Às vezes os pensamentos ficam revoando em meu
cérebro tal como aviões em aeroporto movimentado, à espera de autorização para pousar. E o último pensamento que aterrissou foi este:
Eu fico impressionado com essa mania que o
brasileiro tem de usar palavras da língua inglesa sem necessidade, só para
parecer mais sofisticado ou menos pobre. Aliás, nem mania é, parece mais uma
obsessão, um deslumbramento. Se bobear, creio que até o pessoal da Esquerda mais radical (que normalmente
não tem nenhuma simpatia pelo pessoal do norte do continente americano) talvez ame utilizar “sale off”, “fine burguer”, “off
price” ou “outlet”.
É claro que “fine burguer” permite que se cobre por um bolinho achatado de carne moída quase o preço de uma propaganda da Friboi. Agora, “sale off”, “off price”, “outlet”? Porque o sujeito não fala logo
que tá com a mercadoria encalhada e precisa recuperar a grana (e mais um pouco) que investiu?
Porque não utilizar, por exemplo, “brechó”
(que veio de “belchior”)? Ou então, a
já consagrada “ponta de estoque”? Dá
a impressão que só loja mais popular utiliza “ponta de estoque”.
A propósito dessa última, um estudo de
autoria de um linguista renomado (cuidado com essa língua, pelamordedeus!)
sugere que a expressão originou-se em uma modesta loja de roupas femininas, por
conta de um funcionário bem apessoado e parecido com o Super-Homem – sem a
cueca por cima da calça, lógico – que tinha o sobrenome de Stock (ou Estoque).
Entre suas tarefas estava a de organizar nos fundos da loja as peças encalhadas ou com ligeiro defeito. Com o tempo, alguém notou que o movimento nesse setor era desproporcionalmente maior que no restante da loja. Então, quando chegava uma cliente meio velhusca, meio afobada e perguntava onde ficavam as promoções, já sabe: as vendedoras indicavam o fundo da loja e maliciosamente diziam entre si: – “mais uma que quer conhecer a ponta de Estoque”. E o nome pegou (tinha que pegar, pois ele era pegador).
(Para Jotabê essa explicação é verídica, até porque Papai Noel também acredita nela!)
Entre suas tarefas estava a de organizar nos fundos da loja as peças encalhadas ou com ligeiro defeito. Com o tempo, alguém notou que o movimento nesse setor era desproporcionalmente maior que no restante da loja. Então, quando chegava uma cliente meio velhusca, meio afobada e perguntava onde ficavam as promoções, já sabe: as vendedoras indicavam o fundo da loja e maliciosamente diziam entre si: – “mais uma que quer conhecer a ponta de Estoque”. E o nome pegou (tinha que pegar, pois ele era pegador).
(Para Jotabê essa explicação é verídica, até porque Papai Noel também acredita nela!)
(13/01/2015)
Boa
ResponderExcluirTodo mundo tem excesso de pensamentos na cabeça
Rapaz, eu TINHA, não tenho mais.
ExcluirRapaz, se ponta de estoque realmente for isso, eu abro uma exceção para a viadagem do anglicismo e passo a dizer outlet!
ResponderExcluirO povo da esquerda normalmente não gosta do pessoal do norte? Eles adoram! Morrem de tesão num ianque capitalista. Dizem não gostar do capitalismo por uma razão simples : não têm capital! São como a raposa que diz que as uvas estão verdes só porque não consegue alcançá-las, mas está a se babar de vontade por elas. Os esquerdinhas que eu conheço adoram, por exemplo, um iphone! Do qual, eles podem ficar o dia inteiro mandando seus torpedos engajados através das redes sociais e cumprinndo com seus papéis de justiceiros sociais.
A mulherada indo pro fundo da loja para conhecer a ponta do Stock, me lembrou o filme Zohan, com o Adam Sandler, no qual ele é um cabelereiro que dá um trato especial nas coroas.
Lembrou bem o filme! Eu acho o Adam Sandler um canastrão, mas as cenas que vi desse filme foram muito engraçadas
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