Este texto é meio mistureba, pois tem um
pouco de memória, um pouco de ironia e alguma viagem na maionese. Resumindo,
tem a cara do Blogson.
Outro dia me ocorreu uma ideia estranha (mais
uma): tentando prever o futuro, várias profissões foram surgindo ao longo da
história da humanidade. Algumas respeitáveis, outras picaretas e outras mais, um
pouco delirantes. Porque querer saber o que ainda está para acontecer é o sonho
(irrealizado) de todo mundo. Por isso, fiz mentalmente uma lista de algumas
dessas ocupações e corri ao Guga para pedir ajuda. Saiu isso:
PROFETA: “é a pessoa capaz de predizer acontecimentos
futuros aquela que fala por inspiração divina ou em nome de Deus”. Imagino
que alguns líderes evangélicos se veem dessa forma. O problema é que, na Lei
Mosaica, aplicava-se a pena de morte aos falsos profetas. É uma pena ver que
alguns bons costumes se perdem com o passar do tempo.
ORÁCULO: mais ou menos da mesma época dos profetas, “designa o intermediário humano que, ao ser consultado a
propósito de uma questão pessoal referente geralmente ao futuro, transmitia a
resposta dada por uma divindade” (o povo antigo tinha muitas). E a resposta
normalmente precisava ser interpretada. Por isso, imagino que na antiga Grécia
os oráculos funcionavam mais ou menos como as pesquisas de boca de urna, porque
os deuses eram "meio que" um pouco temperamentais e podiam se exprimir de diversas
maneiras, às vezes bem extravagantes.
ASTRÓLOGO: é o sujeito que faz previsões através do mapa astral de cada pessoa, a partir da data de nascimento, horário e cidade em que nasceu uma pessoa. “Para isso faz vários cálculos que levam em
conta a posição de diversos corpos celestes (planetas e constelações de
estrelas) no momento do nascimento e seus efeitos no comportamento” e em
tudo o mais. Existem dois tipos de astrólogos: os picaretas, especializados em
fazer colunas sobre astrologia genérica em jornais e revistas e os que se levam a sério, que
realmente acreditam no que fazem. Não sei se a Lua é levada em conta em seus
cálculos, mas esses últimos são meio lunáticos.
FUTURÓLOGO: “é aquele que busca entender o que provavelmente continuará e o que
poderá plausivelmente mudar de acordo com o cenário político e econômico de
empresas ou países”.
Para mim, quanto mais abrangente o sujeito tentar ser, mais parecido ficará com
os videntes e cartomantes, tal a quantidade de erros que cometerá.
ECONOMISTA: “é o profissional que busca compreender,
modelar e prever o comportamento dos indivíduos, das instituições e os
fenômenos econômicos. Suas atividades envolvem o estudo da formação de preços
de venda, potencialidade de consumo e o planejamento de políticas empresariais
ou governamentais”.
Se for bom mesmo, pode virar até ministro – ou ser demitido de empresas
privadas se fizer previsões que desagradem os governantes.
ESTATÍSTICO: “é o profissional que se dedica à coleta, análise e interpretação probabilística
de dados”.
Preocupa-se com médias, margens de erro e coisas semelhantes. É, portanto, o responsável pelos resultados de pesquisas de intenção de voto.
Estatisticamente falando, pode-se dizer que a época de eleições é o período em
que esses profissionais são mais lembrados. A única exceção a isso é quando alguém lembra aquela
piada idiota que diz que se eu como um frango e você nenhum, na média, cada um
de nós come meio frango. E ainda fala que assim é que funcionam as
estatísticas. Mas isso é sacanagem de gente casca grossa, lógico.
CARTOMANTE: deixei essa profissão por último de propósito, por que, de cara, já lanço um desafio:
quem nunca ficou frente a frente com uma cartomante que atire o primeiro tarô!
“Cartomante é a pessoa que utiliza as cartas do
baralho comum ou do tarô para prever o futuro e
ajudar nas decisões a serem tomadas”. Normalmente são questões ingênuas,
relacionadas ao namorado (atual ou pretendido) ou ao marido, se for mulher. Se
for homem, o normal é querer saber sobre emprego, sobre colegas de serviço,
puxadas de tapete e se está ou não sendo corneado pela namorada/ mulher (fico pensando que se um homem procura saber
se está ou não sendo traído é porque provavelmente já está. Será?).
O pessoal que pratica a cartomancia é
escolado, puta velha (no sentido figurado, por favor). Aí, quando chega a
vítima, ou melhor, o ou a cliente, já começa a esquadrinhar o
rosto da pessoa, a postura, as mãos e, principalmente, o olhar. Bom, não vou
ficar detalhando o que imagino que seja a realidade desse tipo de futurologia.
Mas há um caso no mínimo curioso, acontecido com minha mulher quando ela
ainda nem sonhava em me conhecer. Ela e algumas amigas, ainda adolescentes, foram
à casa de um senhor idoso que tinha a fama de adivinho. A troco de um maço de
cigarros o velho fez suas previsões e elas foram embora, achando graça do que ouviram. Uns dois ou três anos
depois disso, nós nos conhecemos e sua irmã lembrou o que havia sido previsto
para minha mulher: ela conheceria um rapaz que seria loucamente apaixonado por
ela (é tudo o que uma mulher quer ouvir, concordam?). Além disso, na visão do
velho, esse rapaz parecia ter uma espécie de cicatriz ou sinal no rosto. Na
época ela e as irmãs acharam graça da profecia, pois jamais pensaria em namorar
alguém assim marcado.
Pois bem, eu tenho um nevo no rosto, uma
pinta ovalada com uns 2 cm de comprimento por 1,5 cm de largura, marrom, visível
a ponto de ser chamado antigamente por algumas pessoas (pouco íntimas) de “Zé
da pinta”.
Por isso, a frase “yo non creo em brujas”... cai bem nessa história (não sei em que língua essa frase foi dita a primeira vez, mas, numa boa, ela soa bem legal em espanhol).
E, mesmo que não acredite nesse tipo de coisa, rendo minha homenagem a esse senhor, pelo acerto das duas previsões, pois sou até hoje apaixonado por meu Amor (e sempre serei).
E, mesmo que não acredite nesse tipo de coisa, rendo minha homenagem a esse senhor, pelo acerto das duas previsões, pois sou até hoje apaixonado por meu Amor (e sempre serei).
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