terça-feira, 19 de agosto de 2014

TE CUIDA, GUTENBERG!

"The times they are a-changin’’, disse um dia o Bob Dylan (essa é uma frase totalmente desnecessária e foi colocada aqui só de frescura).

Em um tempo onde as redes sociais arrebanham mais de um sexto da população alfabetizada mundial, os costumes têm mudado muito rápido e certamente mudarão mais ainda. Por exemplo, a forma de expressar-se por escrito: muita coisa do que rola nos facebooks da vida é uma lástima. Por descuido, displicência ou ignorância sai cada tijolada que é duro de aguentar. E olha que eu nem participo de nenhuma das redes existentes (sou do tempo da comunicação por tambor ou sinais de fumaça)!

Recentemente, li uma frase que terminava assim: “tem que ri”. Analfabetismo funcional da melhor qualidade, lógico. E o que me entristece é a certeza de que esse tipo de erro não é resultante de falha na digitação, mas de falta de leitura mesmo. 

Fico pensando que, se um dia acabarem os livros impressos em papel, o coitado do Gutenberg vai girar tanto no túmulo que seus “vizinhos” vão passar a chamá-lo de “Hélice” (essa piada – ótima – não é minha).

Independente do que acontecer, o vocabulário corrente tem mudado. E se algumas palavras estão meio esquecidas o mesmo pode estar acontecendo com expressões e ditados da chamada “sabedoria popular”. Pensando nisso, resolvi dar minha contribuição para a revitalização dessas frases (com a ajuda de meus filhos, lógico). E saiu isso:


VERSÃO ORIGINAL
VERSÃO ATUALIZADA
Para bom entendedor, meia palavra basta.
Para bom entendedor, setenta caracteres bastam.
Família só é bom em porta-retratos
Família só é bom em álbum do Instagram
Uma imagem vale mais que mil palavras
Um Pinterest vale mais que mil tweets
Minha vida é um livro aberto
Minha vida é um Facebook desbloqueado
“Itabira é só um retrato na parede, mas como dói!” (Carlos Drummond de Andrade)
“Itabira é só uma foto no Instagram, mas como dói!”

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