domingo, 15 de setembro de 2024

VOU TE DAR UM PAU!

 
Hoje fiquei sabendo de um caso que jamais poderia deixar de registrar, pois ele afeta diretamente os machos das antigas e suas convicções. O negócio é o seguinte:
 
Distante não mais que 50 metros da casa de minha sogra, existe um imóvel, uma casa cuja ideologia dos ocupantes é fácil de identificar, porque inicialmente a casa teve a frente toda pintada de vermelho vivo. Depois, não sei por qual motivo, pintaram de preto e vermelho. A princípio pensei ser a sede de algum sindicato ou partido político e até imaginei ser ocupada por um “coletivo” ou alguma ONG de esquerda. Hoje o nome do lugar é "Instituto Helena Greco de  Direitos Humanos e Cidadania". Até aí nada de mais, concordam?
 
O que me fez rir foi saber que nesse lugar são ministradas aulas de boxe. Mas não um boxe qualquer, pois o esporte ali praticado recebeu o nome de “Boxe Antifas” (boxe anti-fascistas), um treinamento destinado à comunidade LGBTQIA+ e pirados de todo tipo, para que possam se defender de eventuais agressões de neonazistas e homofóbicos radicais, ou para repelir e conter eventuais agressões da polícia em manifestações e passeatas.
 
Fico pensando que nessa casa, durante as aulas, se alguém disser "Vou te dar um pau", só a entonação da voz dirá se se trata de um convite ou uma ameaça. Como diria alguém mais escandalizado, “Valei-me São Mike Tyson!”

IRREVERÊNCIAS DOMINICAIS

 
Eu sou basicamente um sujeito irreverente, um pouco cínico e até inconveniente em alguns casos. Creio que essas são características dos tímidos de nascença, mais propensos a risinhos e deboches discretamente exibidos.
 
Por isso, ao ver no facebook o convite para a missa de sétimo dia do parente de minha mulher, notei que abaixo do nome completo estava seu apelido dos tempos de magistério e vida loka: “Professor Pepeu”.
 
Por ele ter sido cremado, não resisti a comentar com meu filho que agora ele poderia ser lembrado como “Professor Pópeu” ou Professor Popó”. Provando o ditado de que “quem sai aos seus não degenera”, ele retrucou:
 
- Pra quem viveu boa parte da vida fumando, terminar a vida virando cinza é irônico.
 
E arrematou de forma irretocável:
 
- Pófessor Pepeu...

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

COMICHÕES E DESEJOS

 
Já mencionei aqui no Blogson que não planejava lançar outro e-book, estando bastante satisfeito com os três já publicados, bla bla bla. Porém, como acontece nas melhores famílias, mudei de ideia. O motivo? Talvez uma combinação tóxica de falta de caráter com carência afetiva congênita. Por isso, comecei a sentir comichões (não, não eram oxiúros) e desejos de publicar novo e-book. Mas sobre o quê?
 
Desde que o Blogson foi criado, o conteúdo poderia ser dividido em seis grandes categorias: dezénhos, literatices (prosa e poesia), besteirol, politicalha e memórias diversas. Como a política está fora dos meus planos de publicação, sobraram as lembranças e os “causos” das pessoas com quem convivi. E, entre essas figuras, uma se destacou de maneira especial, pois, durante anos, em festinhas e almoços de família, eu reproduzia as histórias insólitas protagonizadas por um colega, arrancando risadas com suas peripécias e idiotices.
 
Foi pensando nisso que decidi reunir essas lembranças, escritas há mais de quinze anos, como uma forma de homenagear e eternizar a memória do melhor amigo que tive. Assim nasceu o quarto e-book jotabélico.

É esta sugestão que faço ao Marreta e outros blogueiros das antigas: mesmo não tendo minha falta de caráter e carência afetiva primal, que revirem, releiam, selecionem e reúnam em e-books “de grátis” o melhor de sua produção “blóguica”. É divertido e dá alguma alegria do tipo “Pô, já escrevi bem melhor que hoje!”. Mas, pelamordedeus, passem corretor de ortografia!
 
Olha o novo pimpolho aí:



quinta-feira, 12 de setembro de 2024

ASA BRANCA - LUIZ GONZAGA

Povo chato esses ambientalistas e climatologistas! Sempre fazendo previsões sombrias, nunca defendendo a expansão das áreas cultiváveis nem a formação de novas pastagens para criação de gado! Parece que são contra a geração de riqueza! É claro que não se faz omelete sem quebrar alguns ovos, mas os fins justificam os meios. Povo chato, muito chato, só falam de futuro, nunca do presente!
 
Pois é... Se você não percebeu a ironia triste do texto acima, te convido a prestar atenção na letra escrita por Humberto Teixeira para a melodia da música "Asa Branca", pois a maior parte do Brasil está hoje com a cara do sertão nordestino onde nasceu o "Lua". Escutaí
 


quarta-feira, 11 de setembro de 2024

VELÓRIO HIGH TECH

 
A picaretagem e o interesse puramente comercial tem ajudado a destruir símbolos e significados cultivados e mantidos com carinho. Pude presenciar um exemplo disso durante o velório de um parente de minha mulher.
 
Embora a família tenha um mega jazigo em um dos cemitérios de BH, o desejo expresso de ser cremado levou à contratação de uma empresa especializada em fornecer um combo de Assistência Funerária (ornamentação, coroa de flores, preparação do falecido, traslado do corpo, taxas de velório e cemitério e cremação, etc.).
 
O estranhamento já começou com a duração estabelecida para o velório, de 10h às 13h, pois não faz muito tempo os familiares e amigos da pessoa falecida varavam a noite ao lado do caixão, tendo tempo de sobra para vivenciar sua perda.
 
Hoje a coisa já está na base do cronômetro, como se fosse uma prova de atletismo. Lembrando uma piada dita por um ex-colega, a coisa está mais ou menos assim: “quem beijou, beijou, quem não beijou não beija mais, pois eu já vou fechar o caixão”.
 
Outra coisa que chamou minha atenção foi uma placa indicando a lotação máxima para a capela: 35 pessoas. Por isso, a surpresa foi a “recepção” oferecida fora da capela a quem esteve presente ao velório. Uma boa surpresa, diga-se. Chá, café, sucos de laranja ou de uva, água gelada, pães de queijo, salgadinhos, pães doces com creme, biscoitos, etc. Melhor lugar do mundo para fofocar, rever amigos antigos e encher a pança. Ah, estava me esquecendo do falecido. Ora, foda-se o defunto!
 
Mas o que realmente mais me espantou foi a cerimônia final. Às 13h recolheram o caixão e o levaram para um pequeno auditório, onde foi colocado em uma espécie de mesa elevatória. As luzes foram progressivamente apagadas, enquanto nas paredes apareciam imagens inicialmente estáticas de trigais, que começaram a oscilar suas espigas como se batidas por um vento suave. Paralelamente a isso, frases “consoladoras” no mais puro e previsível clichê iam sendo projetadas nas paredes do auditório.
 
Mas a “melhor” e mais surpreendente parte aconteceu quando um "padre" de feições que eu chamaria de cadavéricas surgiu do nada e começou a falar abobrinhas. A imagem era nitidamente um holograma, pois as mãos pálidas do sacerdote pareciam ser falsas, de brinquedo. O mesmo podia ser dito de seu rosto e suas roupas.
 
Enquanto o “padre” falava, o caixão foi subindo até não ser mais visto, provavelmente prestes a ser levado para o crematório. E aí terminou o espetáculo de mágica, pois o sacerdote evaporou, sumiu de repente e as luzes foram acesas. Estava encerrado o espetáculo.
 
Diante de tantos truques de prestidigitação e picaretagem para emocionar as “almas mais sensíveis”, tive vontade de perguntar:
- “Vocês também ressuscitam o morto?”

terça-feira, 10 de setembro de 2024

COM ELE NÃO TINHA CORÉ CORÉ

 
Quando estava me preparando para o vestibular de engenharia da UFMG, uma das matérias que mais gostei de estudar foi Português, mais especificamente noções de literatura brasileira e origem da língua. Aquilo era filé para mim. Eu não estudava, eu lia com prazer o material didático fornecido. E foi assim que fiquei sabendo do jesuíta português Padre Antônio Vieira.
 
Transcrevendo: Padre Antônio Vieira é uma das figuras mais importantes da literatura e da história do Brasil, tendo desempenhado um papel fundamental na formação do pensamento e da cultura brasileira durante o período colonial. Sua obra literária, marcada principalmente pelos seus sermões e cartas, é um dos pilares da literatura barroca em língua portuguesa.
 
E o sujeito era bom mesmo, além de prolixo ao extremo. Fico imaginando o desconforto das pessoas daquela época ouvindo seus intermináveis sermões, cheio de citações em latim (que depois traduzia), onde passava a régua nas mazelas da sociedade colonial. Segundo sua biografia, escreveu mais de 200 sermões que, agrupados, resultaram em 16 volumes (hoje, a Igreja Católica chama os sermões proferidos após a leitura dos Evangelhos de "homilias").
 
O que mais chama a atenção é que numa época em que a Inquisição barbarizava os judeus, seus sermões abordaram questões sociais e políticas relevantes, tais como a defesa dos direitos dos povos indígenas e a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos na marra ao catolicismo) e os cristãos-velhos (aqueles cujas famílias eram católicas há gerações). Essa sua postura desagradou os colonizadores e muitos membros da Igreja.

O jesuita Antônio Vieira defendeu também a abolição da escravatura, além de criticar severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição (criada e mantida pelos dominicanos, auto-intitulados "defensores da fé"). Em 1665 os inquisidores consideraram as suas proposições "heréticas, temerárias, mal soantes e escandalosas”. Ficou preso dois anos e foi proibido de ensinar, escrever ou pregar. Fico pensando que se vivesse nos tempos atuais seria chamado de “comunista”.

Transcrevendo: Vieira também é conhecido por sua visão profética e crítica da sociedade. Em textos como o "Sermão de Santo António aos Peixes", ele critica a corrupção, a ganância e a hipocrisia tanto dos colonizadores quanto da Igreja. Sua obra é marcada por uma profunda análise moral e social, que ainda ressoa na literatura e no pensamento brasileiro. 

Voltei a me lembrar dele graças a um trecho do “Sermão do Bom Ladrão” que alguém publicou no Facebook. Por ter um caráter atemporal, vou deixá-lo para o final. Antes disso, transcreverei algumas frases ditas por ele em seus sermões ou nas mais de quinhentas cartas que escreveu e que foram preservadas. Olhaí. 

A natureza e a arte curam contrários com contrários.

Dizem que um amor com outro se paga, e mais certo é que um amor com outro se apaga.

É o amor entre os afetos como a luz entre as qualidades.

Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor.

No juízo dos males sempre conjeturou melhor quem presumiu os maiores.

O amigo, por ser antigo, ou por estar ausente, não perde o merecimento de ser amado.

O amor não é união de lugares, senão de vontades.

O amor que não é intenso não é amor.

O fogo pode-se apartar, mas não se pode esfriar.

O maior contrário de uma luz é outra luz maior.

O tempo e a ausência combatem o amor pela memória, a ingratidão pelo entendimento e pela vontade.

O tempo é natureza, a ausência pode ser força, a ingratidão sempre é delito.

O tempo tira ao amor a novidade, a ausência tira-lhe a comunicação, a ingratidão tira-lhe o motivo.

Os olhos são as frestas do coração.

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.

A ausência também se há de definir pela morte, posto que seja uma morte de que mais vezes se ressuscita.

O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.

Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras.

A boa educação é moeda de ouro. Em toda a parte tem valor.

Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros.

Muitos cuidam da reputação, mas não da consciência.

Quem quer mais que lhe convém, perde o que quer e o que tem.

A ausência é o remédio do amor.

Somos o que fazemos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos; nos outros, apenas duramos.

A nossa alma rende-se muito mais pelos olhos, do que pelos ouvidos.

A admiração é filha da ignorância, porque ninguém se admira senão das coisas que ignora, principalmente se são grandes; e mãe da ciência, porque admirados os homens das coisas que ignoram, inquirem e investigam as causas delas até as alcançar, e isto é o que se chama ciência.

Amor e ódio são os dois mais poderosos afetos da vontade humana.

Não há alegria neste mundo tão privilegiada, que não pague pensão à tristeza.

Não basta que as coisas que se dizem sejam grandes, se quem as diz não é grande. Por isso os ditos que alegamos se chamam autoridade, por que o autor é o que lhe dá o crédito e lhe concilia o respeito.

Mais afronta a mesura de um adulador, que uma bofetada de um inimigo.

Três mais há neste mundo pelos quais anelam, pelos quais morrem e pelos quais matam os homens: mais fazenda; mais honra; mais vida. 

E agora o atualíssimo trecho do Sermão do Bom Ladrão, causa e motivo deste post:

Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros roubam debaixo de seu risco, estes sem temor nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados. Estes furtam e enforcam.

domingo, 8 de setembro de 2024

IRREVERSÍVEL


A ida ao hospital onde um parente de minha mulher está internado em estágio terminal mexeu comigo, ao vê-lo "afogado no seco", como disse alguém. E saber que aquela situação é irreversível faz com que a razão se debata entre o desejo de uma morte rápida e a ilusão de que talvez haja uma solução miraculosa.
 
Ontem visitei alguém perto da Morte,
Alguém que estava por aí até outro dia,
E hoje já não mais está.
Mais um pouco, e nunca mais estará.
 
Estranho é ver a pessoa ali, sedada,
Imóvel, respiração curta, inconsciente
O oxigênio chegando através da máscara,
Com os filhos, calados, ausentes, ao lado.
 
E eu, sem saber o que dizer, sem nada para dizer,
Tentando imaginar o que acontecerá
Quando o que tem que acontecer,
Enfim, acontecer.
 
Dispneia, anóxia, sufocação, enfisema
E eu ali, tentando assimilar, traduzir
Conceitos estranhos, difíceis de digerir.
Mais ainda de aceitar e entender.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

EIA, SUS!

 
Creio que uma sina comum aos blogueiros autorais é chegar a um ponto onde a criatividade parece ter se esgotado, ficado mais seca que o clima atual em BH. Quando isso acontece a tentação é matar ou abandonar o tamagotchi alimentado durante muitas madrugadas insones (esse “insones” ficou muito afetado!).
 
E é esse desejo que o macho das antigas, bebedor de cerveja barata, mas boa e titular imbroxável do blog “A Marreta do Azarão” sinalizou ao publicar a imagem da tela final dos antigos desenhos da Warner, que dizia “That’s all Folks!”
 
Nada contra, pois já fiz isso umas quatro vezes com o velho e alquebrado Blogson Crusoe. Entendo que sua (dele) criatividade, inspiração ou interesse talvez estejam em um Saara lascado, mas achei legal dar um ânimo, um alento para que ele continue a se divertir com as marretadas que dá.
 
E a dica é esta: ele publicou na Amazon um e-book muito legal, uma obra tecnicamente inédita. Qual seria então o viagra mental indicado, o desfibrilador cerebral, o oxigênio para as sinapses caidinhas?
 
 Agora que conhece o caminho das pedras, sugiro que ele mergulhe no Marreta e comece a separar material para novos e-books, assim como eu fiz com os textos do Blogson. Podem acreditar, ele – ou algum blogueiro em situação idêntica – provavelmente sentirá um enorme prazer ao ler textos antigos de que nem se lembrava mais. E não tem importância se eles forem superiores aos escritos atuais. E falo por mim.
 
Acho que hoje escrevo cada vez pior, principalmente por estar esquecendo regras gramaticais, palavras, assuntos, perdendo-me no raciocínio, empobrecendo cada vez mais os textos que publico. Mas desencanei, pois como disse o Chico Buarque, "a inspiração é uma dádiva da juventude".  Isso soa idiota para um velho que começou um blog só em 2014. Mas já observei essa queda de qualidade em vários autores. As letras e músicas do Chico são muito inferiores às que criou no início da carreira. Notei isso também ao revirar dezenas de páginas semanais publicadas pelo Millôr nas revistas Veja e Isto É. As mais recentes (Isto É) tinham muito menos graça e humor que as páginas da Veja. Por isso, não me grilo por não conseguir escrever como já escrevi. E olha que sou muito medíocre. Mas fico feliz de ter publicados três e-books, pois foi prazeroso escolher o que publicar.
 
E esta é a sugestão final: Marretão, você tem uma produção enorme (ah, como era grande!) que permitiria publicar e-books com o crème de la creme das poesias, contos e crônicas ou o que te desse na telha. A vantagem é poder publicar as putarias que fizeram seu blog ser censurado.
 
Então é isso. Já que recorreu aos antigos desenhos da Warner, só posso reproduzir a fala do personagem Ligeirinho:
- ¡Arriba, arriba! ¡Ándale!
 
Ou “Eia, Sus!”, porque “That’s all, Folks!” é o caralho!

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

AS ELEIÇÕES SE APROXIMAM!

 
As eleições municipais estão chegando, tempo adequado para refletir sobre quem escolheremos para cuidar de nossas cidades. Segundo o TSE, há 15.645 candidatos a prefeito, 15.680 candidatos a vice e 429.791 postulantes ao cargo de vereador dos mais de cinco mil e seiscentos municípios.
 
Esses números já provocam alguma perplexidade, pois como é possível que a quantidade de candidatos a vice prefeito seja maior que os registros para prefeito? É divertido pensar na impossível hipótese de um município sem prefeito eleito. Imagino alguém dizendo algo parecido com isto:
- Eu nasci para ser vice, não preciso de nada além disso.
 
Talvez eles estejam certos em sua pequena ambição. Porque sempre tenho a curiosidade de saber o que move alguém na direção de um cargo público. Dinheiro? "Claro que não”! Prestígio e poder? “Ora, senhor, meus sentimentos são muito mais nobres!” Ahan, eu acredito!
 
Apesar dos apelidos idiotas que alguns registram, está claro que todos os candidatos estão imbuídos do mais elevado espírito cívico, todos têm  reputação ilibada, não se importam de sacrificar o tempo dedicado aos familiares e amigos e abrem mão de sua vida pessoal em benefício do interesse da coletividade, certo? Me engana que eu gosto!
 
Como cada vez mais tenho preguiça de escrever abobrinhas para entreter os 2,3 fieis leitores desta bagaça, resolvi terceirizar essa tarefa para uma inteligência artificial, fazendo seguinte pedido:
 
“Por favor (até uma inteligência artificial merece ser tratada com cortesia britânica), escreva um texto ironizando os candidatos a vereador e prefeito, usando esse tipo de falso comportamento (as qualidades descritas acima), pois o que a maioria quer mesmo é remuneração elevada, conforto, prestígio e mordomias:”.
 
A partir de agora, a culpa toda é do ChatGPT:
 
O Sacrifício dos Nossos Valorosos Candidatos
Em tempos de eleição, é sempre inspirador testemunhar o fervor com que nossos bravos candidatos se lançam na arena política. Movidos por um espírito cívico inabalável e uma reputação imaculada, eles estão dispostos a sacrificar o que há de mais precioso em suas vidas: o tempo dedicado à família, o conforto do lar, e até mesmo as regalias de um cotidiano simples e pacato.
 
Estes nobres seres, que poderiam tranquilamente desfrutar de uma vida modesta, optam, em vez disso, por abraçar o desgastante trabalho de representar o povo. Abrem mão de suas vidas pessoais para se entregar, de corpo e alma, ao bem comum. Quem precisa de tranquilidade e conforto quando se pode dedicar horas intermináveis a discussões acaloradas no plenário, usufruindo de salários insignificantes e mordomias que nada mais são do que um pequeno consolo diante do fardo que carregam?
 
Eles renunciam às férias em família, às tardes preguiçosas de domingo e até aos jantares tranquilos, tudo em nome do dever. Afinal, o dever os chama! Quem pensaria em contas bancárias polpudas, ou em um gabinete repleto de assessores, quando a verdadeira recompensa está em servir ao povo?
 
Não devemos, jamais, subestimar a magnitude desse sacrifício. Porque, enquanto nós, meros mortais, nos contentamos com empregos comuns e salários modestos, eles, com corações generosos e almas desinteressadas, abrem mão de uma vida sossegada para enfrentar a dura realidade dos altos cargos públicos. Tudo em prol do bem-estar da coletividade.
 
Sim, caros cidadãos, não é fácil ser um candidato. É preciso ter uma fibra moral que poucos possuem e uma disposição para enfrentar as dificuldades diárias com um sorriso no rosto e uma conta de despesas pagas pelo erário. Então, na próxima vez que encontrarmos um desses valorosos indivíduos, que tal uma salva de palmas? Afinal, é o mínimo que podemos fazer para agradecer tamanho altruísmo.
 
 
Acho que essa inteligência artificial está ficando muito espertinha e abusada!

VOU TE DAR UM PAU!

  Hoje fiquei sabendo de um caso que jamais poderia deixar de registrar, pois ele afeta diretamente os machos das antigas e suas convicções....