domingo, 30 de novembro de 2014

GLOSSÁRIO EVANGÉLICO

Já notei que os evangélicos da linha neopentecostal apropriam-se de algumas palavras de uso comum e dão a elas uma conotação puramente religiosa. Para acabar com essa mesmice, imaginei uma releitura de algumas palavras “eleitas”. Vê aí:

- Descarrego: negociação de transporte de passageiros feita por dono de van: “até dez, carrego. Mais que isso, não”.

- Dízimo: segunda pessoa do singular do imperativo do verbo “Dizer”. Exemplo: “Dízimo com quem andas que eu te direi quem és”.

- Fiel: parte da premissa de que se Deus é brasileiro, deve ser também corintiano. Ou então é sinônimo de Deus. Muito usado em frases sem sentido nenhum, como, por exemplo: “Deus é fiel”.
 
- IURD: jovem de baixa estatura e origem nipônica, que apresentava programas infantis no SBT. Participou também do reality show “A Fazenda”, versão 2013.

- Nação: pronúncia caricata da palavra “noção”, utilizada por Renato Aragão através de seu personagem “Didi Mocó”, para tentar fazer alguém rir – “Ô ‘pissit’, ô da poltrona, esse sujeito aqui é sem ‘nação’”.

- Universal: estúdio cinematográfico americano fundado em 30 de abril de 1912. Na década de 1930 produziu vários filmes de terror protagonizados por Boris Karloff e Bela Lugosi, entre outros. Deve ser por isso que assombra muitas pessoas até hoje.



sábado, 29 de novembro de 2014

FLORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM

Eu posso estar errado, mas a impressão que eu tenho é que as mulheres aí na faixa dos setenta, setenta e cinco, amam blusas com estamparias de flores. Como eu não sei nem a hora em que estou com fome, devo estar totalmente errado. Mesmo assim, saiu esse diálogo idiota:

-   Impressionante...

-   ?

-   Ah...Desculpe, eu estava aqui admirando sua blusa.

-   ???

-   Porque ela é incrivelmente colorida.

-   É, não é?...

-   A estamparia tem tanta flor que chega a lembrar..., que chega a lembrar...

-   ...um jardim do Burle Marx, talvez?

-   Não, velório de político importante.

-   GROSSO!!!


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

OMMMM!!!!

Outro dia, além de me chamar de “monge”, um amigo disse achar que eu “pratico a meditação na clandestinidade, isto é, não conto para ninguém”. Tudo isso por conta das “reflexões” que às vezes faço sobre algum assunto. Puta elogio. Eu adorei essa frase, mesmo que seja uma impressão falsa. A questão é que, sendo aposentado e ter poucos assuntos para matutar, fico “inventando moda”. Aí a coisa fica rolando na minha cabeça até ser desovada.

Acontece que, segundo meu brother Guga (o nome é Google, mas já estou íntimo de tanto consultar), etimologicamente a palavra monge vem do latim monachós, formada a partir do radical grego monos, que significa , solitário.

Olha só, sem perceber, meu amigo pegou na veia ao me comparar a um monge. Logo eu, um solitário orgânico, um cara que sente solidão em festa de fim de ano, de aniversário, em festa de criança, em carnaval.

Bom, para não sombrear muito este texto, devo dizer que "monge" em inglês é "monk". Forçando um pouco a barra poderia lembrar que "monkey" é “macaco”.

Então é isso, minha "meditação" é fazer macaquices para ver se as pessoas riem um pouco (do que escrevo ou de mim mesmo).


(Pela qualidade do que escreve, Jotabê vê a si mesmo como uma pessoa meditabunda).

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ARQUIBANCADA

Como já cantou uma vez o Milton Nascimento, "aqui é o país do futebol". É tanto campeonato disso, daquilo e mais algum que até os jogadores talvez se confundam. E os horários dos jogos durante a semana são aquela beleza, só depois da novela. Para quem tem cachorro em casa, foguete à meia-noite é tudo de bom.

Como não entendo, não acompanho nem curto esse esporte, a única coisa que percebo é que quase todo dia tem jogo pelo Brasil afora. Pensando nisso, me veio à cabeça uma ideia que apresento aos dois (o número correto é 1.7, mas arredondei para cima) malucos (sem trocadilho) que às vezes leem o que escrevo:

As pessoas com excesso de timidez, introversão ou medo patológico (daqueles que deixam o sujeito paralisado), vivem suas vidas como se acompanhassem uma pelada de domingo – torcem, vibram com as jogadas, xingam a mãe do juiz, mas nunca se arriscam a entrar em campo, nunca participam do jogo. Estão sempre na plateia, sempre na arquibancada.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

MONÓLOGO - BARÃO DE ITARARÉ

Um dia, sem nenhum motivo ou data especial, meu amigo “Digão” deu-me de presente o livro “Máximas e Mínimas do Barão de Itararé”, com a seguinte dedicatória:

“Para o amigo Botelho oferece um de seus mais humildes escravos. 07/04/87"

O motivo do presente foi um comentário feito por ele sobre esse falso barão durante uma de nossas conversas, pois eu nunca tinha ouvido falar de Apparício Torelly, “Aporelly” ou “Barão de Itararé”, nomes que identificam um jornalista gaúcho nascido em 1895, que tinha a manha do humor inteligente, feito de frases engraçadíssimas, textos precisos e trocadilhos de fazer inveja ao pessoal do Casseta e Planeta. Aliás, foi realmente dono do jornal “A Manha”, criado em 1926, onde fazia de tudo. Detalhe: o nome era (mais) um trocadilho com o nome do jornal "Correio da Manhã", onde havia trabalhado.

Na apresentação desse livro, Jorge Amado escreveu que “desse senhor Barão de Itararé, de seu riso claro e irresistível, nasceram os atuais humoristas brasileiros, os que escrevem, os que desenham, os que escrevem e desenham. Dele nasceram Stanislaw Ponte Preta e o Analista de Bagé”.

Não quero ficar fazendo pose de quem entende do assunto. Quem quiser saber mais, compre esse livro ou procure no Google. Vou apenas transcrever um texto escolhido ao acaso, que extraí do presente que ganhei. O “barão”, apesar do imenso defeito de ser comunista, era uma fera no humor.


MONÓLOGO

Eu tinha doze garrafas de uísque na minha adega e minha mulher me disse para despejar todas na pia, porque senão...

– Assim seja! Seja feita a vossa vontade – disse eu, humildemente, e comecei a desempenhar, com religiosa obediência, a minha ingrata tarefa.

Tirei a rolha da primeira garrafa e despejei o seu conteúdo na pia, com exceção de um copo que bebi.
Extraí a rolha da segunda garrafa e procedi da mesma maneira, com exceção de um copo que virei.
Arranquei a rolha da terceira garrafa e despejei o uísque na pia, com exceção de um copo que empinei.
Puxei a pia da quarta rolha e despejei o copo na garrafa que bebi.
Apanhei a quinta rolha na pia, despejei o copo no resto e bebi a garrafa, por exceção.
Agarrei o copo da sexta pia, puxei o uísque e bebi a garrafa, com exceção da rolha.
Tirei a rolha seguinte, despejei a pia dentro da garrafa, arrolhei o copo e bebi por exceção.

Quando esvaziei todas as garrafas, menos duas que escondi atrás do banheiro, para lavar a boca amanhã cedo, resolvi conferir o serviço que tinha feito de acordo com as ordens de minha mulher, a quem não gosto de contrariar, pelo mau gênio que tem.

Segurei, então, a casa com uma mão e com a outra contei direitinho as garrafas, rolhas, copos e pias, que eram, ao todo, exatamente 39. Para me certificar de que não havia engano, contei tudo outra vez e quando terminei já encontrei um total de 93, o que dá certo, quando as coisas andam de perna para o ar. Como a casa nesse momento passou mais uma vez pela minha frente, aproveitei para controlar minhas contas e recontei todas as casas, copos, rolhas, pias e garrafas, menos aquelas duas, que escondi no banheiro e que eu acho que não vão chegar até amanhã, porque estou com uma sede louca ... 


terça-feira, 25 de novembro de 2014

SOGRA DO LULA?

Tempo estranho esse em que, de repente, um sujeito famoso, com filho, decide se vestir de mulher (creio que de forma definitiva). Estou falando do Laerte, cartunista genial, que hoje atende pelo nome de Sônia. Para mim, o termo certo para designá-lo na fase atual seria “travesti” ou “traveco”. Parece, entretanto, que isso soa meio vulgar. Então, para ele o termo correto é “cross-dresser”. Independente de ser traveco ou cross-dresser, para mim isso é só viadagem, mas deixa pra lá, porque o assunto é outro.

Existem coincidências ou semelhanças que, mesmo que o tempo passe, ainda nos fazem rir um pouco. Outro dia, lendo uma notícia sobre o Laerte, pude ver sua transformação em uma mulher extremamente feia, com um sorriso e uma expressão que me fizeram lembrar de uma expressão semelhante da Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo. Há uns dois anos, a imprensa fez um painel bacana de suas negociatas e de sua proximidade (muita!) com o Lula. Não deu outra. Comecei a procurar esses retratos na internet e foi na mosca. Olha o biquinho, olha o narigão, olha o resultado: 




Olhando estas fotos, dá até pra pensar que Dona Sônia (Laerte) é a sogra do Lula. Se bobear, a tira "Os Piratas do Tietê" é baseada na turma da Rose (a segunda primeira-dama do governo Lula?). Vocação para isso eles têm. E se quiserem outro trocadilho, pode-se dizer que eles têm a "exPerTise".
Issa!!


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

MAS TU COME, HEIM?

O título deste post eu tirei de um diálogo lido em algum lugar. A história é mais ou menos assim: um sujeito dá um almoço para alguns amigos, com aquela fartura de quem está querendo impressionar. Feliz com o sucesso do evento e com uma educação e finesse "britânica", comenta com o amigo:
- Mas, tu come, heim?
Ao que o amigo tão educado quanto, responde:
- Pudera, é de graça!
(Sempre que eu me lembro desse diálogo eu acho graça. Talvez eu seja meio retardado)

Bom, isso foi só uma introdução para o tema de hoje. Vamos lá:

Para quem não sabe, o "Comida di Buteco" é uma invenção mineira, mais precisamente, de Beagá. A coisa deu tão certo que já é realizado até em outros estados e ocorre em dezoito cidades. O sucesso provocou também o surgimento da concorrência, que é o "Botecar". Esses dois eventos são festivais anuais de comidinhas incrementadas, para pinguço nenhum botar defeito. 

Acho isso super bacana, mas só tem um problema: não sei como é no Rio ou em São Paulo, mas, em Beagá, aparentemente, deve até haver um incentivo para utilizar nomes idiotas em “mineirês” para os pratos concorrentes. O pior é que esses nomes provocam (pelo menos em mim) uma rejeição imediata. Por exemplo: “Trupico do boi”. Sinceramente, não quero nem saber de que se trata, pois, com um nome assim, eu fujo desse prato como se estivesse no meio de uma corrida de touros.

Fico até imaginando o prazer desse pessoal ao inventar um nome “engraçado” e “criativo” para causar impacto, tipo “Pras muié” (só podia ser prato do “Mulão”). Ou “Gol’stoso da Copa”... Numa boa, isso provoca até refluxo gástrico.

Por conta dessa zona e mesmo não entendendo chongas de cozinha, decidi esculhambar também. Estou pensando em sugerir para algum interessado inscrever-se com um prato dentro dessa linha “criativa” para 2015 ou futuros festivais. Ingrediente principal: pé de porco. E o nome seria (discretamente inspirado na mitologia grega) “Carcanhá Daquilo”. Poderia até ter um slogan do tipo “Ninguém fica invulnerável a seu sabor”. Curava qualquer ressaca.

Mas preciso fazer uma confissão: embora ache uma merda o nome “Comida Di Buteco” (esse “Di” me mata), meu concorrente favorito do festival ocorrido em 2014 foi o Café Bahia. Para mim, indiscutivelmente foi o vencedor moral, mesmo que não tenha sido escolhido pelos jurados e pelo público. Má vontade de alguns, claro. 

Porque o prato com que o Café Bahia concorreu tinha tudo para vencer o "certame". Olha só o nome: “Panelinha JB. Campeão moral, lógico!

domingo, 23 de novembro de 2014

BASTA TER PRINCÍPIOS

Os fatos que (de forma indireta) provocaram este post são antigos e ocorreram em 2013. Como sou católico, reconheço não ter nenhuma isenção para criticar evangélicos, (mesmo que eles sejam criacionistas). Mas aquela muvuca toda sobre o deputado-pastor pelo PSC, Marco Felicianus (perdão, a grafia correta é Feliciano), taxado de homofóbico e racista por milhares de pessoas, rendeu boas piadas – algumas ditas por ele mesmo (!!!!!) ou por seus colegas de fé. Uma delas eu até guardei, de tão pitoresca.

Na época da muvuca da “cura gay”, o pastor Everaldo Dias Pereira, referindo-se ao PSC, partido do qual é vice-presidente, disse o seguinte (grifo meu): "o partido não é uma igreja, tem gente de toda religião e, graças à democracia, até ateu entra à vontade, desde que concorde com os princípios cristãos”.

Se esse cara não fosse pastor, eu diria que ele talvez tivesse fumado orégano antes de dizer isso, mas, deixa pra lá... Agora, pensem bem, alguém pode me dizer o que significa essa afirmação? Como pode um ateu, um budista ou um judeu ter princípios "cristãos"?

Até fiquei imaginando um membro do PSC dizendo algo assim: "eu sou ateu, mas observo o princípio cristão de não comer carne na sexta-feira da Paixão". Legal, né?

E ele foi candidato à Presidência da República... 



sábado, 22 de novembro de 2014

ARMAGEDOM

Às vezes algum pensamento esquecido ressuscita na minha mente, provocado por algum acontecimento noticiado na mídia. Recentemente, foi divulgada uma foto sensacional do robô Philae pousado na superfície de um cometa. Sensacional, diga-se, é a foto do cometa.

Pois bem, cada vez que um desses "viajantes" passa perto da Terra sempre há alguma notícia sobre a a possibilidade ou não de haver uma colisão com o planeta. A mesma coisa serve para os asteroides. Em 2013, o asteroide Apophis passou "pertinho" da Terra e houve todo um buchicho na imprensa sobre o assunto (o "pertinho" é avaliado de acordo com uma escala especial, ou melhor, espacial). 

Segundo os cientistas, em 2036, quando ele se aproximar novamente, chegará muito mais perto da Terra do que chegou em 2013. Poderá até se chocar com a "nave nossa irmã", como cantou o Beto Guedes. As consequências disso seriam um cu de gato de proporção estelar, galática. 

Bom, nesse ano (se ainda estiver vivo) eu estarei com 86 anos, usando fralda geriátrica, babando na camisa e dizendo alla Tiririca - "Quem é você?". Por isso, estarei pouco me lixando se ocorrerá o Armagedom ou o Dia do Juízo Final. Por isso, deixo meu comentário antecipado sobre o assunto.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

EVA MITOCONDRIAL

HOMEM PRIMATA
Embora os criacionistas não aceitem essa ideia, nós homens somos apenas primatas com cérebro mais evoluído (e só o cérebro). Esse mesmo cérebro que ajudou-nos a superar nossas flagrantes deficiências diante de outros predadores (nem sempre, é verdade) e que ajudou-nos a disputar com vantagem o alimento nos primórdios da evolução, fez surgir em nós a soberba, a crença de sermos “imagem e semelhança”, etc. etc. Mas, se pararmos para pensar, às vezes temos comportamentos que em nada envergonhariam ou constrangeriam outros animais.


ÁFRICA
Quando trabalhava na região central de Beagá, pegava ônibus na Rua Tamoios, entre Afonso Pena e Bahia. Algumas vezes vi trombadinhas correndo como se disputassem a final olímpica dos 100 metros rasos, vi um homem ao meu lado ser literalmente assaltado, vi “meninos” de rua assediando mulheres e senhores, puxando seus vales-transporte das mãos. Essas cenas sempre me fizeram lembrar os documentários sobre as savanas da África, com seu desfile de predadores e suas variadas técnicas de caça.



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

MARK TWAIN

Quando eu tinha uns quatorze anos, meu irmão ganhou de presente o livro “As Aventuras de Tom Sawyer”, escrito por Mark Twain. Comecei a lê-lo, estranhei um pouco, mas depois embalei. Gostei tanto que li de novo, tempos depois. O mesmo aconteceu com “As Aventuras de Huckleberry Finn”. Sei lá, devo ter lido esse livro umas três vezes. Duas, pelo menos, eu garanto.

E o motivo é simples: para um sujeito tímido e introvertido como eu, mal (mal mesmo) entrado na adolescência, aquelas histórias ambientadas no século XIX, divertidas, engraçadas e com um gosto de liberdade desconhecida eram incrivelmente saborosas e atraentes. Por isso, minha reverência hoje é para o autor desses livros (e outros mais).

Mark Twain era o pseudônimo adotado por Samuel Longhorne Clemens, escritor e humorista norte-americano nascido em 1835. Não tenho mais esses livros, mas, mesmo se os tivesse, seria difícil extrair um trecho para postar aqui. Por isso, lanço mão de frases extremamente cínicas, espirituosas e inteligentes ditas por ele (*), que encontrei na internet.

(*) Espero que sejam dele mesmo, porque alguns malucos têm a mania de adulterar um texto original, suprimindo trechos ou, pior, acrescentando coisas que o autor jamais escreveu, para então colocá-lo na web. Para mim, prostituição pura.

-   A Bíblia nos ensina a amar o próximo e também a amar nossos inimigos provavelmente porque eles em geral são a mesma pessoa.
-   A maioria das pessoas preocupa-se com passagens da Bíblia que não entende, mas as que me preocupam são as que eu entendo.
-   A melhor cura para o cristianismo é a leitura da Bíblia
-   A única maneira de conservar a saúde é comer o que não se quer, beber o que não se gosta e fazer aquilo que se preferiria não fazer.
-   A vida ideal consiste em ter bons amigos, bons livros e uma consciência sonolenta.
-   Algumas pessoas nunca cometem os mesmos erros duas vezes. Descobrem sempre novos erros para cometer.
-   Antes você ficar calado e te acharem um tolo do que começar a falar e terem certeza disso.
-   As pessoas que me dizem que eu vou para o inferno e elas vão para o céu de certa forma deixam-me feliz de não estarmos indo para o mesmo lugar.
-   Devo ter uma enorme quantidade de inteligência; às vezes levo até uma semana para colocá-la em movimento.
-   E assim é o mundo; às vezes, sinceramente, desejo que Noé e sua comitiva tivessem perdido o barco.
-   Geralmente levo mais de três semanas a preparar um discurso de improviso.
-   Há três espécies de mentiras: as mentiras, as mentiras sagradas e as estatísticas.
-   Não seria bom se todos nós pensássemos da mesma forma. É a diferença de opinião que promove as corridas de cavalo.
-   O homem é o único animal que cora. Ou que precisa corar.
-   O homem que é pessimista antes dos 50 anos, sabe demasiado; o que é otimista depois, não sabe o bastante.
-   O homem que não lê não tem mais mérito que o homem que não sabe ler.
-   Para Adão, o paraíso era onde estava Eva.
-   Poucas pessoas toleram a riqueza. Dos outros, quero eu dizer.
-   Prefiro o paraíso pelo clima, o inferno pela companhia.
-   Primeiro, informe-se dos fatos; depois, pode distorcê-los quanto quiser.
-   Quando em dúvida, diga a verdade!
-   Tudo o que é preciso na vida é ignorância e confiança; depois, o sucesso está garantido.
-   Um clássico é algo que toda a gente queria ter lido, mas que ninguém quer ler.
-   Uma consciência limpa é o sinal certo de má memória.
-   Vamos agradecer aos idiotas. Não fosse por eles não faríamos tanto sucesso.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

VINTAGE SIM, MAS IMPORTADO (DA TOSCANA, LÓGICO!)

VINTAGE
Quando os Beatles receberam da rainha Elizabeth uma comenda originária da cavalaria (depois devolveram), o ritmo musical "calipso" (não confundir com a banda) já estava fora de moda.

Então, seria correto, na época, chamar o quarteto inglês de "OS QUATRO CAVALEIROS DO APÓS CALIPSO".
(Mais vintage que isso, impossível!)


SEGREDOS GASTRONÔMICOS
Eu já disse algumas vezes que só não sou 100% politicamente incorreto porque detesto qualquer tipo de radicalismo. Por isso, resolvi postar uma piada de extremo humor negro que me ocorreu a partir de um e-mail que recebi. O e-mail original continha essa frase:

"Outro dia fui a um restaurante aqui perto do TRT, e lá eles escreveram da seguinte maneira: parmediana. Só que, diferente do esperado, o prato não era digno dos deuses".
Ótima frase, coisa de gente culta, não? Mas aí, na hora, me ocorreu isso:

Filé à parmeDiana é um prato que o Príncipe Charles sempre detestou comer. 

(E assim, vou pagando minha viagem para o inferno em suaves prestações).



* * * * *

Se eu tivesse bom senso, pararia por aqui, mas não adianta, não tenho nenhum. Porque só mesmo uma pessoa com a mais absoluta falta de autocrítica faria um post com piadinhas com data de validade vencida. Quer saber? Eu sou essa pessoa!


Dentro da linha de “não jogar conversa fora”, apresento a seguir piadinhas que foram enviadas apenas por e-mails, endereçados às pessoas que conheço (desconfio que por fazer esse tipo de humor, fui marcado como Spam). Para mim, está valendo, pois encaixam-se no meu projeto pessoal de preservação da memória (no caso, a minha)

A propósito, as datas entre parênteses correspondem aos dias em que torturei meus filhos, parentes e conhecidos com os e-mails.


JUÍZA MARIXA (24/11/2012)
(Alguém ainda se lembra do julgamento do goleiro Bruno? Talvez, melhor seria perguntar se alguém ainda se lembra do goleiro Bruno. A juíza Marixa – que conduziu e julgou esse processo – é muito rigorosa. Imagino até que seria perfeita para julgar o “petrolão”. Pois bem, na época escrevi isto)

Dado o rigor e a severidade com que a juíza do caso Bruno conduziu o julgamento do Macarrão, não posso deixar de pensar que arrumar encrenca com ela é certeza de encarar uma má rixa.


ENXUGANDO GELO (10/12/2012)
Não faz muito tempo aconteceu um grande paradoxo religioso: ao transmitir um festival de música gospel, a Globo vendeu a sua (dos diretores, lógico) alma ao diabo.

Pior é que o apresentador foi o Serginho Groisman, do "Altas Horas". Como ele é judeu e o festival foi de dia, deveria ter adotado um pseudônimo, para ficar mais condizente com o evento. Algo assim como "Edir Mais Cedo".


TROFÉU JB DE PIADAS INFAMES (09/01/2013)
O prefixo "A" é utilizado para "Afastamento, privação, negação" (viva o Google!). Tudo a ver com o nome do asteroide Apophis, que passou pela Terra (ele volta em 2036!). Ainda bem. Senão, em caso de colisão, seria apenas "POFFF!!!!!!!!!!"



ESSA É SÓ PARA OS ATEUS (11/02/2013)
Com o anúncio da renúncia de Bento XVI, ficou provado que nem o Papa aguenta mais o catolicismo.
(Depois dessa, eu acho que vou gratinar no inferno!)


DEU NA INTERNET (19/12/2013)
Recentemente, no IG, uma das notícias em destaque era essa:
Projeto anti-homofobia está ameaçado. Governo freia tramitação para não contrariar grupos evangélicos e garantir apoio à reeleição de Dilma.

Fiquei matutando algum tempo (três segundos) sobre isso. Para mim, a “Dirma” pode até puxar o saco dos evangélicos, mas, no duro mesmo, é o diabo que está comprando sua “arma”. (Não entendeu? Dirma, arma; Dilma, alma. Dãã!)


DIRMA (10/07/2013)
A "Dirma" esteve pensando em aumentar a duração dos cursos de medicina de seis para oito anos. Desse jeito, em vez de médicos geriatras, o que ela conseguirá mesmo são médicos geriátricos (piada ruinzinha, sô!!).



domingo, 16 de novembro de 2014

BOCA SANTA

Creio que foi na revista Veja que li uma vez uma notícia surpreendente e, sinceramente, bem repugnante: toalhas e lenços utilizados pelo “apóstolo” Valdemiro (dono da Igreja Mundial) para enxugar o suor, são disputados pelos crentes, pois "têm o poder de curar enfermidades" (esse é “O foda!).

Ainda bem que é só suor. Se ele também beijasse essas “prendas”, dava até pra lembrar aquela piada antiga:

- “Ô boca santa, seu beijo também cura hemorroida”?

sábado, 15 de novembro de 2014

BOLSO REDONDO

Eu já tive a pretensão de ser cartunista. Esse desejo, claro, tinha tudo a ver com minha falta de autocrítica, pois meus desenhos sempre foram uma bosta. Na adolescência, eu tentava imitar o traço magnífico do Ziraldo. Depois, voltei-me para o estilo do Angeli, que é meu cartunista predileto atualmente. Mas, é óbvio o fato de que a distância que nos separa é maior que a largura do Rio Amazonas. O que não me impediu de criar mais esta seção para o blog! O tempo comprovará que os desenhos postados são uma verdadeira droga, algo assim como uma calça de bolso redondo...



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

MESA DE SOM

Dia desses, na missa de domingo, não ouvi nem as leituras nem a homilia (sermão) do padre, de tão agitado que estava. Estava totalmente disperso. O jeito teria sido usar a receita que uma pessoa  admirável me ensinou: “se for bom, amém”, mas nem isso eu me lembrei de fazer.

Estava pensando que nosso corpo é como um quadro de disjuntores: de repente, ocorre um curto circuito e uma chave desarma. Passa algum tempo,  outro curto circuito acontece e é outra chave a desarmar. E assim, os disjuntores vão sendo desligados um a um.

Depois da missa, ainda pensando nessa imagem, cheguei à conclusão que não era uma boa analogia, pois o envelhecimento é uma coisa gradativa. Aí surgiu a ideia que nosso corpo é como uma mesa de gravação, daquelas com oitenta canais e controles deslizantes. No início, o som está equalizado, perfeito. Quando vai chegando a velhice, os controles começam a abaixar o “volume” ou a dar maior destaque a algum "instrumento" . 

Começa, por exemplo, com a audição, que diminui até quase acabar completamente. Em compensação, o "som" dos joelhos aumenta. Ou então são as pernas que começam a ficar pesadas e a doer. Daí a pouco o andar fica lento, mais um pouco e os passos ficam trôpegos, até esse canal ser completamente desligado. E assim, os diversos “canais” – olhos, ouvidos, articulações, rins, fígado,  coração, etc. – vão aos poucos ficando com o "som" cada vez mais inaudível. E a música finalmente termina.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

(EU NÃO SOU) CACHORRO, NÃO!

Outro dia me bateu a curiosidade de saber quantos por cento a Dilma teve de votos (54,5 milhões) em relação ao total de eleitores (142, 8 milhões). Depois de obter esses números no site do TSE, pude verificar que a Rousseff teve apenas 38,1% dos votos possíveis. Para mim, isso tem um significado importante: o PT não pode (nem deve) tentar "venezuelar" este país sem mais nem menos, impunemente, pois 61,9% dos eleitores brasileiros não enxergaram a Dilma como a melhor escolha para o país.

Digo isso depois de ler que uma das prioridades do PT para o próximo governo é aprovar um projeto de “regulação” dos meios de comunicação. Acho espantoso e revoltante ver que aqueles que se opuseram à censura imposta aos meios de comunicação nos governos dos generais presidentes sejam os mesmos que pretendem agora implantar a sua própria censura. Em qualquer regime onde existe Democracia e ela é respeitada e valorizada (não estou falando da "social democracia") a Liberdade de Expressão é uma coisa sagrada (até para os ateus!).

Isso me fez pensar em uma fábula lida há muito tempo, talvez ainda na adolescência. Trata-se da história de um encontro casual de um lobo com um cão. Nessa fábula, o cachorro apresenta-se gordo, pelo lustroso, todo felizão. Já o lobo está magro e faminto. Espantado com o que vê, o lobo procura saber o porquê daquela boa vida. O cachorro então explica que tem um dono que o alimenta e trata bem e convida o lobo a juntar-se a ele.

O lobo (que não era um lobo bobo), pergunta por que o pescoço do cachorro parece meio esfolado. E, surpreso, fica sabendo que não é “nada de mais”, que aquilo é causado por uma corda usada para amarrá-lo, para que ele não morda ninguém (naquela época ainda não existiam coleiras e, muito menos, pet shops).

Diante desse fato, o lobo agradece o convite (apesar de selvagem, tinha um bom grau de instrução, ao contrário do cachorro, que era ingênuo e ignorante), mas o recusa, alegando preferir manter sua liberdade a trocá-la por uma bolsa-alimento. E a fábula termina aqui.

Tentando achar o texto original na internet (tarefa impossível diante da frequente violação e adulteração de textos que se vê na web), descobri que essa bela história foi originalmente escrita por Esopo e modernizada por La Fontaine.

Esopo foi um autor grego que viveu uns seiscentos anos antes de Cristo. Não pode ser coincidência o fato de o autor que escreveu um texto que ainda hoje serve de tão boa metáfora para os tempos atuais, ter nascido justamente na antiga Grécia, berço da Civilização Ocidental e da Democracia. Grande Esopo! Ele já sabia que a troco de uma bolsa-alimento, bolsa-faculdade ou outro tipo de bolsa, alguns sempre aceitam ter seu “pescoço amarrado por uma corda”. 

Na minha opinião, a parcela da população que votou na Dilma, aceitou tacitamente, sem se dar conta disso, ver sua liberdade de expressão ser cerceada e suprimida progressivamente tal como aconteceu na Venezuela. A título de ironia, poderia dizer que,  neste caso, "o homem é o cachorro do homem".

Pensando nisso tudo, permito-me usar a frase “eu tenho um sonho”, dita por uma pessoa realmente do Bem, que foi Martin Luther King. Pois é, eu também tenho um sonho, o sonho de que a população deste país consiga um dia entender que a liberdade de expressão e a Democracia são os bens mais valiosos e fundamentais que alguém pode desejar e querer defender, pois tudo o mais que for ofertado em troca disso é ilusório e efêmero.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

VOU APERTAR, MAS NÃO VOU ACENDER AGORA - PARTE II

Este post exibe as últimas imagens de minha velha coleção de maços de cigarro. Ao contrário dos anteriores, não mostra maços (ou carteiras), mas algumas caixas de cigarros, chamadas de “box flip top”.

E, para finalizar esse assunto, a imagem de uma cartela para concorrer a sorteio (!). Cada cartela era obtida pela troca de cinquenta selos que vinham nos boxes de da marca "Lord Club" (um selo por caixa, lógico).

Cinquenta selos! Supondo que cada caixa vinha com vinte cigarros, o desgraçado precisaria fumar mil cigarros para ter direito a um cupom (e meu pai fumou!). Isso mostra que naquela época o mundo era mesmo uma “Terra de Marlboro”, sem nenhuma lei contra o incentivo ao tabagismo.

Bom, uma das caixas escaneadas é da marca “Liberty Ovais”. Pentelhando esse assunto na internet, descobri que o Noel Rosa fez uma música (não gravada, se não me engano) cuja letra tinha este trecho:


"João Ninguém / Não trabalha e é dos tais / Que joga sem ter vintém / E fuma Liberty Ovais". É isso.






VOU APERTAR, MAS NÃO VOU ACENDER AGORA - PARTE I

Como os escassos - raríssimos mesmo - leitores do Blogson Crusoe devem ter percebido, os títulos dos posts com as imagens dos maços de cigarro da minha infância são tentativas de fazer humor com frases já conhecidas: um trocadilho ("pitando o sete"), uma resposta dada pelo Bill Clinton ao ser perguntado se tinha fumado maconha ("fumei mas não traguei") e parte da letra de uma música do Bezerra da Silva ("vou apertar, mas não vou acender agora").

Sabem o que é? É que eu tenho mania de escolher títulos ridículos e idiotas para os posts que divulgo nesta bagaça. E com este são apresentados os últimos maços, também conhecidos como "carteiras". Mas ainda tem a segunda parte (só amanhã, para não cansar). 














terça-feira, 11 de novembro de 2014

FUMEI MAS NÃO TRAGUEI - PARTE II









Não pense que acabou, pois amanhã e depois tem mais (mas é o final)

FUMEI MAS NÃO TRAGUEI - PARTE I

Escanear os maços da minha velha coleção fez com que eu me lembrasse de um caso acontecido no início da década de setenta. Eu e minha Amada estávamos estudando na biblioteca da antiga Faculdade de Filosofia da UFMG, que ficava na Rua Carangola, em Beagá. Aí bateu aquela vontade de fumar (nessa época, eu e ela fumávamos). Não sei bem porque, não tínhamos cigarro e não havia lugar perto para comprar. Resolvi fazer uma “inspeção” entre as pessoas que ali estavam, todas elas absortas em seus estudos e leituras. 

Lá longe, em uma das extremidades da biblioteca, vi um sujeito fumando (na época, podia). Pelo tipo e pela roupa, tinha cara de universitário pobre e “revoltado com o sistema”. Apesar dessa impressão, não titubeei: cheguei perto com meu melhor sorriso, pedi desculpa por incomodá-lo e perguntei se poderia me dar um de seus cigarros. O olhar que ele me dirigiu foi meio assustador, mas enfiou a mão no bolso e me deu. Era um Continental sem filtro (!!!). Quase recusei, de tão ruim que esse cigarro era. Ainda mais sem filtro. Bom, aí já não tinha mais jeito. Pedi para acender, agradeci imensamente (sou um puxa-saco com pós-graduação) e voltei para junto do meu Amor.

Mas não tinha como fumar aquilo: o fumo se soltava e agarrava no lábio, na língua. E como era forte! Aí, me ocorreu uma ideia brilhante: com a ponta do lápis (rombudo), furei alguns buracos ao redor da ponta não acesa. A ideia era de que ao aspirar a fumaça (fumante diz “dar uma tragada”), o ar também fosse sugado através desses buracos, suavizando e esfriando a fumaça. O “projeto” era bom, mas a execução ficou uma merda. Creio que nem terminamos de fumar aquela coisa. Ficamos que nem o Bill Clinton, quando perguntaram se ele tinha fumado maconha. A resposta que ele deu foi do tipo “me engana que eu gosto”: “Fumei, mas não traguei”. Mas isso é outra história.

Pois bem, o tempo passou e um dia eu vi a propaganda de um novo cigarro (“Charm”) destinado ao público feminino, que alardeava a elegância de seu formato – mais fino que os demais, mais longo que a maioria e, claro, muito suave. Detalhe: imediatamente após o filtro, havia um “anel” de microfuros, cuja função era a mesma que eu tinha imaginado alguns anos antes para conseguir fumar aquele Continental. Fiquei todo orgulhoso, mas continuei pobre como sempre, pois nunca imaginei que aquela ideia pudesse valer alguma coisa.

Deixando a conversa mole de lado, mais imagens para curtir (mesmo que isso aqui não seja um Feicebuque):







MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4