O mote, o lema do Blogson Crusoe ao ser criado era “O blog da solidão ampliada”, por eu acreditar ser essa a sua sina. Depois, graças à visibilidade e influência do blog “A Marreta do Azarão” fui me alegrando ao ter contato com outros blogueiros que orbitavam o blog do Marreta. Assim, durante um bom tempo “eu fui feliz”, pois trocava mensagens com gente divertida, alguns posts que eu publiquei eram reproduzidos em outros blogs, etc.
Era uma noite fria e sombria em Airstrip One. A neve caía silenciosamente sobre os edifícios cinzentos e as ruas vazias. As janelas estavam todas escuras, exceto por algumas telas luminosas que transmitiam as mensagens do Partido. Era véspera de Natal, mas o espírito natalino estava ausente na sociedade controlada pelo Grande Irmão.
Winston Smith caminhava pelas ruas desoladas, seu rosto marcado pela fadiga e pela desconfiança constante. Ele não podia esquecer o que a data costumava significar antes da ascensão do Partido. A alegria, a família, a liberdade - tudo agora parecia um sonho distante.
Ao chegar em seu apartamento, Winston notou que uma figura solitária o aguardava na escuridão. Era Julia, sua companheira clandestina. Ela trouxe consigo algo que raramente se via naqueles tempos sombrios: um pequeno pinheiro, com alguns enfeites improvisados e uma luz fraca que piscava intermitentemente.
"Eu encontrei isso", disse Julia, sussurrando como se o simples ato de falar mais alto pudesse atrair a atenção do Partido. "Pensei que poderíamos ter um pouco de normalidade, pelo menos por uma noite."
Os dois começaram a decorar o pequeno pinheiro, compartilhando sorrisos furtivos e olhares cautelosos. Era um ato de rebelião, uma pequena brecha na constante vigilância do Partido. Eles sussurraram palavras proibidas, compartilharam memórias proibidas e, por um breve momento, sentiram a liberdade que só o Natal podia proporcionar.
Enquanto estavam imersos na criação de seu próprio mundo de alegria, uma voz ecoou na sala. "O que vocês estão fazendo aqui?" Era O'Brien, o rosto severo e os olhos penetrantes. A alegria que o pequeno pinheiro trouxe rapidamente se dissipou, substituída pelo medo.
"Você é um traidor, Winston," disse O'Brien. "O Partido não tolerará tal desvio do padrão estabelecido."
Julia e Winston foram arrastados para fora de seu refúgio temporário, levados para longe da única centelha de calor que encontraram naquele Natal. Enquanto eram escoltados pelas ruas frias e silenciosas, Winston olhou para trás uma última vez para o pequeno pinheiro, agora abandonado e apagado.
Naquela noite, enquanto as luzes brilhavam nos monitores do Partido e a neve caía sobre uma sociedade controlada, o espírito de resistência ainda queimava nos corações de alguns. O Natal pode ter sido suprimido, mas a esperança persistia, mesmo que apenas em pensamento.
Para quem não leu o livro (também ajudado pelo ChatGPT):
O'Brien e Winston são personagens do romance "1984" de George Orwell, publicado em 1949. Eles desempenham papéis importantes na trama, que se passa em um regime totalitário distópico chamado Oceania.
Winston Smith é o protagonista da história. Ele é um funcionário do Ministério da Verdade, encarregado de reescrever registros históricos para se alinhar com a propaganda do Partido. No entanto, Winston começa a questionar a autoridade do Partido e a se rebelar contra o controle totalitário, alimentando pensamentos subversivos e buscando formas de resistência.
O'Brien, por outro lado, inicialmente parece ser um colega de Winston, mas mais tarde é revelado como um membro de alto escalão do Partido Interior, totalmente dedicado ao controle e à manutenção do poder do Partido. Ele se torna uma figura central no processo de lavagem cerebral e tortura que Winston enfrenta após ser capturado por desafiar o regime. O'Brien é conhecido por seu papel ambíguo, pois inicialmente parece apoiar as ideias rebeldes de Winston, mas, na realidade, ele é leal ao Partido e ao Grande Irmão.
A relação entre Winston e O'Brien é complexa e simboliza a luta entre a individualidade e o controle totalitário, explorando temas de manipulação, autoridade, liberdade e resistência.
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