Para mim, um dos
sentimentos mais desprezíveis que o homem pode ter é a intolerância, o estado
de querer que o outro seja tal como imaginamos que deve ser e, não, como
efetivamente é. Criei para isso duas expressões, que uso com relativa
frequência.
A primeira é “Síndrome da divindade adquirida”
(por querer aquele que a possui que o mundo seja à sua imagem e semelhança). A
segunda é mais vulgar e fácil de entender: “A intolerância é uma merda”.
Imagino que para árabes do tipo do
Osama ou seguidores do "Isis", os ocidentais e todos aqueles que não seguem o seu credo são degenerados. Essa intolerância, independente de sua motivação, provavelmente está presente na forma de pensar de outros fundamentalistas.
Se você perguntar algo semelhante a isso para um evangélico, provavelmente ele
dirá que sim ou algo parecido. Afinal, todo obscurantista condena o que
conflita com suas crenças, dogmas e tabus. Usando o Giordano Bruno como
exemplo, acredito que os juízes que o condenaram eram piores que seu
prisioneiro. Mas essa é a minha visão.
Tive um amigo de
imensa cultura, católico convertido (irmão leigo dominicano!!) que me ensinou
não ser possível julgar ações de outra época a não ser conhecendo-se os
costumes dessa mesma época. Que é injusto que julguemos a Inquisição com nossos
olhos do século XXI. Por isso, até entendo que o pobre monge tenha sido julgado
como foi. Apenas lamento que o véu do pré-conceito (pai do preconceito) tenha
servido para secar a tinta da sentença.
Por outro lado, como
sou um ignorante, se fosse julgá-lo, provavelmente, eu o condenaria também. Agora,
se eu fosse o Giordano, tentaria me retratar para salvar a pele, ficaria mais
para Galileu (eppur se muove) e
evitaria virar pururuca.
Então, voltando ao
Brunão, lamento que ele tenha sido vítima de intolerância, causada justamente
pelo conhecimento de então (ou pela falta dele).
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