude, tendo como rival nas piscinas o Fernando Sabino. Um dia, já de cara
cheia, apostou uma caixa de cerveja que saltaria da ponte provisória. Naquele
salta não salta, pegaram o carro e dirigiram-se ao local da ponte, ele e vários
outros, entre apostadores e curiosos.
– Quando
fomos chegando perto, o fogo já foi melhorando.
Desistir naquela hora seria a suprema
humilhação, apesar de todo o risco de vida embutido na ideia maluca de pular da
ponte.
– Quando
eu olhei aquela água passando lá em baixo, eu pulei o guarda-corpo, agarrei-me
à viga da ponte e fiquei pendurado ali, até não mais aguentar, quando
soltei as mãos.
Só conseguiu sair da água uns três
quilômetros rio abaixo.
– A
partir daí, foi um sucesso, cansei de ganhar apostas com os visitantes da obra.
Para grande alegria dos meus colegas de serviço, lógico.
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