Ele voltou! Pois é, ele voltou, ou melhor, reapareceu. Mas não voltou como o personagem da música do Nelson Gonçalves, pois não parece ser boêmio. Talvez goste de umas escapadas, mas não chega a ser boêmio. Sua praia mesmo é a sedução, pois é um grande sedutor, naturalmente sedutor, sem forçar nada. E isso talvez explique a quantidade de corações que parece ter conquistado em sua última escapada.
domingo, 30 de julho de 2023
ELE VOLTOU
Ele voltou! Pois é, ele voltou, ou melhor, reapareceu. Mas não voltou como o personagem da música do Nelson Gonçalves, pois não parece ser boêmio. Talvez goste de umas escapadas, mas não chega a ser boêmio. Sua praia mesmo é a sedução, pois é um grande sedutor, naturalmente sedutor, sem forçar nada. E isso talvez explique a quantidade de corações que parece ter conquistado em sua última escapada.
sábado, 29 de julho de 2023
NO DIVÃ DO TERAPEUTA
O Blogson Crusoe foi criado para desovar textos, lembranças e piadas sem graça que eu fui criando e enviando para os filhos e alguns amigos, depois que me aposentei. Mas eu nunca conseguiria antever seus "efeitos colaterais" - experiências que eu nunca conseguiria prever.
Escrever um texto, acompanhar suas visualizações, ler os comentários provocados por ele seriam (e são) experiências inimagináveis para quem não tem um blog. Ter contato virtual com pessoas que serão sempre desconhecidas para você, ler comentários absolutamente inesperados, perceber que fora do seu círculo de convivência existem como que mundos desconhecidos de uma galáxia até então ignorada provoca às vezes uma perplexidade perturbadora.
Por outro lado, perceber que você vai aos poucos revelando uma parte do seu íntimo, das suas convicções, crenças, medos, preconceitos e intolerância, que você ainda que inconscientemente vai se revelando em cada post que divulga, tudo isso leva à convicção de que seu blog, criado sabe lá por que motivo, está se transformando no divã real de um terapeuta imaginário.
E quando, depois de criar um texto ou desenho que acredita, tem certeza que ficou nada menos que genial (só no seu julgamento, lógico), você percebe o silêncio ensurdecedor provocado por nenhuma visualização, nenhum comentário, nem mesmo de seus parentes e amigos mais próximos, quando você experimenta uma solidão que lembra a do Amir Klink cruzando o oceano em um barco a remo, você começa a entender que o blog adquiriu vida própria e apoderou-se de uma parte de sua vida, de seu tempo disponível e de seu humor.
A criação do Blogson fez com que eu me redimensionasse intelectualmente, porque se alguém perguntar de que assuntos eu gosto, vou logo dizendo que me interesso por artes, música, humor, filosofia, biologia, história, biografias, psicologia, enfim, um mundo de coisas.
Se espremer, é capaz até de descobrirem que me interesso também por alguma coisa útil. Isso apenas demonstraria que sou um profissional da área de exatas bem pouco ortodoxo.
Entretanto, relendo as coisas que escrevo, chego à conclusão que tenho poucos interesses e muita obsessão.
sexta-feira, 28 de julho de 2023
SEXTA MUSICAL
Tony Bennett - Cantor - 97 anos
Burt Bacharach - Pianista e compositor - 95 anos
Wayne Shorter - Saxofonista gravou álbum só com músicas e voz do Milton - 90 anos
Doris Monteiro - Atriz e cantora - 89 anos
Germano Mathias - Cantor e compositor - 89 anos
João Donato - Músico - 89 anos
Juca Chaves - Compositor, músico e humorista - 85 anos
Tina Turner - Cantora - 84 anos
Astrud Gilberto - Cantora - 83 anos
David Crosby - Crosby, Stills & Nash (Woodstock) - 82 anos
Leny Andrade - Cantora - 80 anos
Sueli Costa - Cantora - 80 anos
Dave Maclean - Cantor e compositor - 79 anos
Jeff Beck - Mega guitarrista de rock - 79 anos
Cynara - Quarteto em CY - 78 anos
Rita Lee - Cantora, compositora, atriz e escritora - 76 anos
Luiz Schiavon - Tecladista RPM - 65 anos
Canisso - Baixista dos Raimundos - 58 anos
Sinéad O'Connor - Cantora - 56 anos
John Romita Sr. - Desenhista HQs do Stan Lee - 93 anos
Paulo Caruso - Cartunista - 74 anos
Gina Lollobrigida - Atriz e delícia dos anos 50 - 96 anos
Harry Belafonte - Músico, ator e ativista - 96 anos
Carlos Saura - Cineasta - 91 anos
Zé Celso Martinez - Diretor de teatro - 86 anos
Raquel Welch - Atriz e delícia dos anos 60 - 83 anos
Antônio Pedro - Ator Escolinha Professor Raimundo - 83 anos
Helmut Berger - Ator - 79 anos
Jane Birkin - Cantora e atriz - 77 anos
Milan Kundera - Escritor - 94 anos
Mary Quant - Estilista - 93 anos
Palmirinha - Apresentadora e cozinheira - 92 anos
Paco Rabanne - Estilista - 89 anos
Silvio Berlusconi - Político - 87 anos
Sepúlveda Pertence - Jurista, magistrado e advogado - 86 anos
Glória Maria - Jornalista - 74 anos
Palhinha - craque de futebol - 73 anos
Olhaí.
quinta-feira, 27 de julho de 2023
BLACK DOG
quarta-feira, 26 de julho de 2023
SÓ PARA QUEBRAR A MONOTONIA MONOTEMÁTICA
Há muito tempo eu não publicava nenhuma das minhas piadinhas sem graça no Facebook. Hoje, às quatro da matina, depois de desistir definitivamente de ter o sono interrompido a cada hora, decidi escrotar e incomodar meus “amigos de facebook” e publiquei o lixo abaixo. O defeito foi quebrar a "Mens Salada Paprocki", mas como minha cabeça está totalmente dançada, talvez combine um pouco. E se não combinar? Responderei suavemente: FODA-SE!. Olhaí:
FLOYD EXPRICA
O Millôr Fernandes produziu todo tipo de humor, graças à sua genialidade e imensa bagagem cultural. O texto a seguir é uma modestíssima tentativa de emular uma das formas de humor em que ele, meu ídolo, era craque (ele era em todas!), que é aquela onde o humor está presente mais nos comentários de pé de página que no texto comentado propriamente dito. Vê aí.
Entre
quatro paredes(1), como se sabe, rola de tudo. Poderia até rolar um papo assim:
- Eu sou sua esfincter(2) – disse meio chapada a
estudante de psicologia(3) ao namorado, – Devora-me(4) ou te decifro!
- Tô sabendo... Eu não sou o Édipo, mas você vai
conhecer o tamanho do meu complexo!(5)
- Então vem, meu Rei!(6)
Notas
explicativas:
(1) “Quatro paredes” é um lugar comum que não se sustenta diante de
projetos arquitetônicos mais sofisticados. E se duas paredes forem substituídas
por uma que tenha a forma de meio cilindro, por exemplo?
(2) O que a moça quis dizer é “sphingo”,
equivalente grego de “esfinge”. Em virtude da apreciável concentração de
substâncias químicas em seu organismo, cometeu um ato falho clássico.
(3) Apesar de deslumbrada e gostosinha, era uma aluna bastante medíocre,
pois já tinha levado pau por dois anos seguidos na matéria que trata da
simbologia dos mitos utilizada por Freud – o que explica também a citação
equivocada.
(4) Segundo o dicionário, “Devorar” significa “comer com avidez, com
sofreguidão”.
(5) Essa frase totalmente equivocada e fora de contexto foi dita pelo
namorado só para impressionar, pois, sendo estudante de mecatrônica, não
entendia merda nenhuma de psicologia e, menos ainda, de teatro grego.
(6) A moça era soteropolitana e fã de Carlinhos Brownie.
terça-feira, 25 de julho de 2023
A HORA DE CINQUENTA MINUTOS
domingo, 23 de julho de 2023
VOCÊ É UM TASMANÍACO?
sexta-feira, 21 de julho de 2023
HOMENAGEM - FÁBIO LEITE ROCHA
Tenho andado com vontade de escrever sobre minha experiência, ou melhor, meu contato com a psicanálise em virtude do stress monumental que tenho vivido. Esse stress em grande parte é fruto de sono diariamente interrompido a cada uma ou duas horas.
Esteve presente em minha vida por 36 anos. Tenho 60. Isso significa que vivi a maior parte de minha vida tendo-o como referência. Foi meu professor, terapeuta, orientador, inspirador, coautor de publicações científicas e um grande amigo. Foi o meu padrinho na entrada para esta Academia.
Ainda estudante de medicina, na primeira metade dos anos 80, já namorando a ideia de ser psiquiatra, ouvia muito falar do grande Mestre. Entretanto, eu ainda não compreendia a sua enorme importância.
Essa importância foi resumida por um dos seus discípulos com a frase: A História da psiquiatria mineira divide-se em antes e depois de Paprocki.
De fato, Paprocki é considerado o patrono da psiquiatria moderna em nosso meio. Foi seu agente modificador histórico. Mudou a trajetória da psiquiatria mineira, a partir do final da década de 60, com sua atuação na direção do Hospital Galba Veloso. Em 1968, fundou a primeira residência de psiquiatria de Minas Gerais. Transformou o Galba em centro de excelência em assistência, ensino e pesquisa. Instituiu o primeiro serviço de psicologia em hospital psiquiátrico no Estado, o primeiro serviço de praxiterapia, o primeiro hospital psiquiátrico com portas abertas e o primeiro ambulatório vinculado a hospital psiquiátrico. Isso significa que Paprocki foi precursor da Reforma da Assistência Psiquiátrica, muito antes do tema chegar em nosso meio. Além disso, implementou um centro avançado de pesquisa em psicofarmacologia clínica que obteve reconhecimento internacional.
(...)
Ressalte-se que, por vários anos, ele foi o único psiquiatra brasileiro a ser referenciado em manuais internacionais de psicofarmacologia. Foi autor de grande número de artigos científicos, publicados em revistas nacionais e internacionais.
Toda essa revolução comandada por Paprocki representou o fim da formação autodidata de psiquiatras em nosso meio e o início da formação institucionalizada.
(...)
Paprocki tinha várias qualidades. Era excepcionalmente inteligente, tinha memória prodigiosa, era muito perspicaz, possuía cultura ampla, era muito estudioso, possuía grande generosidade e cordialidade, era carismático e dono de um humor fino incomum.
Quando comentava com ele sobre algumas dessas suas qualidades, muitas vezes dava crédito às suas origens. Paprocki nasceu em Lublin, na Polônia. Veio para o Brasil aos 13 anos, com sua família.
Quando eu o elogiava em relação à sua generosidade, falava do costume polonês de, na ceia de Natal, deixar uma cadeira desocupada à mesa para “alguém que chegasse inesperadamente”: um viajante, um amigo ou um familiar que batesse à porta. O gesto simboliza a tradição polonesa de hospitalidade e de inclusão.
(...)
Sobre a sua vasta cultura, dizia que o seu pai era um leitor contumaz, que sempre incentivava o hábito da leitura.
Paprocki não envelhecia. Morreu jovem aos 89 anos. Uma idade em que muitas pessoas já encaram o controle remoto da televisão como um painel de Boeing 737. Paprocki tinha o seu computador, o seu tablet e o seu smartphone. De vez em quando, me mostrava algum aplicativo interessante que havia descoberto. Mais que isso, exemplo de sua juventude, Paprocki lançou em outubro de 2014, no ano passado, aos 88 anos, o seu blog, onde postava textos, suas aulas e notícias médicas. Entre várias preciosidades, com seu humor peculiar, escreveu suas “Sugestões para Médicos com Menos de 65 Anos que Aspirem Envelhecer com Elegância e Dignidade”.
Na introdução, dirige-se aos médicos: “Durante o seu curso médico você adquiriu, presumivelmente, excelentes conhecimentos médicos, bom adestramento técnico e noções de ética. As faculdades de medicina somente propiciam ensino profissionalizante. Não propiciam um aculturamento amplo e, tão pouco, ensinam boas maneiras e bom gosto. Se você não foi orientado por seus pais ou outros mentores, quando criança e adolescente, possivelmente permaneça como entrou na faculdade, isto é, habitualmente inculto, rude e com gosto duvidoso, ainda que com excelente qualificação profissional.”
Paprocki continua: “A seguir são enumeradas algumas atividades que poderão ajudá-lo a superar certas dificuldades no plano de aprimoramento social e cultural.” Selecionei alguns trechos:
(...)
Contava que sua atração pela pintura surgiu ainda na adolescência. Chegou ao Brasil aos 13 anos de idade. O seu pai era fotógrafo profissional. Acompanhava-o em sessões fotográficas e ajudava-o a retocar as fotos. Essa atividade levou-o a estudar desenho. Mais tarde, passou para a pintura.
E para não perder o bom humor, brincava: “Quando os pacientes pararem de me procurar no consultório, vou me tornar pintor na “Feira Hippie” de Belo Horizonte; vou pintar minhas telas ao ar livre”. E completava: “Quem comprar uma tela, ganha uma consulta grátis”.
(...)
Extremamente cuidadoso com seus pacientes, preparou uma síntese da história psiquiátrica de cada um daqueles em tratamento com ele para que, após o seu falecimento, a continuidade do tratamento se desse sem maiores transtornos. Tenho recebido vários desses pacientes. Todos falam dele com carinho e gratidão.
(...)
Foi um profissional diferenciado, um farol que iluminou direta ou indiretamente várias gerações de psiquiatras. Na realidade, Paprocki iluminou a própria Psiquiatria.
A mim, iluminou a minha vida, com uma luz que não se apaga.
quarta-feira, 19 de julho de 2023
PARA AQUELES QUE ASPIRAM ENVELHECER COM ELEGÂNCIA - JORGE PAPROCKI
Ao pesquisar seu nome na internet para subsidiar um texto que ainda será escrito achei seu blog e o artigo transcrito a seguir, bem, bem a cara dele. Até consegui ver seu sorrisinho irônico enquanto escrevia essas recomendações. Aí resolvi copiar e publicar aqui no Blogson, por entendê-las aplicáveis a qualquer um que passou dos cinquentinha ou sessentinha, não só aos médicos.
É estranho pensar que o Paprocki já tinha
sido praticamente apagado na minha mente. Entretanto, ao ler esse artigo pintou uma
saudade tardia dele. Na verdade, talvez eu esteja mesmo é sentindo saudade de mim aos 21 anos, quando comecei a fazer terapia com ele. E aqui cabe a pergunta: que problemas um sujeito com 21 anos tem para buscar ajuda psicoterápica? Defeito de fabricação? Esta pergunta só poderá ser (ou não) respondida daqui a uma semana ou mais. Enquanto isso, divirta-se com as recomendações.
SUGESTÕES PARA MÉDICOS JOVENS, COM MENOS
DE 65 ANOS, QUE ASPIRAM ENVELHECER COM ALGUMA ELEGÂNCIA E DIGNIDADE E
PERMANECEREM BEM TOLERADOS POR SEUS COLEGAS, SEUS PACIENTES, SUAS MULHERES,
FILHOS E NETOS
Postado em 01 de dezembro de 2014
· Durante
o seu curso médico você adquiriu, presumivelmente, excelentes conhecimentos
médicos, bom adestramento técnico e noções de ética. As Faculdades de Medicina
somente propiciam ensino profissionalizante. Não propiciam um aculturamento
amplo e, tão pouco, ensinam boas maneiras e bom gosto. Se você não foi
orientado por seus pais ou outros mentores, quando criança e adolescente,
provavelmente permanece como entrou na faculdade, isto é, habitualmente
inculto, rude e com gosto duvidoso, ainda que com excelente qualificação
profissional. A seguir, são enumeradas algumas atividades que poderão ajudá-lo
a superar certas dificuldades no plano de aprimoramento social e cultural.
· Não
pare de estudar enquanto estiver exercendo atividade médica: leitura de uma
hora por dia, todos os dias, costuma ser suficiente para manter-se
razoavelmente atualizado em qualquer especialidade. Continue frequentando
reuniões científicas de sua associação: conferências, seminários, cursos e, se
possível, congressos.
· Procure
aculturar-se, permanentemente, até o fim de sua vida: leia bons livros, assista
boas peças teatrais e bons filmes; ouça boa música, erudita ou popular; visite
bons museus e realize boas viagens. Tudo isso costuma ser melhor quando
efetivado em boa companhia, isto é, em companhia de pessoas cultas, bem
educadas e de gosto refinado.
· Faça,
periodicamente, um curso de aculturamento amplo, fora da área médica: música
erudita, história da arte, história das religiões ou outra disciplina que
sempre desejou estudar e nunca teve tempo.
· Procure
manter-se bem informado acerca de algum assunto atual, de seu interesse:
política internacional, economia, meio ambiente, preservação da natureza. Esses
conhecimentos podem tornar você atraente para outras pessoas, interessadas nos
mesmos assuntos. Lembre-se: “Quanto mais interesses você tiver, mais interessante
você fica”.
· Cultive
algum “hobby”: pintura, música, percussão, canto, dança, teatro, culinária,
jardinagem. O “hobby” ideal deve envolver alguma atividade manual e deve
proporcionar prazer. Brinque de músico, de pintor, de jardineiro ou de cozinheiro.
O resultado ou o produto final dessas atividades é pouco relevante. O
importante é o aspecto lúdico e o prazer auferido por você, não pelos outros!
· Participe
de alguma atividade associativa: Associação Médica, Sindicato, Conselho de
Medicina, Academia de Medicina, Sociedade de Especialidade ou uma ONG. Clube
recreativo, torcida organizada de clube futebolístico e partido político não
tem o mesmo valor!!!
· Participe
de algum trabalho voluntário, com conteúdo social: aulas de alfabetização,
noções de informática, de história, de línguas, para adolescentes ou adultos,
são atividades válidas e politicamente corretas. Distribuir brinquedos de natal
para crianças carentes ou cobertores para “sem teto”, é pouco! Voluntariado de
assistência hospitalar, para enfermidades crônicas e em estágio final, pode ser
muito nobre, mas é muito desgastante. Não force!
· Faça
exercícios não radicais: caminhada, nado e dança são válidos. Ciclismo,
mergulho e montanhismo são compatíveis para poucos privilegiados, com
excelentes condições físicas e adestramento desde a juventude. Não são
apropriados para adultos maduros que nunca praticaram de atividade física. Em
um determinado momento de sua vida você sentirá que não é mais o jovem que era
quando terminou a faculdade, a residência ou seu mestrado e doutorado. Nesse
momento existem outras modalidades de atividades físicas que podem ser
adotadas: golf e ping - pong são bons exemplos.
· Periodicamente,
submeta-se a alguma forma de psicoterapia breve. Sessões semanais, durante três
meses, com intervalos de três em três anos, com um terapeuta que já lhe
conhece, costumam ser suficientes para se manter, razoavelmente, equilibrado.
Caso você nunca submeteu-se a uma psicoterapia, o ritmo e a duração serão
estabelecidos por você e pelo terapeuta escolhido, de acordo com suas
necessidades e idade. Procure informar-se acerca do tipo de psicoterapia que
melhor se ajusta à sua problemática.
· Caso
você esteja saudável e assintomático, faça acompanhamento periódico com um bom
clínico geral ou um geriatra. Caso seja portador de alguma enfermidade crônica
faça um acompanhamento assíduo, com um especialista competente, da área
correspondente à sua enfermidade. Nunca se automedique e não postergue
tratamentos. Ser médico não imuniza ninguém da evolução catastrófica de
enfermidades crônicas.
· Procure
não parar de trabalhar, na sua área de atuação médica, enquanto continuar sendo
procurado por clientes. Reduza seu ritmo de trabalho, paulatinamente, de
acordo com suas possibilidades físicas e psíquicas. Caso essa medida não seja
viável ou caso esteja incapaz para realizar tarefas médicas, procure uma
atividade administrativa ou burocrática, leve, com horário reduzido, que tenha
alguma conexão com sua área de atuação médica, anterior.
· Assuma
sua calvície e os seus cabelos brancos. A maior parte das mulheres, de bom
gosto, costuma afirmar que esta é uma atitude mais aceitável e elegante do que
tentar implantes ou tingir os cabelos. Raspar a cabeça somente é aconselhável
para aqueles que têm um biótipo adequado.
· Não
faça relatos acerca das suas façanhas acadêmicas, científicas e sexuais para
pessoas que não pediram essas informações. Se você tem o hábito de contar
anedotas, preste o máximo de atenção possível para não repeti-las, para as
mesmas pessoas. Fale menos e escute mais. Se conseguir, a maioria vai achar que
você é um excelente papo.
· Evite
fazer sexo somente para provar que ainda consegue (com ou sem
sildenafila). O resultado costuma ser desastroso.
· No
mundo ocidental capitalista e consumista, usualmente, fomos adestrados para
competir e, se possível, levar a melhor, isto é, vencer! Somos o que somos
e temos o que temos como resultado de atitudes e de comportamentos
competitivos, bem e mal sucedidos, ao longo de nossas vidas. Entretanto, chega
um momento em que a competição torna-se inútil e desnecessária: ou você já
provou que é bom, ou já não consegue provar. Aprenda a retirar-se da luta no
momento próprio, com alguma elegância e dignidade.
· Lembre-se que algumas dessas sugestões podem ser adequadas para quem as escreveu e, eventualmente, para você. Siga apenas aquelas que julgar pertinentes. Não tente persuadir outras pessoas a segui-las. Principalmente aquelas que não pediram tal aconselhamento.
terça-feira, 18 de julho de 2023
A VOZ QUE CLAMA PELO DESSERT
segunda-feira, 17 de julho de 2023
MEU CORAÇÃO É DO TAMANHO DE UM CACHORRO
Meu coração é do tamanho de um cachorro. Uma frase dita assim pode levar alguém a pensar que estou delirando. Mesmo que em tempos recentes e devido ao cansaço e impossibilidade de dormir eu tenha tido pensamentos delirantes, não estou delirando agora. Este título surgiu por causa de um cãozinho abandonado que vi ao passar de carro por uma rua deserta.
domingo, 16 de julho de 2023
PÚRPURA
Minha mulher amou o livro "O menino do dedo verde", mas nunca me interessei em ler a história, apesar de tê-lo aqui em casa. Depois de mais uma noite mal dormida tudo o que eu menos tenho hoje é paciência e lirismo. Por isso rascunhei este lixo abaixo, sem conseguir atingir a ironia que buscava. Se não estivesse tão triste e cansado talvez eu dissesse "Ficou ruim? Foda-se. Não gostaram? Fodam-se. Eu quero que o mundo todo se foda!" Mas o que eu desejo mesmo agora é só um sono reparador (que não terei).
Era doentio duende
Um dedo pintado de púrpura
A quem abater buscaria
Pois nisso se comprazia
Era esse seu mister
Tudo que ele tocava
Logo, logo fenecia
Qual a moral e final dessa história
Não saberei te contar
Não ando bem de memória
sábado, 15 de julho de 2023
A PANELA DE PRESSÃO CÔMICA
Puta que pariu! Esse ChatGPT é um estudante jubilado de jornalismo ou letras, pois não escreve nada que preste! Olha o pedido que fiz ao escrotão:
Era uma vez um aposentado chamado Antônio, um sujeito pacato que havia decidido abraçar a nobre tarefa de cuidar de um idoso, seu velho amigo Sebastião. Embora não remunerado, Antônio levava seu trabalho a sério, como se fosse um autêntico trabalhador à moda antiga. Ele entendia que, mesmo sem um crachá ou contracheque, sua missão de cuidador exigia dedicação e comprometimento.
No entanto, com o passar do tempo, Antônio começou a sentir os efeitos do estresse extremo. As demandas constantes de Sebastião, que às vezes parecia ter uma lista interminável de reclamações e exigências, começaram a pesar sobre ele. Antônio percebeu que estava começando a exibir sintomas semelhantes aos da famosa síndrome de burnout.
Decidido a não deixar o estresse dominar sua vida, Antônio teve uma ideia brilhante. Ele pensou: "O riso é a melhor válvula de escape para a pressão acumulada, assim como uma panela de pressão precisa da sua válvula para evitar uma explosão." E assim, ele decidiu adotar uma estratégia incomum para enfrentar o desafio diário de ser cuidador.
Antônio transformou a rotina com Sebastião em uma verdadeira comédia. Ele passou a criar situações engraçadas e a contar piadas durante o dia todo. Quando Sebastião acordava de mau humor, Antônio o recebia com uma imitação exagerada de um personagem famoso, fazendo o velho rir mesmo contra a vontade.
Durante as refeições, Antônio se transformava em um chef atrapalhado, derrubando ingredientes e fazendo caretas engraçadas enquanto preparava os pratos. Ele inventava histórias mirabolantes para entreter Sebastião, que não resistia e soltava gargalhadas. Até mesmo a hora do banho se tornou uma festa, com Antônio fazendo dublagens engraçadas de personagens de desenhos animados enquanto ajudava seu amigo a se lavar.
Aquela casa, que antes era palco de tensões e preocupações, agora estava repleta de risadas contagiantes. Antônio descobriu que o poder do humor era capaz de aliviar as tensões e transformar o ambiente. Ele percebeu que não importava se era um trabalho remunerado ou não, o cuidado e a atenção que ele oferecia a Sebastião eram valiosos e mereciam ser vivenciados com alegria.
Com o tempo, Antônio notou que seus sintomas de "burnout à moda antiga" começaram a desaparecer. A panela de pressão cômica funcionava como uma válvula mágica, liberando o estresse e as preocupações acumuladas. Ele percebeu que, além de fazer bem a si mesmo, estava proporcionando momentos de felicidade genuína a seu amigo idoso.
E assim, Antônio seguiu seu caminho como o cuidador bem-humorado, mostrando que a vida pode ser mais leve e divertida mesmo em meio a situações desafiadoras. Ele provou que o riso é uma poderosa ferramenta de enfrentamento, capaz de transformar até mesmo as mais difíceis das tarefas em momentos de alegria.
E assim, a panela de pressão cômica continuou a funcionar, espalhando gargalhadas e dissipando o estresse, enquanto Antônio e Sebastião desafiavam juntos as adversidades do dia a dia, com muito bom humor e amor.
quinta-feira, 13 de julho de 2023
SINA DE BURNOUT
Não faz muito tempo que eu ouvi a expressão “síndrome de burnout”. Passei meio batido, sem me preocupar com seu significado exato. Depois disso, graças ao stress absurdo vivido por minha mulher e, consequentemente por mim, fiquei pensando que estou próximo de um burnout. E aí fui procurar informações na mãe dos burros, que é a internet. E achei um texto que explica, blablabla, mas diz que é uma síndrome que acomete quem está trabalhando. Achei uma injustiça, mas depois raciocinei que também sou hoje um empregado, mesmo que sem remuneração, pois exerço as funções de “cuidador de idoso”, mais especificamente um cuidador em tempo integral de minha mulher, a quem amo sem medida. E aí resolvi divulgar o texto (mesmo sem saber mais onde o encontrei), pois parece que minha sina é ser burnout, mesmo sem saber o que essa merda significa. É morte súbita? AVC violento? Ataque cardíaco fulminante? Brochada irreversível? O que é afinal o "12º estágio"? Olhaí.
ESTRELA DE BELÉM
Na música “Ouro de Tolo” o Raul Seixas cantou estes versos: “Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado. Macaco, praia, ...
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Este post serve para divulgar as três obras primas publicadas por este blogueiro na Amazon.com.br . E são primas só pelo parentesco, pois...
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Esperando que ninguém tenha "fugido para as montanhas", apresento mais uma música fruto da parceria Suno-Jotabê (o compositor se...
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Recebi de minha mulher um vídeo onde a atriz Alessandra Maestrini lê o texto transcrito a seguir. Alessandra Maestrini é a intéprete da hilá...