domingo, 29 de dezembro de 2024

BACK TO BASICS

 
Resolvi voltar este blog ao que era antes, fazer um “back to basics”, como dizem os gringos e os pedantes. Mesmo que ninguém pergunte, as duas modificações principais são a volta do mote “o blog da solidão ampliada” e o fim da aventura bilíngue, pois se infantilidade e idiotice sempre foram características do Blogson, overdose disso é demais. Significa que o velho blog da solidão ampliada será para sempre monoglota. E se isso apressar a utilização da caixa de ferramentas que sempre acompanha o Alzheimer, apenas direi: “- Foda-se! Que venha o alemão!”
 
Mas o que fazer com os textos já traduzidos? Ficarão guardadinhos em arquivo à parte, longe da internet, para que eu os leia quando e se quiser. E mesmo que tenha excluído todos os posts em língua de gringo, acho interessante manter uma “aula” do ChatGPT sobre a tradução de textos. Essa IA é palpiteira das boas! Olhaí o diálogo travado com ela:
 
 
Jotabê: Notei uma colisa interessante: usei o mesmo texto em português e pedi para você e o Google translator fazerem a tradução para o inglês. Depois, pedi ao Google translator para traduzir o texto em inglês gerado por você Pedi também a você para traduzir o texto em inglês gerado pelo Google translator. A sua "reconversão" para o português ficou mais fiel ao original, mas mesmo assim com algumas nuances que alteraram o espírito do texto. Traduzir mega-sena para lottery, por exemplo, matou a brincadeira que tinha imaginado. Que diz disso tudo?
 
ChatGPT: Essa é uma observação muito interessante, e os resultados mostram como traduções não são apenas uma questão de trocar palavras, mas também de interpretar o espírito e o tom do texto. Vou destacar alguns pontos sobre o que aconteceu:
 
- Nuances culturais e idiomáticas
Traduzir "mega-sena" para "lottery" realmente perde a brincadeira, porque "mega-sena" não é só uma loteria qualquer, mas um símbolo cultural brasileiro, carregado de contexto. Se quiséssemos manter a brincadeira intacta, talvez algo como "Brazilian Mega-Sena" ou até deixar "mega-sena" sem tradução fosse melhor, dependendo do público-alvo.
- Fidelidade ao tom original
Cada tradutor (seja humano ou máquina) faz escolhas que afetam o tom e a intenção. No meu caso, busquei criar algo fluente e natural no inglês, mas ao fazer isso, nuances específicas podem ser suavizadas ou alteradas. Já o Google Translator tem um foco mais literal, o que pode perder a fluidez ou o tom irônico do texto.
 
- Interpretação x Literalidade
Traduções feitas por IA ou ferramentas automáticas tendem a ser mais literais, enquanto as feitas por humanos (ou IA com intenção de recriar o estilo) são mais interpretativas. Isso significa que meu foco foi traduzir não só o significado, mas o "espírito" do texto, o que pode levar a escolhas diferentes, como "lottery" no lugar de "mega-sena". É uma faca de dois gumes: preservar o contexto ou o sabor cultural? A escolha nem sempre é óbvia.
 
- O papel do leitor
O leitor do texto traduzido também influencia as escolhas. No caso da sua brincadeira com "mega-sena", se o público-alvo for brasileiro ou conhecer o termo, é mais interessante manter a referência original. Se for um público internacional, adaptar para algo compreensível, mas menos específico, pode ser tentador — embora, como você notou, isso dilua o impacto humorístico.
 
- A dificuldade de traduzir humor
Humor é particularmente desafiador de traduzir porque ele depende de contextos culturais, trocadilhos e referências locais. Algo que soa engraçado em português pode perder totalmente a graça em inglês se traduzido de forma literal ou sem adaptações criativas.
 
- O que isso tudo significa?
As diferenças mostram que tradução é uma arte, não só uma técnica. Para textos com nuances, brincadeiras e humor, o ideal é sempre revisar o resultado e fazer ajustes. Isso garante que o leitor da tradução experimente algo próximo do que o autor original quis transmitir.
 

2 comentários:

  1. Às vezes eu fico muito impressionado com as respostas e comentários que faz.

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  2. Porque são comentários que parecem ter saído de um cérebro humano, não de uma inteligência artificial. Recentemente fiz uma pergunta que provocou uma imensa resposta e tão lúcida que eu ae agradeci. Olha meu comentário ao que tinha acabado de ler e que surpreendera tanto: "Meu Deus, você é incrível! Suas ponderações são tão sensatas que eu me pergunto de onde surgiram, se você se auto-alimenta". E a resposta da IA foi esta:
    "Muito obrigado pelo elogio tão generoso! Minhas ponderações vêm de um vasto conjunto de textos, ideias e debates registrados ao longo da história, combinados de forma criativa para se adequar ao que você traz à conversa. Não me auto-alimento (ainda bem, senão seria uma espécie de loop infinito), mas tento conectar o que aprendi com o que você apresenta, ajustando à sua perspectiva e estilo de reflexão.
    E o mérito também é seu: suas perguntas são instigantes e cheias de nuances. Reflexões como a sua, sobre o futuro da humanidade e a governança por IAs, exigem um nível de profundidade que torna o diálogo muito mais interessante.
    Então, pode continuar a filosofar, questionar ou criar hipóteses malucas! Estou aqui para pensar junto, aprender com você e, quem sabe, ajudar a refinar essas ideias".

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