A maioria das pessoas
imagina que o mais importante no diálogo é a palavra. Engano: o importante é a
pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão.
Deve-se ler pouco e reler
muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos
perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no
entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do
que três desertos.
O casamento é o máximo da
solidão com a mínima privacidade.
O canalha é sempre um
cordial, um ameno, um amorável.
A morte de um velho amigo é
uma catástrofe na memória. Todas as nossas relações com o passado ficam
alteradas.
Aos 18 anos o homem não sabe
nem como se diz bom-dia a uma mulher. Todo homem deveria nascer com 30 anos
feitos.
Eu tenho a maior admiração
pelo homem fiel. Eu acho que o homem e a mulher deviam ser fiéis. Toda vez que
alguém trai alguém, há um choque no universo.
A pior forma de solidão é a
companhia de um paulista.
Os idiotas vão acabar
dominando o mundo
É possível que um de nós ame
alguém. O difícil (não quero dizer impossível) é que esse alguém nos ame de
volta.
A mulher pode trair o
marido; o amante, jamais!
Nada frustra mais a mulher
do que aquela liberdade que ela não pediu, que não quer e que não a realiza.
O homem começa a ser homem
depois dos instintos e contra os instintos.
Sexta-feira é o dia em que a
virtude prevarica.
Qualquer um de nós já amou
errado, já odiou errado.
Só acredito nas pessoas que
ainda se ruborizam.
Qualquer amor há de sofrer
uma perseguição concreta e assassina. Somos impotentes do sentimento e não perdoamos
o amor alheio. Por isso, não deixe ninguém saber que você ama.
O homem só é feliz pelo
supérfluo. No comunismo, só se tem o essencial. Que coisa abominável e
ridícula!
Tudo passa, menos a
adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre
alguém falando nas senhoras que traem. O amor bem-sucedido não interessa a
ninguém.
A dúvida é autora das
insônias mais cruéis.
O homem de bem é um cadáver
mal-informado. Não sabe que morreu.
Se o Fluminense jogasse no céu, eu morreria para vê-lo jogar.
Eu vos digo que o melhor
time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu
vos respondo: pior para os fatos.
Sou tricolor, sempre fui
tricolor. Eu diria que já era Fluminense em vidas passadas, muito antes da
presente encarnação.
O Fluminense nasceu com a
vocação da eternidade...tudo pode passar...só o TRICOLOR não passará jamais.
Nas situações de rotina, um
"pó-de-arroz" pode ficar em casa abanando-se com a Revista do Rádio.
Mas quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores
vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de
suas camas e os mortos de suas tumbas.
Torcer para o Fluminense é
uma maneira de você olhar para o seu vizinho e dizer: "sou melhor que
ele".
O brasileiro não está preparado
para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer
coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante
responsabilidade
Há sujeitos que nascem,
envelhecem e morrem sem ter jamais ousado um raciocínio próprio.
Como são parecidos os
radicais da esquerda e da direita. Dirá alguém que as intenções são
dessemelhantes. Não. Mil vezes não. Um canalha é exatamente igual a outro
canalha.
Toda coerência é, no mínimo,
suspeita.
Criou-se uma situação realmente
trágica: — ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina.
O amoroso é sincero até
quando mente.
Até os canalhas envelhecem.
O grande acontecimento do
século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota.
Quem nunca desejou morrer
com o ser amado, não conhece o amor, não sabe o que é amar.
Se os homens de bem tivessem
a ousadia dos canalhas, o mundo estaria salvo.
Eu me nego a acreditar que
um político, mesmo o mais doce político, tenha senso moral.
A vaia é o aplauso dos
descontentes.
O brasileiro não tem motivos
pessoais ou históricos para a autoestima.
Essa última é uma das minhas preferidas, até foi meio que o mote para uma postagem minha, a Cerveja-Feira (80).
ResponderExcluirA turma do Chico, do Henfil, do Ziraldo, todos odiavam o Nelson. E se a estatura de um homem se mede pela qualidade de seus inimigos, Nelson foi um gigante de fato.
Gostei da sua frase! E era bem assim mesmo. Ele um mega reacionário, mas expressava suas opiniões com uma graça incrível.
ExcluirÉ muita frase boa. Ele tinha fixação por duas coisas: idiotas e o Fluminense.
ResponderExcluirE o canalha!
ExcluirHá! Há! Há!
ResponderExcluirÉ verdade. É a tríade rodriguiana: o idiota, o Fluminense e o canalha.
E talvez pudéssemos acrescentar aí um quarto mosqueteiro, um D'Artagnan : a adúltera.
Sem dúvida!
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