Um dos meus filhos me enviou um link com uma matéria legal que tem o título “Hotel California e a era dos excessos” (escrita pelo excelente André Barcinski), da qual transcrevo alguns trechos:
“(...) Com o fim do sonho hippie de
paz e amor, a escalada da Guerra do Vietnã e a evidente derrota da geração do
LSD, Geffen sacou que o pop estava pronto para uma turma musical mais
introspectiva, que não cantasse mais sobre os sonhos de liberdade, mas sobre a
tristeza de não tê-los atingido.
(...) O fim dos anos 60 e início dos
70 foi uma época turbulenta: Brian Jones, Janis Joplin, Jim Morrison e Jimi
Hendrix morreram num espaço de dois anos; Charles Manson e sua gangue
circulavam pelas festinhas de embalo nas montanhas de Hollywood, e David Crosby
cheirava metade do PIB da Colômbia (Dennis Hopper até se inspirou nele para
criar seu personagem em “Easy Rider”).
(...) Foi uma época de hedonismo
incomparável. Tudo que se dizia que rolou de sexo, drogas e loucura nos anos
60, na verdade, ocorreu nos 70. A descrição das turnês de CSN&Y, com 90
pessoas na equipe e tapetes persas para decorar o palco, é reveladora.
E a melhor frase sobre a música da
época talvez seja a de Phil Spector, que sempre criticou o estilo confessional
da turma: ‘Essas pessoas não escrevem canções, escrevem ideias’”.
A transcrição acima serve para
“contextualizar” minha lembrança (memória, brother!) sobre
a tal "era dos excessos".
Não sei dizer quanto à maioria dos jovens de
então, mas havia (pelo menos) uma minoria mais ligada à contracultura, à
cultura alternativa, que via com condescendência e até com aprovação o uso de
drogas. Era um pessoal que lia (ou dizia que lia) livros tipo "A erva
do diabo", de Carlos Castañeda, "As portas da percepção",
de Aldous Huxley, "Sidarta" e "O Lobo da Estepe",
de Herman Hesse, coisas assim. Gente que aparentava ser descolada, enturmada.
Alguns usavam roupas que pareciam ter sido importadas direto de um brechó de
Woodstock.
Eu era feio e inseguro. Pior, eu era feio,
inseguro, imaturo e... pobre. Natural, portanto, que eu não me sentisse um
mauricinho, um playboy. Então, essa (contra)cultura me seduziu e fez com que eu
desejasse fazer parte dessa tribo (provavelmente,
foi por conta de ideias desse tipo que surgiu a expressão "programa de
índio") e a querer experimentar algum tipo de droga.
Bom, devo dizer que não tive sucesso. Talvez o motivo fosse a certeza dos usuários de que eu não tinha grana para comprar o bagulho. Mas ainda penso que o real motivo é esse: eu era tão bundão que ninguém quis "me aplicar", como se dizia na época. Então, continuei feio, pobre, inseguro e imaturo, mas com um verniz "cult". Bela bosta, não?
Para quem quiser ler o texto na íntegra, o
link está na sequência.
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