Tive ontem uma conversa surpreendente e
reveladora com um de nossos filhos. Depois que ele saiu fiquei pensando no que
ouvira. E resolvi mandar um zap para ele. A troca de mensagens que se seguiu me
fez tão bem que resolvi arquivá-la na blogoteca para que eu a pudesse reler quando estivesse me sentindo meio down. Se um dos dois leitores se
sensibilizar com o que foi escrito, ótimo.
- Você foi o menino mais doce, o filho mais
dócil que tivemos. Generoso, solidário, paciente, suavemente amoroso, dono de
um amor intenso, profundo mas não explosivo. Pensar que eu te provoquei
sofrimento mental em todos os milhares de vezes que briguei com sua mãe não me
causa vergonha, não me causa arrependimento. Quem dera o que estou sentindo
agora fosse só isso!
- Pai, vocês não me causaram sofrimento
nenhum, óbvio que isso causou medo. Claro, nenhuma criança quer a separação dos
pais, nenhum filho quer, mas quando digo que esperava que vocês fossem se
separar a cada grande briga, existia um misto de medo, mas de esperança de que assim
vocês ficassem em paz e felizes. Hoje obviamente percebo que isso não era
necessário para se atingir a paz, e que mesmo se isso ocorresse ela poderia não
vir (veja o exemplo do tio Edson).
- Como pude entristecer, magoar, tornar
insegura uma criança tão maravilhosa como você foi? Você e seus irmãos mereciam
um pai muito, muitíssimo melhor, menos egoísta, menos alheio e eu não merecia
os filhos maravilhosos que tive, que tivemos. Não vou te pedir perdão pelo que
fui, pois o rio passou. Mas queria muito ter te abraçado demorada e
amorosamente todos os dias. Beijão. Te amo!
- Quando
te mostrei essa parte da minha alma, não foi para te causar sofrimento. Pelo
contrário, foi para mostrar para você que você é importante para a gente sim,
como pai, como amigo, como marido. Eu quero você aqui com a gente, não quero que
você se vá nunca, nem a mamãe. Sei que isso é impossível, mas quero que vocês
tenham vontade de viver conosco o máximo que conseguirem.
- Eu tenho, a partir de hoje eu tenho. Beijão
e abração de três horas.
- Não
quero que você se prenda ao passado, ele é importante para mostrar quem somos hoje,
como chegamos aonde chegamos. Mas o passado jamais vai determinar nosso futuro.
Nosso futuro se faz nas escolhas do presente.
- Eu não pensava em fazer nada, nunca pensei.
Mas você me salvou de mim mesmo hoje.
- Só uma pergunta sincera. Você não tá
pensando em fazer nada não, né?
- Não entendi. Fazer o quê? Você tá falando
de morte? Não, claro que não! Quero ir à festa de quinze anos da Bia e da Cacá.
- Que bom. Fiquei preocupado com sua mensagem
- Eu só quero é ser feliz, andar
tranquilamente...
E aí começamos a falar de música, de festas e
o post acaba aqui.
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