quarta-feira, 2 de novembro de 2016

RISOTO

Outro dia, vi o final de uma entrevista dada pelo físico Marcelo Gleiser à Ana Maria Braga. Fiquei chapado com o que ouvi. Respondendo a alguma pergunta da mãe do Louro José, o físico disse que “pela tecnologia atual” e pela área cultivável disponível, a população máxima que a “nave nossa irmã” suporta (ou comporta) é de doze bilhões de pessoas, “desde que sejam todos veganos”. Caso queiramos “assar uma carninha em cima da laje" (ele não disse dessa forma), a população máxima cairia para uns dois, três bilhões. Acontece que a população atual já é de seis ou sete bi!

Comentei com um dos filhos sobre essa visão do apocalipse e fiquei ainda mais chapado, pois o assunto foi mudando para o desperdício de alimentos. Contou-me que depois de ter lido ou ouvido alguma coisa sobre os alimentos que se perdem, não deixa mais nem um único grão de arroz no prato. E começamos a fazer contas.

A população atual do Brasil é estimada em 210 milhões de pessoas. Agora, imagine que cada brasileiro, por qualquer motivo que seja, descarte, não consuma ou desperdice um único grão de arroz por dia e pergunte-se o que isso representa em quilos. Não precisa pesquisar na internet, pois já fiz isso. Agora, apoie-se no fogão (desligado) para não cair duro:

Um grão pesa 0,02 gramas; logo, 210 milhões pesam 4.200 quilos. Esse é o desperdício diário estimado se cada brasileiro deixar apenas um mísero e solitário grãozinho de arroz no prato. Quatro toneladas por dia! E você ainda fica fazendo aquela chuvinha brega de arroz no final de cada casamento a que é convidado!


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