Este texto foi escrito há vários dias e já está com data de validade próxima do vencimento - grave defeito, quase tão ruim quanto sua qualidade zero.
“Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa” era o bordão de Paulo Cintura, personagem que batia ponto na Escolinha do Professor Raimundo. O que isso tem a ver com o texto a seguir? Muita, muita coisa.
Estava de bobeira,
semi-sonolento, no limiar entre o sono e a vigília, pensando na fragilidade do
corpo humano, na tendência a ignorar os sinais que nosso corpo emite,
menosprezando-os até que um grande contratempo surge e leva nossa saúde para o
espaço e em nossa estranha propensão a nos deixar enganar, a nos autoenganar.
A mente continuou a viajar e me vi deplorando a inacreditável arrogância e megalomania do criador do mini submarino que implodiu e causou a morte de quatro pessoas seduzidas pelo seu "canto de sereia". O que faz com que as pessoas sejam tão crédulas assim?
E mais, o que leva as pessoas a se comportar como grandes rebanhos, grandes manadas sempre prontas a seguir líderes messiânicos cujo maior desejo é em última instância impor sua própria visão de mundo?
Estava nesse estado meio delirante, meio onírico, quando me lembrei de uma poesia dos tempos de ginásio. Aí a ironia deu as caras e resolvi "coelhonetar" alguns versos no mesmo estilo. E virou esta coisa.
Criança, ama com fé e orgulho
O corpo com que nasceste,
Pois o que
realmente conta em última instância
É que não terás
mais nenhum igual a este.
Pouco importa o
que tentem te impingir,
Te doutrinar, te
fazer valorizar –
Pátria, soberania,
recursos minerais?
Riqueza, poder,
todos os tipos de "ismo"? Esquece!
Pois tu és vista
apenas como mais uma peça
No quebra-cabeça
que os poderosos em montar
Se divertem,
sempre prontos a mostrar
Que sua solução é
a melhor, a ideal, a ímpar.
Mas o que
realmente importa
É o que tu desejas
para ti, para a tua vida
Tarefa difícil,
tarefa inglória (muitas vezes).
Não o que outros
desejam ou esperam de ti,
Quando o que
sentes é só desespero e muita dor
De que te adiantam
flâmulas, cercas e fronteiras?
O que
verdadeiramente importa para ti
São da cura e
esperança as coloridas bandeiras
E o começo, o
início de tudo são os cuidados
Que tu dedicarás
ao teu corpo e à tua atividade cerebral
Dê a eles o melhor
de teus esforços
Mesmo que tudo
sempre escoe pelo ralo no final
No fim, o que te
importará são as dores que sentirás
A paralisia de
teus movimentos em crescente espiral
Um cérebro dando
sinais de apagão
E que não tenhas
uma doença terminal!
Orgulho,
presunção, vanidade, soberba,
Nacionalismo,
radicalismo, patriotadas, fanfarronice?
Deixe tudo isso a
quem mais lhes aprouver. A ti
Basta o corpo e a mente sempre saudáveis. Seja feliz!
Sim, a postagem está aparecendo normalmente. Inclusive, eu já tinha lido antes de você mexer no título.
ResponderExcluirObrigado!
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