Não tenho vergonha
de dizer que meu cérebro parece estar se liquefazendo, tal a quantidade de
brancos que têm ocorrido. Talvez devesse dizer lapsos de memória, mas como
estou mesmo tendo apagões no cérebro, minha linguagem tende cada vez mais a
ficar coloquial. Palavras chiques, cultas, “gourmet” não eram comuns na casa de
gente simples onde fui criado e me eduquei. Foram adquiridas à custa de
leituras e mais leituras, mas não se fixaram adequadamente.
Outro dia, indo à drogaria comprar um remédio controlado, só vendido com a retenção da receita, descobri que a tinha esquecido em casa. Fiquei puto e comecei a me queixar com a funcionária que me atendia sobre o assédio do Alzheimer que percebo estar sofrendo. Obviamente, tudo dito entre sorrisos e caretas.
Um jovem que aguardava para ser atendido comentou sobre a necessidade de aprender coisas novas para reduzir a velocidade do avanço dessa doença. Bastou isso para que o interativo Jotabê provocasse este diálogo:
- Estou pensando em aprender alemão – para falar com o Alzheimer!
- É uma boa ideia, mas não precisa ser alemão, pode ser outra língua.
Não sabendo se ele tinha entendido a piada mil vezes recontada, continuei:
- Eu sou monoglota, só sei falar português e gírias antigas
- Ah ah! Então aprenda inglês, é mais útil quando viajar para o exterior.
Pensando na situação de indigência financeira em que me encontro, fiquei sem saber se chorava ou ria da sugestão, mas ao ouvir palavras tão técnicas para explicar que aprender coisa novas é fundamental, não resisti e mandei:
- Você é neurologista?
- Não, sou neurocientista.
- Uau! Neurocientista? Pode me dar seu autógrafo?
Todos rimos dessa idiotice e a conversa acabou, pois precisava trazer a receita esquecida. Hoje, lembrando-me de mais essa interação com estranhos, cheguei à conclusão que vou tentar aprender inglês tal como fez meu filho. Apenas com o inglês ensinado no colégio onde estudava, começou a ler livros e manuais de jogos de RPG, todos em inglês. E o resultado foi conseguir hoje ser fluente na língua do Elon Musk (péssimo exemplo!).
Como eu não curto nenhum tipo de jogo, nem mesmo a mega-sena, vou tentar um método jotabélico para atingir meu objetivo. A partir deste post, todos os textos publicados serão traduzidos e arquivados fora do blog - que continuará para sempre monoglota -, para que eu possa reler e tentar entender o que escrevi (mal) na língua do Tiririca. Primeiro com a ajuda do Google Translator ou do ChatGPT, depois sozinho. Talvez consiga, pois ainda tenho seis anos para praticar, antes de perguntar:
- I guess you're Saint Peter, am I right?
Outro dia, indo à drogaria comprar um remédio controlado, só vendido com a retenção da receita, descobri que a tinha esquecido em casa. Fiquei puto e comecei a me queixar com a funcionária que me atendia sobre o assédio do Alzheimer que percebo estar sofrendo. Obviamente, tudo dito entre sorrisos e caretas.
Um jovem que aguardava para ser atendido comentou sobre a necessidade de aprender coisas novas para reduzir a velocidade do avanço dessa doença. Bastou isso para que o interativo Jotabê provocasse este diálogo:
- Estou pensando em aprender alemão – para falar com o Alzheimer!
- É uma boa ideia, mas não precisa ser alemão, pode ser outra língua.
Não sabendo se ele tinha entendido a piada mil vezes recontada, continuei:
- Eu sou monoglota, só sei falar português e gírias antigas
- Ah ah! Então aprenda inglês, é mais útil quando viajar para o exterior.
Pensando na situação de indigência financeira em que me encontro, fiquei sem saber se chorava ou ria da sugestão, mas ao ouvir palavras tão técnicas para explicar que aprender coisa novas é fundamental, não resisti e mandei:
- Você é neurologista?
- Não, sou neurocientista.
- Uau! Neurocientista? Pode me dar seu autógrafo?
Todos rimos dessa idiotice e a conversa acabou, pois precisava trazer a receita esquecida. Hoje, lembrando-me de mais essa interação com estranhos, cheguei à conclusão que vou tentar aprender inglês tal como fez meu filho. Apenas com o inglês ensinado no colégio onde estudava, começou a ler livros e manuais de jogos de RPG, todos em inglês. E o resultado foi conseguir hoje ser fluente na língua do Elon Musk (péssimo exemplo!).
Como eu não curto nenhum tipo de jogo, nem mesmo a mega-sena, vou tentar um método jotabélico para atingir meu objetivo. A partir deste post, todos os textos publicados serão traduzidos e arquivados fora do blog - que continuará para sempre monoglota -, para que eu possa reler e tentar entender o que escrevi (mal) na língua do Tiririca. Primeiro com a ajuda do Google Translator ou do ChatGPT, depois sozinho. Talvez consiga, pois ainda tenho seis anos para praticar, antes de perguntar:
- I guess you're Saint Peter, am I right?
Não duvido. Mas eu realmente gosto de pagar mico, de fazer papel de ridículo. Eu gosto de rir de mim mesmo, de minha idiotice.
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