À medida que
envelhecem, é comum ver pessoas usar expressões do tipo “no meu tempo é que era bom”, “porque
na minha época...”, carregadas de nostalgia, de saudade e por aí.
Fiquei
pensando sobre isso outro dia, depois de ler que o Ziraldo (81), o Zuenir
Ventura (82) e o Luis Fernando Veríssimo (77) estão escrevendo um musical sobre
a velhice. Nas palavras de Ziraldo, “nenhum
velho tem a noção do que é a velhice” e disse ainda: “conversamos muito e chegamos à conclusão de que não nos sentimos velhos”.
Bacana.
Bom, falar de
velhice ou de religião comigo é o mesmo que falar de droga com um viciado: a
reação é imediata, não resisto a comentar e fazer alguma teoria tipo "macarrão instantâneo" (aquela
que é formulada em três minutos e o resultado é sempre uma merda). Aliás,
descobri que, apesar de minha ascendência "toscana" (é que eu sou meio toscão...), devo ter também algum gene originário da França, pois, segundo o Paulo Francis, “francês sem
teoria é que nem pai de santo sem terreiro”. Daí...
Bom, a minha
teoria (muito particular, diga-se) é a seguinte: EU não tenho nenhuma nostalgia
do passado. É claro que tenho saudade ou sinto falta de algumas pessoas que “não vou tocar além da lembrança” – meus
pais, tios, etc. (não sou tão sociopata de não sentir nada). Mas a nostalgia
que eu tenho mesmo é de mim, só de mim, ou melhor, do que não fui (e deveria ter
sido), do que não fiz (e deveria ter feito) – ou o inverso disso.
Já que citei uma
música (“No céu com diamantes”),
usarei outra (“Jura Secreta”) para
explicar de forma mais poética essa sensação:
“Nada do que posso me
alucina tanto quanto o que não fiz”.
(03/10/2014)
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