terça-feira, 24 de dezembro de 2024

HOMEM NA LUA

 
Amanhã você comemorará seu aniversário e eu comemorarei mais ainda, porque você é o melhor presente de Natal que ganhei em toda a minha vida, justamente por ter nascido nesse dia. Não às 23h55min ou à zero hora mais dez minutos, mas às 11h35min da manhã do dia 25 de dezembro. Nada mais natalino ou natalício, concorda? Mas nenhum desses é seu nome, pois tivemos o bom senso de registrá-lo com um nome de gente normal (afinal, tenho experiência nisso!).
 
E este post é uma homenagem a quem foi e continua sendo o responsável pela maior emoção que já senti na vida: me saber pai. Um pai muito novo, muitíssimo inexperiente, pois tinha apenas 26 anos quando você nasceu. Você nunca desejou ter filhos – e creio que você estava certo – mas a   emoção de ser pai, ainda mais de ser pai pela primeira vez é única, algo que só quem a sente pode entender. Essa sensação, acredito, é universal para os pais de primeira viagem. Há algo especial no “pontapé inicial” que um primogênito provoca na vida de um casal.
 
A emoção de ver os filhos nascerem é sempre avassaladora, mas a primeira vez é um divisor de águas. Talvez minha pouca idade e inexperiência tenham intensificado tudo. Não sei. O que sei é que olhar para um bebê recém-nascido, lindo (você e seus irmãos são bonitos pra caramba – e isso não é minha culpa!), tão frágil e indefeso, mudou para sempre minha forma de medir o mundo. Todos os sentimentos passaram a ter você como o ponto máximo da escala. Nunca houve nada que superasse essa emoção.
 
Ver seu desenvolvimento intelectual, sempre rápido e surpreendente, foi outra experiência marcante. As primeiras alegrias de ser pai foram estratosféricas (só igualadas às que senti com seus irmãos). Mas, com a intensidade, vieram também as primeiras preocupações, remorsos e culpas.
 
É inegável: você me redimensionou como pessoa. Usando as palavras de Gilberto Gil, foi você que me deu "régua e compasso". Você foi decisivo para que eu tentasse ser melhor, mais humano, mais livre para demonstrar amor e afeto. Espero ter conseguido. E isso sem mencionar sua inteligência e seus múltiplos e incríveis talentos!
 
Se este texto é uma homenagem escancarada a você, preciso deixar claro que seus irmãos têm a mesma importância para mim. Cada um deles é depositário da melhor parte do que sou. Jamais consegui imaginar gostar mais de um do que de outro. Essa é uma certeza tranquila e serena, pois o amor que sinto por cada um de vocês é absolutamente igual, e minha Amada e vocês, “nossas crianças”, são o que dá sentido à minha vida.
 
Para encerrar, uso uma imagem espacial: se os pais fossem como o solo lunar, você seria como a bota do primeiro homem a pisar na Lua, pois a marca da sua pegada jamais será igualada em importância e significado.

 

 

6 comentários:

  1. Independentemente da publicação que li com muito gosto, aplaudo e elogio, passo a fim de deixar votos de um Feliz e Santo Natal, extensivos à sua família e amigos. Que no seu LAR haja Saúde, Paz e Amor
    .
    Pensamentos e devaneios poéticos
    .

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  2. Belo texto, Jotabê!!
    Bela homenagem ao primogênito.
    De fato, ser pai muda um botão na sua vida, é exatamente como você disse. E não sei o que afeta mais, se é ser pai jovem, como você, ou ser pai mais velho, como eu; talvez em ambas idades o baque seja o mesmo e talvez o mais velho, leve uma vantagem pelo pouco mais de experiência de vida acumulada.
    E veja que eu também não queria ter filhos.
    Até que tive.
    E meu mundo mudou.
    E foi e tem sido muito bom.

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    Respostas
    1. Fico feliz pelo comentário e mais ainda pela experiência intransferível que você viveu e vive.

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    2. Fui eu quem comentei mas não sei porquê saiu anônimo. Acho que eu não estava logado...

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