Acho que não estou falando nenhuma novidade,
mas já repararam como as mães e as irmãs são generosas ao comentar os defeitos
e qualidades dos filhos ou irmãos?
Mãe, então, é demais. Se o filho for um Norman
Bates, um “serial killer” ou apenas
um vagabundo, não duvido nada que ela saia em sua defesa dizendo – “ele é muito bom para mim, me ajuda tanto!” E daí?
As irmãs não ficam muito atrás. Se o sujeito
é só um perdedor, um cachaceiro desocupado que – de vez em quando – arruma uns
bicos para descolar um troco, só falta a irmã falar que o idiota é
microempresário. Mas, se apertar, tenho certeza que ela dirá que o
irresponsável trabalha por conta própria, é autônomo.
No quesito “condescendência”, as irmãs tiram nota nove, normalmente só perdem para as mães, que tiram sempre dez, "nota dez!". Isso, traduzido, significa que ambas são
péssimas para julgar de forma isenta as qualidades e defeitos dos irmãos ou
filhos. Podem acreditar, isso é real. Minha mãe era assim também. Hoje, não
sei, porque não frequento o “Centro
Oriente”.
Porque entrei nessa? É que minha irmã já disse
algumas vezes que eu sou um desperdiçado,
porque seria “multi-talentoso”, já que toco violão, desenho e escrevo. Falando sério, isso é
coisa de irmã mesmo.
Se formos analisar a realidade chegamos à
seguinte situação: quando jovem, eu gostava de desenhar e até sonhava em me
tornar um cartunista. O problema é que o “produto” obtido apenas demonstrava que
eu não passo de um autista gráfico.
Se o assunto é música, a coisa fica ainda mais feia,
pois sou apenas um espancador de violão. Mas eu queria ser guitarrista de banda
de rock, um Eric Clapton, um Slash ou até um George Harrison. Entretanto, o máximo que eu
consegui ser foi um George Ha Ha riso...
O que sobra então é o fato de que gosto de
escrever. Como minha autocrítica é zero, aprecio o que faço (até criei
este blog!). E embora eu sonhasse escrever com a elegância e o lirismo do Rubem
Braga, a análise literária dos textos demonstra outra coisa: eu abuso tanto do
uso de vírgulas que, se fossem droga, eu já teria sido internado em clínica de
reabilitação.
Eu também não sei usar travessão direito; nem
dois pontos. O tempo todo eu sou atropelado pelos sinais gráficos e o pior é
que nunca consigo anotar a placa. Ponto e vírgula, então, dá até
vergonha; eu realmente não sei como se usa essa merda! Quem lê o que
escrevo só fica mesmo aliviado quando vê o ponto final.
Tem mais: eu mencionei “análise literária”,
mas a qualidade e originalidade do que escrevo estão mais para ser examinadas
em laboratórios de análises clínicas tipo Hermes Pardini – e levadas em potinhos!
Então, voltando ao julgamento equivocado de
minha irmã, o que posso dizer é que desenho mal, toco violão mal e escrevo
mal. Ou seja, o que eu sou realmente é um cara do Mal.
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