Talvez eu sempre tenha tentado
Dizer o indizível,
Decifrar o indecifrável,
Definir o indefinido,
Controlar o incontrolável.
O que fazer enquanto posso,
Enquanto ainda não pensem
Em decidir por mim.
As últimas instruções
Sobre meu legado,
Sobre o que pensei,
Sobre o que sonhei.
As certezas absolutas,
Pois a ninguém servem
As certezas de outrem.
Minhas dúvidas e incertezas.
É bom que todos saibam:
Minhas dúvidas nunca foram esclarecidas,
Apenas por outras substituídas.
Queimados, jamais lidos, jamais guardados.
Que se decrete sigilo de cem anos
Para as paixões secretas,
Pois paixões secretas só interessam,
Só dizem respeito a quem as teve.
Em papel pergaminho, com letras douradas,
E, em seguida, incineradas,
Para que ninguém nunca saiba ou se lembre
Das minhas últimas instruções,
Das últimas instruções que foram dadas.
Muito bom.
ResponderExcluirSeja feita vossa vontade.
Eu também gostei um pouco. O assunto surgiu quando estava acordando (às quatro da matina), mas deixei para depois. Hoje sairá um tijolão escrito há alguns dias, mas achei melhor publicar primeiro textos mais leves.
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