Se você imaginou que eu faria um post sobre a
música “Reflections of My Life",
composta por Junior Campbell e Dean Ford, guitarrista e vocalista da banda escocesa The Marmalade (que ainda existe, mas não possui hoje nenhum dos integrantes originais), que foi lançada no final de 1969 pela gravadora Decca (a mesma que recusou os Beatles) e que vendeu mais de dois milhões de cópias no mundo todo, está completa e redondamente enganado, dançou. Estou pouco me lixando para essa música
que sempre achei brega. Meu negócio é outro. Se quiser saber qual é, continue a
ler, continue a ler!
Eu sempre imagino que algumas pessoas - se
não quase todas – têm alguma história boa para contar (ou cantar). Lembranças,
reflexões, casos inventados, poesias, músicas, frases espirituosas, etc. O que
as diferencia é o fato de não poder, não querer, não ter coragem ou incentivo
para mostrá-las. Um bom exemplo disso seria Cora Coralina (que mesmo escrevendo
seus poemas desde a adolescência, só publicou seu primeiro livro quando tinha
75 anos). Às vezes esses autores desconhecidos utilizam festas de família,
rodadas de cerveja em bares e botequins ou conversas com os filhos para exibir
(mesmo sem querer) sua inesperada jovialidade, bom humor ou o talento para o
drama, a comédia ou para a música. Raríssimos são aqueles que escolhem viver
disso, se profissionalizar e transformar sua criatividade e imaginação em
literatura ou música e fonte de renda, claro.
Mas há uma classe intermediária nessa
história toda, que são os escritores e músicos anônimos, aqueles que gostam de
gastar seu tempo ocioso (e, às vezes, dinheiro) para registrar suas impressões, fantasias, deboches,
ironias ou a pura loucura. Nesse grupo encontram-se os blogueiros (ou
bloggers). Fico pensando em quantos milhões devem existir no mundo todo, em que
tipo de assunto abordam, e quantos permanecem injustamente anônimos. Não são a
totalidade, certamente. Conheci um colega de trabalho que gravou um CD com as
músicas que compôs. Exercendo meu papel de puxa-saco profissional, manifestei
minha admiração e o desejo de ouvir sua obra musical. No dia seguinte
entregou-me a "joia", comentando que as gravações foram feitas em São
Paulo. Em casa, ao tentar ouvir o CD, descobri que não conseguiria. Ele
tinha "obrado" demais!
Mesmo assim, aqueles que se diferenciam
qualitativamente de seus pares devem ser contados aos milhares ou até mesmo às
centenas de milhares. Que permanecem conhecidos apenas por um reduzidíssimo
grupo de pessoas que por esse ou aquele motivo os descobriram e se interessaram
em continuar lendo (ou vendo) suas produções. Eu enquadraria nesse caso alguns
blogs que conheço, mas por não querer endeusar ou decepcionar ninguém, prefiro
não "dar nomes aos boys".
Só abro exceção mesmo para Jotabê, uma entidade mítica que dá plantão em um
blog desclassificado e sem expressão Mas isso é só uma piada, pois só aprecio
mitos e mitologias antigas. Mitos modernos merecem apenas minha indiferença ou
desprezo.
Falando da produção dos anônimos, depois
de ter criado este blog da solidão ampliada tive a oportunidade de ler textos
muito interessantes, engraçados, criativos ou poéticos e líricos em blogs que
descobri. E acho uma pena que continuem praticamente
"inéditos", pois conhecidos apenas por um grupinho restrito de “connoisseurs”.
Recentemente, minha mulher enviou-me um texto
muito simpático que recebeu através do Facebook ou Whatsapp. Desconheço o autor
e gostaria de tê-lo escrito. Claro, trocaria "tu" por "você" e, como não domino bem a arte da pontuação (aliás, não domino nada de nada), acrescentaria umas seiscentas vírgulas a mais que as encontradas no original. Mesmo
que o texto não seja muito profundo ou elaborado, resolvi postá-lo no Blogson,
que é, afinal, meu "Almanaque do Biotônico". E o motivo foram as
três frases finais, que achei bastante expressivas. Olhaí.
REFLEXÃO:
Tu vais
andando com a tua xícara de café... E de repente alguém te empurra fazendo com
que tu derrames café por todo o lado.
- Por
que tu derramaste o café?
-
Porque alguém me empurrou!
Resposta
errada!
-
Derramaste o café porque tu tinhas café na caneca. Se tu tivesses chá... Tu
terias derramado chá. O que tu tiveres na xícara é o que vai se derramar.
Portanto...
Quando a vida te sacode o que tiveres dentro de ti..., tu vais derramar.
Tu
podes ir pela vida fingindo que a tua caneca é cheia de virtudes, mas quando a
vida te empurrar, tu vais derramar o que na verdade existir no teu interior.
Sempre
sai a verdade à luz.
Então,
terás que perguntar a ti mesmo. O que há na minha caneca?
Quando
a vida ficar difícil..., o que eu vou derramar?
Alegria...,
agradecimento..., paz..., bondade..., humildade?
Ou
raiva..., amargura..., palavras ou reações duras?
Tu
escolhes!
Agora...,
trabalha em encher a tua caneca com gratidão..., perdão..., alegria...,
palavras positivas e amáveis..., generosidade... e amor para os outros.
O que
estiver na tua caneca, tu és o responsável.
E olha
que a vida sacode. Às vezes sacode forte. Sacode mais vezes do que podemos
imaginar..."
prefiro ser uma caneca com tampa ;)
ResponderExcluirisso para o bem da humanidade
Rapaz, eu tinha me esquecido que o texto fala de caneca (já estava pronto há um tempão). Ao ler que prefere ser uma caneca, pensei: "o Scant estão meio louco". Mas é uma boa reflexão. Eu não bebo, mas deliro um pouco. Aí fiquei pensando: e se não houvesse nenhuma caneca? Mas isso é pergunta de bêbado.
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