A tradicional revista britânica The Economist é uma respeitadíssima
publicação de notícias e assuntos internacionais sobre economia. É
publicada sem interrupção desde 1843, ano de sua fundação. Entre seus
acionistas encontra-se o ramo britânico da família Rothschild de banqueiros. E
segundo Geoffrey Crowther, que foi seu editor de 1938 a 1956, "A The
Economist gosta de se imaginar como parte dos radicais. A posição histórica da publicação é o extremo-centro".
Com esse perfil, anualmente
divulga os resultados de sua premiação “The Economist’s country of the year”. Ao ler sobre a
premiação de 2023 na mídia brasileira, resolvi buscar por - precaução - a
reportagem original, que traduzi com a ajuda do poliglota Google, transcrita a
seguir. Para que não reste dúvida sobre a veracidade da tradução, transcrevo
também o artigo original, escrito na língua do Ray Charles.
O país do ano segundo The Economist
É possível implementar reformas econômicas
dolorosas e ainda assim ser reeleito
Os historiadores não olharão para 2023 como
um ano feliz para a humanidade. As guerras eclodiram, os regimes autocráticos
foram arrogantes e, em muitos países, homens fortes desrespeitaram as leis e
restringiram a liberdade. Este é o cenário sombrio do nosso premio anual de
“país do ano”. Se o nosso prêmio fosse a resiliência das pessoas comuns face ao
horror, haveria uma abundância de candidatos, desde os palestinos e israelenses
no seu amargo conflito até aos sudaneses que fogem enquanto o seu país implode.
No entanto, desde que começamos a nomear os
países do ano em 2013, procuramos reconhecer algo diferente: o local que mais
melhorou. A busca por um ponto positivo em um mundo sombrio levou alguns de
nossos funcionários ao desespero e propor Barbie Land, a utopia rosa fictícia
de um sucesso de bilheteria de Hollywood. Mas na vida real, existem dois
conjuntos de países que merecem reconhecimento.
O primeiro inclui lugares que resistiram ao
bullying por parte de vizinhos autocráticos. Não se pode dizer que a vida na
Ucrânia melhorou, mas o país continuou valentemente a sua luta contra a máquina
de guerra de Vladimir Putin, apesar da vacilação dos seus apoiadores
ocidentais. A Moldávia resistiu à intimidação russa. A Finlândia aderiu à
aliança da OTAN e a Suécia seguirá em breve. Na Ásia, vários países mantiveram
a coragem face à agressão chinesa, muitas vezes em colaboração com a América.
As Filipinas defenderam as suas fronteiras marítimas e o direito do mar contra
navios chineses muito maiores. Em Agosto, o Japão e a Coreia do Sul deixaram de
lado as suas queixas históricas para aprofundar a sua cooperação. O estado
insular de Tuvalu, com uma população de 11 mil habitantes, acaba de assinar um
tratado com a Austrália que protege a sua população contra as alterações
climáticas e inclui uma garantia de segurança para evitar que caia sob o
domínio da China.
O nosso segundo grupo de países defendeu a
democracia ou os valores liberais a nível interno. A Libéria, frágil e marcada
pela guerra, conseguiu uma transferência pacífica de poder. O mesmo aconteceu
com Timor leste, que manteve a sua reputação de respeitar os direitos humanos e
de ter uma imprensa livre. Em alguns países de média dimensão, como a Tailândia
e a Turquia, a esperança vacilou à medida que a oposição pressionava fortemente
para expulsar regimes autocráticos, mas esses regimes que resistiram nas
eleições distorceram-se a seu favor.
Três países destacam-se por voltarem à
moderação depois de uma caminhada pelo lado selvagem. O Brasil empossou um
presidente de centro-esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, após quatro anos de
populismo mentiroso sob Jair Bolsonaro, que espalhou teorias conspiratórias divisivas,
mimou policiais violentos, apoiou agricultores que incendiaram florestas
tropicais, recusou-se a aceitar a derrota eleitoral e encorajou seus devotos
para tentar uma insurreição. A nova administração rapidamente restaurou a
normalidade – e reduziu o ritmo do desmatamento na Amazônia em quase 50%. O
desempenho impressionante do Brasil foi manchado, no entanto, pelo hábito de
Lula de se aproximar de Putin e do déspota venezuelano, Nicolás Maduro. Com
isso, o Brasil fica de fora do prêmio.
The Economist’s country of the year
It is possible to enact painful economic
reforms and still get re-elected
Historians will not look back on
2023 as a happy year for humanity. Wars blazed, autocratic regimes swaggered
and in many countries strongmen flouted laws and curbed liberty. This is the
grim backdrop to our annual “country of the year” award. If our prize was for
the resilience of ordinary people in the face of horror, there would be an
abundance of candidates, from the Palestinians and Israelis in their bitter conflict to
the Sudanese fleeing as their country implodes.
Yet since we started naming countries of the
year in 2013, we have sought to recognise something different: the place that
has improved the most. The search for a bright spot in a bleak world led some
of our staff to despair and propose Barbie Land, the fictional
pink utopia of a Hollywood blockbuster. But in real life, there are
two sets of countries that deserve recognition.
The first includes places that have stood up
to bullying by autocratic neighbours. One cannot say that life
in Ukraine improved, but the country valiantly continued its struggle
against Vladimir Putin’s war machine, despite wobbling by its Western
supporters. Moldova resisted Russian intimidation. Finland joined
the nato alliance and Sweden will follow soon. In Asia a
number of countries held their nerve in the face of Chinese aggression, often
in collaboration with America. The Philippines defended its maritime
boundaries, and the law of the sea, against much bigger Chinese ships. In
August Japan and South Korea put aside their historical
grievances to deepen their co-operation. The island state
of Tuvalu, with a population of 11,000, has just signed a treaty
with Australia that insures its population against climate change and
includes a security guarantee to prevent it from falling under China’s thumb.
Our second group of countries defended
democracy or liberal values at home. Fragile,
war-scarred Liberia managed a peaceful transfer of power. So
did Timor-Leste, which maintained its reputation for respecting human
rights and a free press. In some mid-sized countries, such
as Thailand and Turkey, hope flickered as the opposition pushed
hard to eject autocratic regimes, but those regimes held on at elections skewed
in their favour.
Three countries stand out for turning back to
moderation after a walk on the wild side. Brazil swore in a
centre-left president, Luiz Inácio Lula da Silva, after four years of
mendacious populism under Jair Bolsonaro, who spread divisive conspiracy
theories, coddled trigger-happy cops, supported rainforest-torching farmers,
refused to accept electoral defeat and encouraged his devotees to attempt an
insurrection. The new administration quickly restored normality—and reduced the
pace of deforestation in the Amazon by nearly 50%. Brazil’s impressive record
was marred, however, by Lula’s habit of cosying up to Mr Putin and Venezuela’s
despot, Nicolás Maduro. As a result, Brazil misses out on the award.
Apesar da pisada no tomate dada pelo Lula ao aproximar-se
do Putin e do Maduro - fazendo com que a Grécia e não Brasil fosse eleita pela
revista o país do ano -, que mais eu poderia dizer depois desse artigo? Acho
que só exclamar “Chupa, Carlucho!”
Boa tarde:- CHUPA pode ter muitas interpretações.
ResponderExcluir.
Feliz Ano de 2024 para si e família.
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Poema: “ Sem pedras no caminho, feliz 2024 “
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Caro amigo Ryk@rdo, por ser homem de grande sensibilidade e português, talvez não esteja acostumado com o jeito avacalhado e debochado de boa parte do povo brasileiro (de que sou parte). Obviamente, expressões coloquiais e gírias do Brasil estão distantes de seu dia a dia. “Chupa!” é uma expressão surgida não faz muito tempo. Segundo o Dicionário inFormal (internet), essa expressão é usada como um tipo de deboche ou provocação. Equivale a “Toma!”
ExcluirE retribuo com imensa sensação de amizade os votos que me dedicou.
Não imagino a qual texto escrito por mim você se refere. O texto em português foi traduzido do inglês. Quanto ao que foi dito no texto original, sei não. Será que os jornalistas ingleses seriam enganados pela cambada do PT? O texto diz apenas que o Lula restaurou a normalidade e diminuiu o o desmatamento, enquanto as ações do Bozo já enlouqueciam pessoas como eu, que votaram nele e se decepcionaram. Acho o Lula um idiota, mas torço para que faça um bom governo para todo o povo.
ResponderExcluirDevo concordar com o Fabiano. O PT vende uma propaganda de que tudo está certo, melhorando. Ou melhor, compra espaços para fazer essa propaganda enganosa.
ResponderExcluirVai saber quanto os editores dessa revista não embolsaram.
Esse ano foi recorde em queimadas na Amazônia e pantanal, pode verificar se quiser, o u se tiver coragem.
Cadê o canastrão Leonardo do Capri, cada a débil mental Grega Thumberg?
Diminuiram as queimadas?
Jornalistas ingleses não vivem nossa realidade, Claro que são facilmente enganados. Nunca ouviu aquela expressão, pra inglês ver? Para inglês ver e para brasileiros que não querem ver.
O PT é o rei da propaganda do Estado. Assim como foram Hitler e Stálin.
O maior pecado de Bolsonaro? O maior tiro no pé dado por ele mesmo? Não dourar a pílula.
Quanto ao "consolo" da revista de " extremo-centro" (isso é sério?), um bando de isentoes e covardes, cito o grande Raul : "convence as paredes do quarto e dorme tranquilo, sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo.
Vocês podem estar 100% certos, mas eu continuo pensando que uma revista de renome mundial não iria pisar no tomate tão ingenuamente, Aliás, lembro também que há uma referência apenas à "volta da normalidade". Quanto às queimadas, não discutirei, por não ter informações a respeito. Apenas digo que o erro cometido por um não justifica o mesmo erro cometido por outro. A expressão "extremo centro" foi usada por um ex-editor da revista, que se aposentou em 1956. E para finalizar, deixo claro que não tenho interese em defender o Lula, meu negócio é atacar o Bozo pelo que fez e deixou de fazer. Sinceramente, não sei como podem existir pessoas que endeusam o Bozo. Para mim, o Mourão é tão de direita quanto ele, mas só o Bozo tem uma maldade intrínseca, só ele aparenta não ser uma pessoa psiquiatricamente saudável. Querem ser de direita radical? OK, mas descolem-se de um idiota que deixou milhares de pessoas morrer de Covid por conta de sua falta de compaixãoi e suas ideias pseudo-científicas.
ResponderExcluirhttps://crusoe.com.br/diario/a-espiral-antissemita-da-presidente-do-pt/
ResponderExcluirObrigado pelo link. Eu sou fã dos judeus e contra a visão bíblica da "terra prometida". A Crusoé se declara "uma revista direita e de direita" OK, mas pessoalmente sou contra qualquer tipo de polarização e/ou radicalismo. Por isso, preferia que ela se declarasse uma "revista direita e de centro". Se assim o fizesse como seriam as reportagens por ela publicadas?
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