Se alguém me perguntar - apenas a título de
cumprimento - como vou indo, é bem capaz de eu ficar tentado a explicar. Porque eu
sou um sujeito que explica. Explica o que ninguém perguntou, explica o que não
interessa a ninguém e, principalmente, explica o que não tem nenhuma obrigação
de explicar. Imagino que tenha carência de aprovação, o que venhamos e
convenhamos, é um traço bastante infantil. Mesmo assim, sinto-me novamente
tentado a me explicar.
Quando lerem este
post os ateus rir-se-ão de mim, os evangélicos me odiarão e os católicos
carismáticos desejarão que eu seja excomungado (não creio que algum evangélico
leia o Blogson, mas, vá saber!). E tudo isso por causa de uma piada, um cartoon
que me ocorreu, pois o tema é Deus. Melhor dizendo, é deus, assim no minúsculo.
Como sabem as pessoas que eventualmente leem
este blog, sou católico praticante. Mas não tenho nenhum problema com piadas
sobre o cristianismo. Algumas são muito boas, super engraçadas e bem boladas.
Um exemplo do que eu digo é o site "Um Sábado Qualquer". O
autor está na faixa etária de meus filhos e algumas tiras são simplesmente geniais.
O problema surgiu depois que visualizei todo o desenho pretendia fazer. Como já disse antes, eu preciso mais de Deus do que ele de mim. Pode até ser que Deus não exista - como muita gente acredita. Nesse caso, talvez eu tenha o "gene da religiosidade". Um dia saberei se estou certo ou errado. Até lá, continuarei crendo em Deus, e pronto.
O problema surgiu depois que visualizei todo o desenho pretendia fazer. Como já disse antes, eu preciso mais de Deus do que ele de mim. Pode até ser que Deus não exista - como muita gente acredita. Nesse caso, talvez eu tenha o "gene da religiosidade". Um dia saberei se estou certo ou errado. Até lá, continuarei crendo em Deus, e pronto.
Por isso, de repente, com a piada, bateu um sentimento de
culpa, de pecado, o medo de estar blasfemando. Afinal, pode parecer bizarro ou
ridículo para quem é ateu, mas quando rezo (ou oro), eu louvo a Deus e agradeço
as bênçãos e graças que recebi ao longo de minha vida (mesmo sentindo que não
as mereci). E se alguém ainda duvidava de minha fé, agora quebrou a cara. Culpa,
pecado? Só cristão sente e pensa nisso.
Pois bem, o fato é que realmente fiquei
totalmente inseguro quanto à ideia de divulgar ou não o cartoon. Aí precisei
racionalizar para acalmar o espírito. E me lembrei da "mãe do juiz" (de futebol), aquela
que é mais xingada que alguns políticos envolvidos com o Petrolão. A diferença
entre a mãe do juiz e um político corrupto é essa: o ladrão é sempre real,
enquanto a mãe ofendida é só virtual, não tem nada a ver com a mãe verdadeira.
Depois desse raciocínio, acalmei minha
ansiedade e fiquei mais tranquilo, pois o deus da piada imaginada é igual à mãe
do juiz: não é Aquele em quem acredito. O mesmo pensamento valerá se me ocorrer
outra piada. E fica o lembrete: ninguém, além de mim mesmo, pediu esta
explicação. Pode até ser que ao ver o cartoon (que sairá amanhã), alguém fique tentado a dizer: -
"que merda! Toda aquela xaropada só
por causa desse lixo?"
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