Winston Churchill dava o nome de “black dog” à depressão que frequentemente
o acometia (ao ponto de deixá-lo prostrado na cama). Tomava antidepressivos, etc. Encontrei na internet este
texto (originalmente escrito em inglês):
Em uma carta inicial para sua esposa Clementine em 1911, depois de
ouvir a esposa de um amigo ter recebido alguma ajuda para a depressão de um
médico alemão, ele escreveu:
“Eu acho que esse homem pode ser útil para mim - se meu cachorro
preto retornar. Ele parece bem longe de mim agora - é um
alívio. Todas as cores voltam à imagem”.
Pelo
que entendi, ele provavelmente era portador de algum transtorno bipolar.
Nunca fui diagnosticado como portador de
transtorno bipolar. Melhor dizendo, se fui, ninguém me contou. Como, à exceção
de um ansiolítico logo abandonado, não tomo nem nunca tomei nenhum medicamento
controlado, daqueles que te deixam apto até a realizar fotossíntese, imagino
que esse transtorno não existiu - ou não existia.
Nos últimos tempos, entretanto, tenho alternado tanto estados de humor antagônicos que até fiz uma piadinha estilo JB: “Tô me sentindo mais bipolar que segundo turno de eleição presidencial”. Postei a frase no Facebook, mas, arrependido, logo excluí. Comportamento típico de gente não muito normal, concordam?
Por isso mesmo, consigo postar textos que são
o máximo do máximo da melancolia e estado depressivo, para, em seguida, fazer
piadas idiotas como se estivesse no melhor dos mundos. Achei legal registrar
este momento pessoal, inclusive para que os escassos leitores do blog não
fiquem pensando que os textos xaroposos e piegas são apenas invencionice minha.
Não são. São mesmo retratos de meus estados mentais.
E “descobri” uma coisa óbvia: não dá para
escrever sobre sofrimento se você está “na
mais pura alegria”, rolando de rir. Obviamente, o inverso disso também
funciona. Por isso, dois textos mais depressivos e já iniciados aguardam novo
ataque do meu "black dog"
para ser concluídos.
(publicação original: 07/10/2018)
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