quinta-feira, 7 de agosto de 2014

HISTÓRIAS DO DIGÃO - PARTE XI

NO TRÂNSITO

Devido à falta de um olho, dirigir para ele era um pouco mais complicado. Assim, às vezes, cometia alguma barbeiragem.  Ao assustar alguém que queria atravessar, ouviu o comentário:

 Cuidado aí, vovô!

Tendo um gênio mais impaciente e, mesmo sem razão, emendou:

 Vovô, não, pois eu comi foi sua mãe, não sua avó, seu filho da puta!


Quando os filhos ainda eram crianças, entrando com o carro na Getúlio Vargas, encontrou pela frente uma senhora que andava no meio das duas pistas. Tentou passar por um lado, mas a mulher encostou justamente para a mesma pista; tentou ultrapassar pela outra pista, mas a mulher, de novo, encostou para o mesmo lado. E foram assim oscilando, até que, já exasperado, conseguiu emparelhar com ela:

 Vá aprender a dirigir, sua vaca!! – e seguiu triunfante, até a próxima esquina, quando o sinal fechou e a mulher parou atrás dele. Pelo retrovisor, viu a senhora descer do carro e caminhar em sua direção. Chegando ao seu lado, curvou-se um pouco, para fulminar:

 Meu senhor, eu não sou uma vaca. Em compensação, o senhor também não é um cavalheiro! – E retornou com toda a dignidade. O filho que estava com ele e era ainda pequeno, explodiu: Reage, pai, reage, pai!!!”:

 Como é que eu podia reagir? Eu estava desse tamanhinho – Contou, juntando o polegar ao indicador.


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