Graças ao tema e comentários do post "Rascunho" resolvi reciclar uma publicação de novembro de 2016, pois tem tudo a ver com minha cabeça atual. Creio que esse caso aconteceu em 1990 ou 1991, pois meu filho mais velho estava ainda lá pela sétima ou oitava série e teve de fazer um trabalho em grupo sobre velhice ou coisa parecida. Pai entusiasmado e mãe mais ainda, resolvemos levar nosso filho e seu grupo à “Cidade Osanam”, um asilo muito agradável, fundado e mantido pela Sociedade de São Vicente de Paulo. Conversamos com algumas idosas ainda lúcidas e simpaticíssimas (creio que monopolizei as conversas, pois é nunca que eu deixaria de aproveitar essa oportunidade!), ouvimos histórias comoventes, pungentes, tiramos alguns retratos das idosas e do lugar e fomos embora.
Olhaí a letra googlelizada e interpretada (alterada) livremente por mim.
Velhos
amigos
Sentados em seu banco de praça como num final de livro
Um jornal voando pela grama cai nas pontas arredondadas dos sapatos caros dos velhos amigos
Velhos
amigos
O inverno acompanha os velhos perdidos em seus sobretudos, esperando pelo pôr-do-sol
Os sons da cidade trespassando as árvores pousam como poeira nos ombros dos velhos amigos
Você
pode nos imaginar daqui a alguns anos dividindo silenciosamente um banco de praça?
Quão terrivelmente estranho é ter setenta anos!
Velhos
amigos
A memória acaricia os mesmos anos, compartilhando em silêncio o mesmo medo.
Uma
época se foi, foi-se
uma época. Uma
época de inocência, uma
época de confidências.
Deve
ter sido há muito tempo! Eu
guardo uma foto.
Sentados em seu banco de praça como num final de livro
Um jornal voando pela grama cai nas pontas arredondadas dos sapatos caros dos velhos amigos
O inverno acompanha os velhos perdidos em seus sobretudos, esperando pelo pôr-do-sol
Os sons da cidade trespassando as árvores pousam como poeira nos ombros dos velhos amigos
Quão terrivelmente estranho é ter setenta anos!
A memória acaricia os mesmos anos, compartilhando em silêncio o mesmo medo.
Preserve
suas memórias, elas
são tudo o que sobrou de você
Sabe que ouvindo essa música e tentando entender, tatear (à minha maneira) as sensações e sentimentos que ela causa em você, lembrei de uma que tem o mesmo significado (só que, nesse caso, da juventude; da liquidez da vida) pra mim.
ResponderExcluirNine - La dispute. Eu conheci num momento marcante da minha adolescência, e nunca a esqueci. Ouço somente quando é realmente importante, necessário. Não é aquele tipo de música que se pode ouvir de bobeira - é necessário coragem, muita coragem pra mergulhar em todas as sensações, lembranças (vividas ou imaginárias) e sentimentos que ela traz. Eu me arrepio sempre.
Peço que ouça. É verdadeiramente linda.
Vou deixar a tradução aqui (também não sou da galera do inglês kkkkk). Saca só:
Lembro-me de uma vez nos degraus da igreja,
Quando me movi para beijar seu peito,
Como demos uma atenção tão grande
Para cada respiração doce e gaguejada,
Eu deveria ter parado de pintar a nossa imagem,
Capturado pura e honesta afeição,
Apenas para documentar a diferença
Entre atração e conexão.
Eu posso ver todos os meus amigos e
Eu arrombo prédios vazios,
Quando a costa estava limpa,
Com mochilas cheias de cervejas,
Nós jogávamos nossas garrafas de cima dos telhados
Nesta cidade, que parecia interminável.
Acho que eu ainda não vejo a diferença
Entre real propósito e a urgente adolescência.
E eu me lembro em um porão, partilhando suor
Com todos esses meninos e meninas estranhos,
"Nós vamos mudar o mundo!" Cantamos,
"Nós vamos mudar o mundo!" Mas,
Nada parece mudar e
Eles dizem que nenhum deles vão ouvir,
Mas ainda vejo muito mais força naquele porão
Do que em políticos sem coração.
E se levarmos uma surra deste inverno,
Se formos estrangulados pelo remorso, apenas
Deixe nosso amor pela vida e a tensão
Arfar em respirações doces e gaguejadas, e
Peça-lhes para deitar-nos em um porão,
Estraçalhar algumas garrafas no chão, e
Dizer que não pudemos notar a diferença
Entre o sentimento e o som.
Lembre-se não das nossas peças defeituosas,
Lembre-se não das nossas partes enferrujadas,
Não são as muitas imperfeições que nos definem, mas
A forma como guardamos nossos corações,
E a maneira como nós mantemos nossas cabeças,
Espero que eles escrevem seus nomes ao lado do meu
Na minha lápide quando eu estiver morto.
E quando estivermos mortos deixe as nossas vozes continuar
Para encontrar uma melhor canção.
Para encontrar uma melhor canção e cantar junto
Adorei a letra, mas prefiro não me aprofundar no comentário. Não sei por que, fez com que eu me lembrasse da época em que comecei a destruir minha vida. Por isso, fica a sugestão de uma leitura para rir um pouco. Olhaí.
Excluirhttps://blogsoncrusoe.blogspot.com/2017/07/inocente-puro-e-besta.html
Kkkk eu ri bastante, principalmente com os comentários. Adorei. Quero ter histórias assim pra contar também.
ExcluirAdorei o modo com que narrou os acontecimentos. Queria ter essa habilidade em narrativa.
Você é bem careta até hoje, né? Se considera e se vê dessa forma?
Não me considero careta, pelo contrário. Agora, se "careta" significar não usuário de drogas lícitas e ilícitas, então sim, sou careta. Adorei e adotei para mim uma frase ouvida um dia: "a realidade me basta".
ExcluirE como estou de bom humor, sugiro a leitura dos posts abaixo, escritos em 2016. Mas procure assim na internet, pois não tive saco de copiar os links. Eles traçam um perfil bastante esclarecedor da minha vida até me casar. Creio que vai rir também.
BLOGSON CRUSOE - ZEZIM
BLOGSON CRUSOE - KARMA, QUE EU EXPRICO
BLOGSON CRUSOE - INFÂNCIA F. P.
BLOGSON CRUSOE - A PRAXE DOS IMBECIS
BLOGSON CRUSOE - SEXO, DROGAS & ROCK' N ROLL - PARTE 1
BLOGSON CRUSOE - SEXO, DROGAS & ROCK' N ROLL - PARTE 2
BLOGSON CRUSOE - SEXO, DROGAS & ROCK' N ROLL - PARTE 3
O careta a que me referi realmente nada tem a ver com drogas. É que você parece seguir muitas normas, muitas regras autoimpostas. Nesse sentido foi minha pergunta, kkkkk.
ExcluirVou procurar e ler!
Em relação ao episódio de Ouro Preto, só vou dizer uma coisa : Show Engenharia.
ExcluirConte-nos tudo e não nos esconda nada, Jotabêr!!!
Quanto à caretice,creio que poderia ser trocada então por TOC moderado. Quanto ao "show", realmente ainda não tenho coragem nem vontade para falar sobre isso. Talvez, quem sabe, um dia eu conte. E o pior é que ele não tem nada assim tão excepcional (excetuada a canalhice em algumas situações).
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