Hoje me ocorreu que todo mundo deveria criar um blog. Quem embarcasse nessa ideia nunca precisaria da ajuda de terapeuta e psicólogos para se conhecer melhor. Menos ainda de cartomantes ou pais de santo (bazinga!)
O Blogson Crusoe foi criado para desovar textos, lembranças e piadas sem graça que eu fui criando e enviando para os filhos e alguns amigos, depois que me aposentei. Mas eu nunca conseguiria antever seus "efeitos colaterais" - experiências que eu nunca conseguiria prever.
Escrever um texto, acompanhar suas visualizações, ler os comentários provocados por ele seriam (e são) experiências inimagináveis para quem não tem um blog. Ter contato virtual com pessoas que serão sempre desconhecidas para você, ler comentários absolutamente inesperados, perceber que fora do seu círculo de convivência existem como que mundos desconhecidos de uma galáxia até então ignorada provoca às vezes uma perplexidade perturbadora.
Por outro lado, perceber que você vai aos poucos revelando uma parte do seu íntimo, das suas convicções, crenças, medos, preconceitos e intolerância, que você ainda que inconscientemente vai se revelando em cada post que divulga, tudo isso leva à convicção de que seu blog, criado sabe lá por que motivo, está se transformando no divã real de um terapeuta imaginário.
E quando, depois de criar um texto ou desenho que acredita, tem certeza que ficou nada menos que genial (só no seu julgamento, lógico), você percebe o silêncio ensurdecedor provocado por nenhuma visualização, nenhum comentário, nem mesmo de seus parentes e amigos mais próximos, quando você experimenta uma solidão que lembra a do Amir Klink cruzando o oceano em um barco a remo, você começa a entender que o blog adquiriu vida própria e apoderou-se de uma parte de sua vida, de seu tempo disponível e de seu humor.
A criação do Blogson fez com que eu me redimensionasse intelectualmente, porque se alguém perguntar de que assuntos eu gosto, vou logo dizendo que me interesso por artes, música, humor, filosofia, biologia, história, biografias, psicologia, enfim, um mundo de coisas.
Se espremer, é capaz até de descobrirem que me interesso também por alguma coisa útil. Isso apenas demonstraria que sou um profissional da área de exatas bem pouco ortodoxo.
Entretanto, relendo as coisas que escrevo, chego à conclusão que tenho poucos interesses e muita obsessão.
O Blogson Crusoe foi criado para desovar textos, lembranças e piadas sem graça que eu fui criando e enviando para os filhos e alguns amigos, depois que me aposentei. Mas eu nunca conseguiria antever seus "efeitos colaterais" - experiências que eu nunca conseguiria prever.
Escrever um texto, acompanhar suas visualizações, ler os comentários provocados por ele seriam (e são) experiências inimagináveis para quem não tem um blog. Ter contato virtual com pessoas que serão sempre desconhecidas para você, ler comentários absolutamente inesperados, perceber que fora do seu círculo de convivência existem como que mundos desconhecidos de uma galáxia até então ignorada provoca às vezes uma perplexidade perturbadora.
Por outro lado, perceber que você vai aos poucos revelando uma parte do seu íntimo, das suas convicções, crenças, medos, preconceitos e intolerância, que você ainda que inconscientemente vai se revelando em cada post que divulga, tudo isso leva à convicção de que seu blog, criado sabe lá por que motivo, está se transformando no divã real de um terapeuta imaginário.
E quando, depois de criar um texto ou desenho que acredita, tem certeza que ficou nada menos que genial (só no seu julgamento, lógico), você percebe o silêncio ensurdecedor provocado por nenhuma visualização, nenhum comentário, nem mesmo de seus parentes e amigos mais próximos, quando você experimenta uma solidão que lembra a do Amir Klink cruzando o oceano em um barco a remo, você começa a entender que o blog adquiriu vida própria e apoderou-se de uma parte de sua vida, de seu tempo disponível e de seu humor.
A criação do Blogson fez com que eu me redimensionasse intelectualmente, porque se alguém perguntar de que assuntos eu gosto, vou logo dizendo que me interesso por artes, música, humor, filosofia, biologia, história, biografias, psicologia, enfim, um mundo de coisas.
Se espremer, é capaz até de descobrirem que me interesso também por alguma coisa útil. Isso apenas demonstraria que sou um profissional da área de exatas bem pouco ortodoxo.
Entretanto, relendo as coisas que escrevo, chego à conclusão que tenho poucos interesses e muita obsessão.
(Publicação original: 02/05/2015)
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