Eu creio já ter contado essa história aqui no
Blogson, mas não pude deixar de me lembrar dela ao ler no site A Marreta do
Azarão o post “Pau de Bêbado Não Tem Dono”, um texto literalmente do caralho,
com a ironia e o humor típicos da grife Azarão (a parte em que ele fala da
propaganda “boca a boca” é hilária).
A história é a seguinte: não sei mais se foi
na televisão ou no cinema que eu vi um dos filmes brasileiros mais divertidos
já produzidos. Na época em que foi realizado, os filmes brasileiros eram puro
lixo, as chamadas pornochanchadas, de péssimo e apelativo humor. Mas esse saiu
diferente, pois era um dos três episódios de um filme cômico, quase não tinha
diálogo e era (é) muito engraçado.
Só me dispus a assisti-lo depois de ler no
Pasquim uma entrevista com seu diretor (Anselmo Duarte, se não me engano), que fez um resumo do filme. A história
se baseava em um fato real, semelhante ao que foi narrado pelo meu amigo
virtual Marreta. Os atores eram o fabuloso Tião Macalé e a gigantesca Wilza
Carla (o pessoal das antigas certamente se lembra desses atores).
E a história é a seguinte: o franzino Tião
Macalé era casado com a montanhosa Wilza Carla. Ele, um sujeito galinha, sempre
atrás de um rabo de saia. Ela, uma dona de casa ciumentíssima que sempre
ameaçava emascular o marido por causa de suas traições. E uma navalha sempre
era exibida.
Um dia o personagem acorda com o pijama todo
ensanguentado e vê que a mulher tinha cumprido a promessa. Fecha um close na
cara do Macalé e ele sai gritando desesperado para o hospital. A cena seguinte
já é o momento em que acorda da cirurgia, com o médico perguntando se tinha
filhos. Ele responde que não, pois a “patroa” nunca quis ter. E quer saber o
motivo da pergunta:
- Infelizmente,
Sr. Fulano, o senhor não poderá mais ter relações sexuais.
- Como
assim doutor?
- O
senhor perdeu o pênis.
- Não
doutor, eu cheguei com ele aqui na mão!
-
Lamento, mas deve ter caído pelo caminho.
- Mas
não sobrou nem um toquinho?
- Lamento.
Os diálogos foram criados por mim a partir
das imagens surgidas na minha cabeça. E o Macalé sai correndo do hospital
tentando encontrar a “joia” perdida. Lembro-me de três cenas durante a corrida
desabalada do personagem.
Ele chega perto de uma velha senhora e faz
uma pergunta inaudível para o espectador, tendo como resposta:
- Ah,
meu filho, faz muito anos que eu não vejo um!
Na segunda cena a pergunta é feita a um homem
que, ofendido, bota o Macalé para correr. E a cena final da busca (filmada com
o auxílio de uma salsicha) acontece quando o personagem imagina ver o pau na boca de um cachorro, que
sai correndo quando o personagem tenta retomar o que lhe pertencia.
Nessa hora o filme corta para o Macalé
deitado na cama, vestindo o mesmo pijama da cena inicial, mas sem nenhuma
mancha de sangue. Olha para o criado mudo onde sempre ficava a navalha e vê um
barbeador elétrico. Todo aquele drama era só um pesadelo. E o filme termina com ele se barbeando e
dizendo:
-Viva o
barbeador elétrico, viva o Brasil!
Rapaz, esse filme me parece imperdível! Lembra o nome dele, para que eu tente achá-lo na internet?
ResponderExcluirEncontrei para você. O filme é de 1969 e chama-se “O Impossível Acontece” e o episódio do Macalé é “O Reimplante”.
ExcluirValeu! Vou tentar achar essa preciosidade para assistir!!!
Excluir