sexta-feira, 6 de setembro de 2024

¡ARRIBA, ARRIBA! ¡ÁNDALE!

 
Creio que uma sina comum aos blogueiros autorais é chegar a um ponto onde a criatividade parece ter se esgotado, ficado mais seca que o clima atual em BH. Quando isso acontece a tentação é matar ou abandonar o tamagotchi alimentado durante muitas madrugadas insones (esse “insones” ficou muito afetado!).
 
E é esse desejo que o macho das antigas, bebedor de cerveja barata, mas boa e titular imbroxável do blog “A Marreta do Azarão” sinalizou ao publicar a imagem da tela final dos antigos desenhos da Warner, que dizia “That’s all Folks!”
 
Nada contra, pois já fiz isso umas quatro vezes com o velho e alquebrado Blogson Crusoe. Entendo que sua (dele) criatividade, inspiração ou interesse talvez estejam em um Saara lascado, mas achei legal dar um ânimo, um alento para que ele continue a se divertir com as marretadas que dá.
 
E a dica é esta: ele publicou na Amazon um e-book muito legal, uma obra tecnicamente inédita. Qual seria então o viagra mental indicado, o desfibrilador cerebral, o oxigênio para as sinapses caidinhas?
 
 Agora que conhece o caminho das pedras, sugiro que ele mergulhe no Marreta e comece a separar material para novos e-books, assim como eu fiz com os textos do Blogson. Podem acreditar, ele – ou algum blogueiro em situação idêntica – provavelmente sentirá um enorme prazer ao ler textos antigos de que nem se lembrava mais. E não tem importância se eles forem superiores aos escritos atuais. E falo por mim.
 
Acho que hoje escrevo cada vez pior, principalmente por estar esquecendo regras gramaticais, palavras, assuntos, perdendo-me no raciocínio, empobrecendo cada vez mais os textos que publico. Mas desencanei, pois como disse o Chico Buarque, "a inspiração é uma dádiva da juventude".  Isso soa idiota para um velho que começou um blog só em 2014. Mas já observei essa queda de qualidade em vários autores. As letras e músicas do Chico são muito inferiores às que criou no início da carreira. Notei isso também ao revirar dezenas de páginas semanais publicadas pelo Millôr nas revistas Veja e Isto É. As mais recentes (Isto É) tinham muito menos graça e humor que as páginas da Veja. Por isso, não me grilo por não conseguir escrever como já escrevi. E olha que sou muito medíocre. Mas fico feliz de ter publicados três e-books, pois foi prazeroso escolher o que publicar.
 
E esta é a sugestão final: Marretão, você tem uma produção enorme (ah, como era grande!) que permitiria publicar e-books com o crème de la creme das poesias, contos e crônicas ou o que te desse na telha. A vantagem é poder publicar as putarias que fizeram seu blog ser censurado.
 
Então é isso. Já que recorreu aos antigos desenhos da Warner, só posso reproduzir a fala do personagem Ligeirinho:
- ¡Arriba, arriba! ¡Ándale!
 
Ou “Eia, Sus!”, porque “That’s all, Folks!” é o caralho!

11 comentários:

  1. Cara, não é que se escreve pior. É que estamos seguros para não fazermos do idioma uma trava para. Hoje em dia, para publicar certas coisas, não precisa ter um mestrado em idiomas da língua portuguesa. As pessoas querem conexão. Deve-se, sim, estar atento a algumas coisinhas, como o tempo da narrativa, por exemplo, onde muita gente peca em colocar algo contado como se fosse um passado e logo depois como se fosse no tempo presente. "Mais" em vez de "mas" também é horrível.
    Sugiro que Marreta coloque os contos de Rubens na Amazon. Talvez, reunindo todos, viram um livro bem bacana. Ou pode colocar cada um como obras independentes, cimo fiz com meus 20 e poucos contos de sacanagem, lidos até hoje.

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    1. Concordo com sua sugestão, mas há mais livros a publicar. Não se trata de publicar "a obra completa", mas uma seleção do que foi feito de melhor. Particularmente, eu gosto mais dos poemas do Marreta. Mesmo assim, uma seleção dos melhores sempre será necessária. Identificar e selecionar, aí está a diversão.

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  2. Acho que é uma questão de quantidade. Depois de anos escrevendo, parece que você está se repetindo, e aí soa falso e ruim. Engraçado isso. Mas não acho que inspiração é coisa da juventude; inspiração dá em qualquer idade. O problema é a quantidade já feita. Escrever crônica leva uma vantagem, já que a crônica é um olhar sobre a época em que está sendo escrita ou sobre alguma coisa do passado do autor ou da história. É uma fonte inesgotável de temas e assuntos, mas tem que ter o talento de saber escolher o que escrever.
    Quem escreveu um grande livro fica sempre na obrigação de repetir ou melhor o primeiro, e isso sim é complicado. Poucos autores consegue tal feito. Na literatura popular, Sidney Sheldon e mais recentemente Dan Brown conseguiram, escreveram um livro atrás do outro todos muito bons. Mas temos o famoso caso do belo livro "O Morro dos Ventos Uivantes", que foi o único livro da autora Emily Bronte. Pelo que sei Cervantes só escreveu uma obra prima que foi Don Quixote, Dostoiévisk, talentoso ao extremo, escreveu Os Irmãos Karamazov e Crime e Castigo, suas obras primas, e tantos outros livros menores mas igualmente interessantes.

    Escrever às vezes, é trabalho, você tem que sentar, pensar no assunto e marretar....outras vezes a coisa vem pronta, por inspiração, isso me acontece quando de vez em quando quase nunca, escrevo poemas, geralmente me vem quase pronto.
    Ou seja, a coisa é inspiração e transpiração.

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    1. Nós escrevemos por prazer, pelo prazer de ser lidos e ter nossos textos bem avaliados. Não somos profissionais (graças a Deus!). Por isso, quando a inspiração diminui, a tendência é mandar tudo à puta que pariu, fechar o blog, excluí-lo da internet. Quando o Chico disse que “a inspiração é uma dádiva da juventude” ele apenas quis dizer que ela não flui mais com o ímpeto dos primeiros tempos. A título de exemplo, há o caso do cantor e compositor Guarabira (“te amo, espanhola”), que no início da carreira conseguia compor uma música por dia (!!!), uma produção alucinante. Por isso, minha sugestão de reler, selecionar e publicar uma antologia do melhor que foi escrito ao longo de mais de dez anos. É outra forma de perpetuar-se, de ser lembrado e, talvez, recuperar o ânimo. Quantos temas foram descartados por escritores e compositores famosos? Provavelmente muitos.

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  3. Eu já deletei blogues por pura raiva deles terem travado por causa de um vírus em uma época distante do passado e eu não conseguir acessá-los. Não deveria ter feito isso, deveria ao menos ter tentado salvar meus textos antigos. Mas já foi. Ainda não me convenci que a inspiração diminui, vários autores escreveram obras primas em idade avançada.

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    1. Isso é indiscutível, mas o sujeito precisa ralar mais, principalmente para não fazer mais do mesmo. Quanto aos textos, eu guardo todos. Mas, mesmo sabendo que não são grande coisa, eu tenho alma de acumulador. Já pensei em fazer novos e-books com casos e lembranças que publiquei, mas acredito que isso talvez não interesse a ninguém. Que importará a alguém ler o perfil de todos os tios e tias, mesmo que sob minha ótica irreverente?

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  4. Jotabê!!!
    Não vou entrar no mérito
    da publicação.
    Gosto de ler em blogs e ponto.
    Gosto de comentar sem
    ser para criticar ou dar opinião
    ou dica.
    Acredito que essa união e incentivo
    entre nós ( blogueiros e blogueiras )
    é super positiva, e faz diferença
    na vida da gente, na
    minha faz.
    Adorei ler.
    Bjins de bom fim
    de semana.
    CatiahoAlc.

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  5. Eu tô fazendo força para não voltar, mas tem hora que fica difícil resistir.
    https://www.opovo.com.br/noticias/politica/2021/09/08/penis-inflavel-verde-e-amarelo-em-manifestacao-bolsonarista-vira-meme.html

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