quinta-feira, 24 de julho de 2014

TEIXEIRA SOARES 530 - 660

Em Belo Horizonte muitas ruas que tinham nomes simpáticos e até ingênuos receberam nomes de personalidades que os puxa-sacos da vez houveram por bem “homenagear”. Por exemplo: alguém sabe onde fica a “Avenida da Liberdade”? Atende hoje pelo nome de “Avenida João Pinheiro”.

E “Avenida Tocantins”? Hoje se chama “Assis Chateaubriand”. Muita gente, especialmente os mais jovens, não sabe quem foi essa “peça”. Assis Chateaubriand foi o maior empresário de telecomunicações que existiu no Brasil até a década de 1960, dono de mais de cem jornais, emissoras de rádio e televisão. Então o sujeito bem que merecia essa homenagem, não é?

Pode ser. Entretanto, lendo sua excelente biografia escrita por Fernando Morais (“Chatô, o Rei do Brasil”), verifica-se que ele era quase um gangster, um sujeito aético e amoral que passava por cima de quem ou o que ficasse na sua frente. Então, para o bem da moral e dos bons costumes, essa avenida nunca deveria ter mudado de nome? Para mim, a questão é outra. Se ela se chamasse “Avenida A” ou coisa parecida, até justificava-se a mudança. Mas ela já tinha um nome, pô! Para que mudar?

Por isso, acho total babaquice e falta do que fazer alguém que é pago para zelar pelos interesses do município e de seus eleitores ficar brincando de dar nome ou, pior, de mudar nomes já consagrados de ruas e avenidas e outras construções, como aconteceu há pouco. 

Recentemente, um bando de idiotas rancorosos resolveu mudar o nome do “Elevado Castelo Branco” para “Elevado Helena Greco”. Quando fiquei sabendo disso até espumei de raiva. Creio que a alegação para fazerem essa mudança ridícula e risível é o fato de Humberto Castelo Branco ter sido o primeiro general presidente depois do “golpe” de 1964. E daí? O nome já estava consagrado, consolidado!

Porque ninguém se interessa em corrigir excrescências como o que acontece com a "Rua Teixeira Soares"? Essa rua começa no bairro Floresta, é interrompida por um tanto de casas que nunca serão desapropriadas, tem um segundo trecho com apenas uma quadra – ou quarteirão – no início de Santa Tereza e um terceiro trecho que termina em uma rotatória, no meio do bairro de Santa Tereza. Se essa rua fosse interrompida apenas uma vez, os moradores até poderiam dizer – "Esse aqui é o módulo ‘Teixeira’, o número que o senhor procura está no módulo ‘Soares’”. Ficava até chique, concordam? Mas a rua tem três partes! Porque não usar esse tipo de situação para homenagear Dona Helena Greco, o palhaço Bozo ou quem quer que desejassem?

Antes de continuar, preciso fazer um parêntese: é “Golpe” ou “Revolução” de 1964? Se quiser ler o final deste texto, só amanhã (entendeu agora o título?). 

2 comentários:

  1. Isso deve ser para os vagabundos dos vereadores "justificarem" seus proventos. Se alguém perguntar a um desses desocupados o que ele fez durante seu mandato, ele fala dos seus importantíssimos projetos de lei para renomear ruas, parques e avenidas. Aqui em Ribeirão Preto há um belo parque, com muita vegetação, local para caminhadas, duas cachoeiras, um local que merecia o seu mais que adequado nome inicial : parque Curupira, há até uma escultura do personagem folclórico no centro de uma de suas praças. E não é que algum filho da puta de um vereador mudou o nome para Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali? Um dos maiores ladrões que já sentou seu traseiro sujo no paço municipal.
    A Marreta do Azarão

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    1. Com esse nome do prefeito, é de se pensar que o vereador provavelmente recebia jabá.

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