Em
junho deste ano o velho e alquebrado Blogson Crusoe completou seis anos de
existência. Pode parecer pouco, mas na escala logarítmica a unidade de mensuração
desse tempo de vida é “pracaralho”, ou seja, tempo pra kawaka. Pois bem, nessa
eternidade toda o blog teve 88.956 visualizações, uma quantidade tão inimaginável
quanto a fortuna do Bill Gates convertida em notas de lobo guará. Quantos
loucos teriam contribuído para um número tão espantoso? Bom, para ser sincero,
não são tantos assim.
Façamos
as contas: meu amigo Marreta provavelmente é responsável pela metade dos
acessos. Além dele, não posso me esquecer dos gentis robôs do Google, que contribuíram
com uns dois mil acessos. Bom, do que sobrou, provavelmente 70% deve ser
creditado aos amigos virtuais que aportaram por aqui graças a quem mesmo? Ao
Marreta!
Isso
significa que no quesito “leitores” o Azarão é o atacadista do Blogson (!) ou,
em outras palavras, o blog da solidão ampliada seria uma espécie de sucursal do
Marreta – mesmo que as temáticas desses blogs pouco tenham em comum. Às vezes,
entretanto, o que ele publica se encaixa tanto (esse “encaixa” só ocorre no
plano intelectual, ok?) no viés preferencial do Blogson que é impossível não
transcrevê-lo, mesmo que o texto transcrito provavelmente já seja do
conhecimento de 99% de todos os que acessam este blog.
Hoje
aconteceu isso. Eu ri tanto do caso esplendidamente contado por ele que não
tive dúvida: “Vai para o Blogson!” Só precisei fazer duas adaptações: retirei o
início do texto original para não parecer jogada de marketing (ou autopromoção)
e reprogramei o post que sairia hoje. Olhaí que super hilário:
"O cara morreu e
acordou de cara para os Portões Celestiais. Ficou meio desconfiado, ressabiado,
pensou que podia ser uma "pegadinha" do Capeta, afinal, não fora lá
aquelas coisas em vida. Resolveu arriscar. Tocou a campainha do Céu. Atendeu-lhe
São Pedro, perguntou-lhe o nome, abriu o Livro Divino, correu os dedos e as
vistas por suas páginas e confirmou:
- Sim, meu filho, seu
lugar é aqui, parabéns. Agora, eu lhe conduzirei ao seu local de repouso, à sua
morada eterna e, no caminho, já vou lhe mostrando as dependências e áreas
comuns do Céu. O cara foi seguindo São Pedro e o Porteiro do Céu foi lhe indicando
onde ficava o refeitório, o salão de jogos, a barbearia, um pequeno comércio
local de artesanato de imagens sacras e relíquias... quando, do nada, ouviu
terríveis gritos de agonia e sofrimento saídos de uma pequena oficina.
- São Pedro, que gritos
são esses? Parece que alguém está sendo torturado, não esperava ouvir isso por
aqui.
- Isso não é nada, meu
filho, não é tortura, não. É que essa pessoa foi muito boa em vida, muito boa
mesmo, magnânima, tão boa que vai virar santo. Esses gritos são porque estão
furando a cabeça dela para ser colocado aquele halo luminoso da santidade.
- Ah, então tão certo,
São Pedro.
Continuaram em direção
ao novo lar do recém-chegado e com o tour pelo Céu. São Pedro mostrou
o clube, a piscina, a padaria, a academia, a biblioteca do Céu... e novos
gritos saídos de outra pequena oficina, ainda mais lancinantes que os
anteriores.
- O que é isso, agora,
São Pedro? Esse tá sofrendo mais ainda que o outro.
- É que esse, meu filho,
foi ainda melhor que o outro, mais caridoso e benevolente ainda para com seus
semelhantes, tão melhor que o outro que vai virar anjo e se sentar ao lado do
Senhor. Esses gritos são porque estão furando as costas dele para serem
encaixadas as asas. Entendeu, meu filho?
- Entendi, São Pedro,
entendi, sim. Olha, Pedrão, agradeço a boa acolhida, a reserva de quarto feita
em meu nome e tudo, não quero parecer mal-agradecido nem que me leve a mal ou
tome o meu pedido como uma ofensa, mas não dá pra me enviar pro Inferno, não?
- Que pedido é esse, meu
filho? Jeito tem, eu tenho essa autonomia, mas por que este desatino de sua
parte?
- Ó, São Pedro, eu não
quero fazer o senhor perder mais de seu tempo comigo, só me manda pro Inferno e
pronto.
- Meu filho, aquilo é um
lugar de sofrimento eterno.
- Eu sei, São Pedro, eu
já pensei que fosse mesmo pra lá. Me manda, vai.
- Um local de
martírio...
- Sei, São Pedro, se
precisar eu assino um termo de responsabilidade ou coisa parecida. Só me manda
pra lá.
Disposto a não desistir
daquela alma confusa e conturbada, São Pedro jogou a sua última cartada.
- Meu filho, quando você
chegar no Inferno, a primeira coisa que o Capeta vai fazer é comer o seu cu!
- Eu sei, São Pedro, mas
pelo menos o buraco já tá pronto!"
Rapaz, eu sou o gigolô do Blogson Crusoe.
ResponderExcluirAhahah!!!!
ExcluirAcho que o que somos mesmo é simbiontes.
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