quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

SONHO REAL


Este poema tosco e mal escrito começou a tomar forma quando estava prestes a despertar, ainda no limiar do sono. Sabe Deus por que, comecei a tentar lembrar os nomes de jovens com quem quis namorar e nunca consegui. E ainda sonhando, percebi que as imagens daquelas meninas que me repeliram estavam quase totalmente apagadas. E, pior, que elas agora estão velhas, talvez gordas e enrugadas (assim como eu).

Surgiram timidamente
Em sonho enquanto eu dormia
Apenas se apresentaram
Nada disseram, nada queriam
 
Era um desfile esquisito
Pois olhava e nada sentia
Por rostos antes benquistos
E nomes há muito esquecidos
 
Com todas quis namorar
Com todas sonhei ser feliz
Por outros fui preterido
Nenhuma nunca me quis
 
Que terá feito com elas o Tempo,
Qual sofrida e dura maldade?
Da pele jovem, o alento
Mudado nas rugas da idade?
 
Matronas de fala ranzinza
Perdidas as curvas suaves
Maldizem, reclamam e pintam
Seus cabelos cor de cinza.
 
Sombras de sonhos perdidos
Algumas podem já ter morrido
Mas não de modo tão trágico
Não de forma tão triste
 
Como a que acabou com sua vida
Ao fazer um pacto sinistro
De amor e morte com o amado
Que fugiu, sem cumprir o combinado
 
Já quase desperto e irritado,
Mando as sombras embora:
"Vocês não existem mais
Nem tenho seus traços guardados"
 
As sombras se desfizeram
E estava agora desperto
Lembrando da minha juventude
Período tristonho, vazio, incerto
 
Sem ninguém com quem sonhar
Eu era um jovem sozinho.
Hoje eu sonho acordado
Com a princesa que está ao meu lado
 

3 comentários:

  1. Gostei muito, confesso. Parabéns pela inspiração poética.
    Cumprimentos

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  2. Ela realmente é, sempre foi a mais bela. Mas eu gostaria de saber rimar como você rima.

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