Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista.
A
solidão começou para o verdadeiro católico. Tomem nota: — ainda seremos o maior
povo ex-católico do mundo.
O
casamento já é indissolúvel na véspera.
A
educação sexual só devia ser dada por um veterinário.
Antigamente,
o defunto tinha domicílio. Ninguém o vestia às pressas, ninguém o despachava às
escondidas. Permanecia em casa, dentro de um ambiente em que até os móveis eram
cordiais e solidários. Armava-se a câmara-ardente numa doce sala de jantar ou
numa cálida sala de visitas, debaixo dos retratos dos outros mortos.
Escancaravam-se todas as portas, todas as janelas; e esta casa iluminada podia
sugerir, à distância, a ideia de um aniversário, de um casamento ou de um
velório mesmo.
Sou
contra a pílula, e ainda mais contra a ciência que a inventou; a saúde pública
que a permite; e o amor que a toma.
Os
padres exigem o fim do celibato. Portanto, odeiam a castidade. Imaginem um
movimento de meretrizes a favor da castidade. Pois tal movimento não me
espantaria mais do que o motim dos padres contra a própria.
Os
padres querem casar. Mas quem trai um celibato de 2 mil anos há de trair um
casamento em quinze dias.
No
Brasil, só se é intelectual, artista, cineasta, arquiteto, ciclista ou
mata-mosquito com a aquiescência, com o aval das esquerdas.
Não
há ninguém mais bobo do que um esquerdista sincero. Ele não sabe nada. Apenas
aceita o que meia dúzia de imbecis lhe dão para dizer.
As
feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado.
Considero
o filho único um monstro de circo de cavalinhos, um mártir, mártir do pai,
mártir da mãe e mártir dessas circunstâncias. As famílias numerosas são muito
mais normais, mais inteligentes e mais felizes.
Na
velha Rússia, dizia um possesso dostoievskiano: — Se Deus não existe tudo é
permitido. Hoje, a coisa não se coloca em termos sobrenaturais. Não mais. Tudo
agora é permitido se houver uma ideologia.
Quando
os amigos deixam de jantar com os amigos (por causa da ideologia), é porque o
país está maduro para a carnificina.
Antigamente,
o silêncio era dos imbecis; hoje, são os melhores que emudecem. O grito, a
ênfase, o gesto, o punho cerrado, estão com os idiotas de ambos os sexos.
Outrora,
os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos melhores.
Criou-se uma situação realmente trágica: — ou o sujeito se submete ao idiota ou
o idiota o extermina.
Qualquer
indivíduo é mais importante que toda a Via Láctea.
Ainda
ontem dizia o Otto Lara Resende: — O cinema é uma maneira fácil de ser
intelectual sem ler e sem pensar. Mas não só o cinema dá uma carteirinha de
intelectual profundo. Também o socialismo. Sim, o socialismo é outra maneira
facílima de ser intelectual sem ligar duas ideias.
Com
o tempo e o uso, todas as palavras se degradam. Por exemplo: — liberdade.
Outrora nobilíssima, passou por todas as objeções. Os regimes mais canalhas
nascem e prosperam em nome da liberdade.
O
mundo é a casa errada do homem. Um simples resfriado que a gente tem, um golpe
de ar, provam que o mundo é um péssimo anfitrião. O mundo não quer nada com o
homem, daí as chuvas, o calor, as enchentes e toda sorte de problemas que o
homem encontra para a sua acomodação, que, aliás, nunca se verificou. O homem
deveria ter nascido no Paraíso.
Entre
o psicanalista e o doente, o mais perigoso é o psicanalista.
É
preciso ir ao fundo do ser humano. Ele tem uma face linda e outra hedionda. O
ser humano só se salvará se, ao passar a mão no rosto, reconhecer a própria
hediondez.
Sou
um pobre nato e, repito, um pobre vocacional. Ainda hoje o luxo, a ostentação,
a joia, me confundem e me ofendem.
Hoje,
o sujeito prefere que lhe xinguem a mãe e não o chamem de reacionário.
Em
muitos casos, a raiva contra o subdesenvolvimento é profissional. Uns morrem de
fome, outros vivem dela, com generosa abundância.
O
povo é um débil mental. Digo isso sem nenhuma crueldade. Foi sempre assim e
assim será, eternamente.
O
mundo só se tornou viável porque antigamente as nossas leis, a nossa moral, a
nossa conduta eram regidas pelos melhores. Agora a gente tem a impressão de que
são os canalhas que estão fazendo a nossa vida, os nossos costumes, as nossas
ideias. Ou são os canalhas, ou são os imbecis, e eu não sei dizer o que é pior.
Porque você sabe que são milhões de imbecis para dez sujeitos formidáveis.
Os
que choram pouco ou não choram nunca, acabarão apodrecendo em vida.
Subdesenvolvimento
não se improvisa, é obra de séculos.
Sou
reacionário sim. Reajo contra tudo que não presta.
Meu
amor é anormal porque é sem vergonha, sem limite e sem covardia.
O
amor não morre - vivo eu dizendo. Morre o sentimento que é apenas uma imitação
do amor, muitas vezes uma maravilhosa imitação do amor.
A
burrice é diferente da ignorância. A ignorância é o desconhecimento dos fatos e
das possibilidades. A burrice é uma força da natureza.
Não
há inimigo insignificante. Todo inimigo é uma potência. O amigo trai na
primeira esquina. Ao passo que o inimigo não trai nunca. O inimigo é fiel. O
inimigo é o que vai cuspir na cova da gente. Não há admiração mais deliciosa do
que a do inimigo.
Concordo com todas elas! Com todas!!!!
ResponderExcluirEu adorei esta frase: Subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de séculos.
ExcluirAssim como a situação caótica do ensino no Brasil. Mas essa levou menos tempo, bastaram 30 anos.
ResponderExcluirVocê não imagina como isso me deixa triste! Mas enquanto os pedagogos não conseguirem decifrar as necessidades atuais, a zona vai continuar. Talvez um ensino que fosse progressivamente preparando o aluno para o mercado de trabalho pudesse ser uma solução. Parece uma ideia idiota, e é mesmo, mas nunca consegui estudar o que eu não via aplicação prática.
Excluir"No Brasil, só se é intelectual, artista, cineasta, arquiteto, ciclista ou mata-mosquito com a aquiescência, com o aval das esquerdas" - cirúrgico.
ResponderExcluirVocê podia até discordar, mas ele era brilhante no que dizia e, principalmente, na forma como dizia.
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