domingo, 29 de dezembro de 2024

O REI DO RISO

 
Hoje, assistindo no canal Arte1 ao documentário "O Rei do Riso", comemorativo dos 100 anos do falecido humorista Renato Corte Real (rei também dos trocadilhos), fiquei sabendo que ele recebeu sete troféus “Roquette Pinto”, premiação criada em 1951 para valorizar os melhores profissionais do rádio e da televisão brasileira, e que a última edição do prêmio aconteceu em 1980.
 
Além de ator e redator, Renato Corte Real era brilhante nos trocadilhos que criava. Lembro-me de um, quando ele queria falar com o filho “Vasco” e foi informado de que o filho estava no jardim. Imediatamente gritou: Vá tirar o Vasco da grama! Já no final da vida resolveu aventurar-se no teatro. Nome da peça: “Escreveu não leu, o palco é meu”.
 
Morreu aos 57 anos, vítima de câncer no fígado e no pâncreas, depois de ter participado dos programas Papai Sabe Nada, Corte Rayol Show (com Agnaldo Rayol), e Faça Humor, Não Faça Guerra e Satiricom (os dois últimos com Jô Soares) e Reapertura (no SBT).
 
Maaassss, voltando aos troféus Roquette Pinto, isso lá é nome que se me apresente? Indiscutivelmente primo do Botelho Pinto e do Melo Pinto. E, naturalmente, da mesma família do Brochado Pinto. Quem não pensaria hoje em sua versão sacana Boquete PintoProvavelmente o Renato aprovaria.
 
Para terminar esta total falta de assunto, só uma ótima expressão dita por seu filho publicitário como sinônimo para o processo criativo conhecido como “tempestade cerebral” ou “brain storm”: “tormenta de parpite”. Morri de inveja!
 

BACK TO BASICS

 
Resolvi voltar este blog ao que era antes, fazer um “back to basics”, como dizem os gringos e os pedantes. Mesmo que ninguém pergunte, as duas modificações principais são a volta do mote “o blog da solidão ampliada” e o fim da aventura bilíngue, pois se infantilidade e idiotice sempre foram características do Blogson, overdose disso é demais. Significa que o velho blog da solidão ampliada será para sempre monoglota. E se isso apressar a utilização da caixa de ferramentas que sempre acompanha o Alzheimer, apenas direi: “- Foda-se! Que venha o alemão!”
 
Mas o que fazer com os textos já traduzidos? Ficarão guardadinhos em arquivo à parte, longe da internet, para que eu os leia quando e se quiser. E mesmo que tenha excluído todos os posts em língua de gringo, acho interessante manter uma “aula” do ChatGPT sobre a tradução de textos. Essa IA é palpiteira das boas! Olhaí o diálogo travado com ela:
 
 
Jotabê: Notei uma colisa interessante: usei o mesmo texto em português e pedi para você e o Google translator fazerem a tradução para o inglês. Depois, pedi ao Google translator para traduzir o texto em inglês gerado por você Pedi também a você para traduzir o texto em inglês gerado pelo Google translator. A sua "reconversão" para o português ficou mais fiel ao original, mas mesmo assim com algumas nuances que alteraram o espírito do texto. Traduzir mega-sena para lottery, por exemplo, matou a brincadeira que tinha imaginado. Que diz disso tudo?
 
ChatGPT: Essa é uma observação muito interessante, e os resultados mostram como traduções não são apenas uma questão de trocar palavras, mas também de interpretar o espírito e o tom do texto. Vou destacar alguns pontos sobre o que aconteceu:
 
- Nuances culturais e idiomáticas
Traduzir "mega-sena" para "lottery" realmente perde a brincadeira, porque "mega-sena" não é só uma loteria qualquer, mas um símbolo cultural brasileiro, carregado de contexto. Se quiséssemos manter a brincadeira intacta, talvez algo como "Brazilian Mega-Sena" ou até deixar "mega-sena" sem tradução fosse melhor, dependendo do público-alvo.
- Fidelidade ao tom original
Cada tradutor (seja humano ou máquina) faz escolhas que afetam o tom e a intenção. No meu caso, busquei criar algo fluente e natural no inglês, mas ao fazer isso, nuances específicas podem ser suavizadas ou alteradas. Já o Google Translator tem um foco mais literal, o que pode perder a fluidez ou o tom irônico do texto.
 
- Interpretação x Literalidade
Traduções feitas por IA ou ferramentas automáticas tendem a ser mais literais, enquanto as feitas por humanos (ou IA com intenção de recriar o estilo) são mais interpretativas. Isso significa que meu foco foi traduzir não só o significado, mas o "espírito" do texto, o que pode levar a escolhas diferentes, como "lottery" no lugar de "mega-sena". É uma faca de dois gumes: preservar o contexto ou o sabor cultural? A escolha nem sempre é óbvia.
 
- O papel do leitor
O leitor do texto traduzido também influencia as escolhas. No caso da sua brincadeira com "mega-sena", se o público-alvo for brasileiro ou conhecer o termo, é mais interessante manter a referência original. Se for um público internacional, adaptar para algo compreensível, mas menos específico, pode ser tentador — embora, como você notou, isso dilua o impacto humorístico.
 
- A dificuldade de traduzir humor
Humor é particularmente desafiador de traduzir porque ele depende de contextos culturais, trocadilhos e referências locais. Algo que soa engraçado em português pode perder totalmente a graça em inglês se traduzido de forma literal ou sem adaptações criativas.
 
- O que isso tudo significa?
As diferenças mostram que tradução é uma arte, não só uma técnica. Para textos com nuances, brincadeiras e humor, o ideal é sempre revisar o resultado e fazer ajustes. Isso garante que o leitor da tradução experimente algo próximo do que o autor original quis transmitir.
 

sábado, 28 de dezembro de 2024

PROSTITUIÇÃO LITERÁRIA

 
Mesmo fazendo parte de apenas uma rede social (Facebook), recebo ou vejo tantas mensagens "edificantes" que me pergunto o que aconteceria se fizesse parte de outras. Também acesso o whatsapp, mas não faço parte de nenhum grupo. Por isso, só recebo mensagens de parentes extremamente próximos.
 
Apesar dessa magreza de contatos, sempre fico espantado com a prostituição literária praticada nas redes. Para mim, prostituição literária é a atribuição da autoria de um texto ou mensagem meia boca a um escritor ou filósofo realmente foda – que jamais produziria banalidades ou auto-ajuda desse tipo. Fazendo uma piada, é como se Camões ou outro medalhão da literatura psicografasse o Chico Xavier, e não o contrário.
 
E ontem tive mais uma oportunidade de ver a prostituição literária acontecer, graças a um texto falsamente atribuído ao filósofo Baruch Spinoza. Todas as vezes em que leio um texto hipoteticamente escrito por algum fodão, tenho a curiosidade de saber quem é realmente o autor. Eu sei que isso é comportamento de gente chata, mas é assim que eu sou.
 
E o texto (longo) é até bacana e de acordo com meu pensamento atual, mas nunca foi escrito pelo filósofo holandês fugido da “Santa Inquisição” portuguesa. Para confirmar minha suspeita, pedi ajuda ao ChatGPT:.
- Este texto foi mesmo escrito por Baruch Spinoza?
 
A resposta da IA foi esta:
Não, esse texto não foi escrito por Baruch Spinoza. Embora tenha sido amplamente compartilhado na internet como "Deus segundo Spinoza" ou "Deus falando com você", ele é uma interpretação moderna e livre inspirada em algumas ideias atribuídas ao filósofo. Não há registros históricos ou acadêmicos que indiquem que Spinoza tenha escrito essas palavras.
 
Por que o texto é frequentemente associado a Spinoza?
Spinoza, filósofo do século XVII, apresentou uma visão de Deus muito distinta das tradições religiosas da época. Em sua obra principal, Ética, ele descreve Deus não como um ser antropomórfico ou pessoal, mas como a substância única que constitui tudo o que existe — a natureza em si. Essa visão, conhecida como panteísmo, influenciou a maneira como muitas pessoas veem a relação entre Deus, a natureza e a humanidade.
O texto "Deus segundo Spinoza" reflete ideias compatíveis com o panteísmo spinozista, como:
A negação de um Deus punitivo e antropomórfico.
A valorização da experiência direta com a natureza.
A ideia de que Deus está presente em tudo e em todos.
 
Diferenças entre Spinoza e o texto atribuído
Estilo: Spinoza escrevia de forma rigorosa, em linguagem filosófica e sistemática, sem o tom coloquial ou emocional que o texto apresenta.
 
Conteúdo: Spinoza não condenava explicitamente práticas religiosas nem escrevia de forma crítica ou irônica sobre templos e escrituras. Sua abordagem era mais analítica e filosófica, evitando confrontos diretos com dogmas religiosos.
 
Origem provável
O texto parece ser uma criação moderna inspirada nos ideais do panteísmo e em uma visão espiritual menos institucionalizada, mas sem relação direta com os escritos de Spinoza.
 
Portanto, embora o texto seja compatível com algumas ideias do Deus de Spinoza, ele não foi escrito pelo filósofo holandês.
 
E agora, se quiser conhecer o texto que mexeu comigo, ele está transcrito a seguir:
 
 
O DEUS DE SPINOZA
Estas palavras são de Baruch Spinoza, filósofo holandês que viveu em pleno sèc. XVII. Este texto foi chamado de "Deus segundo Spinoza" ou "Deus Falando com você".
 
"Para de ficar rezando e batendo no peito.
O que eu quero que faças é que saias pelo mundo, desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Para de ir a estes templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nas praias. Aí é onde eu vivo e expresso o meu amor por ti.
Para de me culpar pela tua vida miserável; eu nunca te disse que eras um pecador.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo.
Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar dos teus amigos, nos olhos de teu filhinho... não me encontrarás em nenhum livro...
Para de tanto ter medo de mim.
Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem me incomodo, nem te castigo.
Eu sou puro amor.
Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar.
Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te castigar por seres como és, se sou Eu quem te fez?
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportam bem pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita o teu próximo e não faças aos outros o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida; que teu estado de alerta seja o teu guia. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Para de crer em mim... crer é supor, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho de mar.
Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo. Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim.
Não me procures fora! Não me acharás.
Procura-me dentro... aí é que estou, dentro de ti."
.
Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: - " Acredito no Deus de Spinoza que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa em premiar ou castigar os homens".
 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

VOCÊ ANDOU BEBENDO?

 Não se pode mais confiar nem em robôs! Pelo menos nos robôs do blogger. Aparentemente estão enchendo a cara até hoje, pois estão muito descontrolados. Hoje, como faço em todos os dias, todas as horas, resolvi dar uma conferida nas estatísticas do Blogson. E o que encontrei foi absurdamente surreal, mais ou menos como se eu encontrasse o Papai Noel de verdade vestido só de cueca e saindo discretamente da casa da vizinha gostosa.
 
Tudo bem que não tenho vizinhas gostosas e nem gostaria de ver um senhor de barbas brancas vestido apenas com uma cuequinha vermelha e dizendo ho ho ho! Mas a realidade é tão constrangedora quanto isso. E o motivo (estou tentando espichar o texto, mas está difícil) é o fato de ter tido hoje 1472 visualizações! Só para comparar, ontem o blog teve 27.
 
O que se imagina é que os robozinhos encheram o latão ou fumaram substâncias ilícitas (mas boas) e resolveram presentear o Velho Blogson com estatísticas estupendas, verdadeiro presente de Papai Noel. O problema é que eu não acredito nem em Papai Noel nem nas estatísticas do blogger.
 

PUT YOUR RECORDS ON - CORINNE BAILEY RAE

Eu me apaixonei por essa música desde quando a ouvi pela primeira vez no rádio do carro, mas só hoje pensei em procurá-la no youtube. Nunca soube o nome da cantora e o único trecho da letra de que me lembrava era "put your records on", sem saber que esse é o título da música, uma canção para se ouvir deitado em uma rede com a pessoa amada, despreocupadamente.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

WILLTIRANDO

 
Recebi de meu filho este cartum engraçado, bem na linha do que tenho pensado. Achei a ideia tão boa que não poderia deixá-la fora do blog. Pode parecer falta de assunto, mas é apenas o prazer de compartilhar a piada com os leitores. Como cantou Gonzaguinha, “e a vida o que é diga lámeu irmão?”



terça-feira, 24 de dezembro de 2024

HOMEM NA LUA

 
Amanhã você comemorará seu aniversário e eu comemorarei mais ainda, porque você é o melhor presente de Natal que ganhei em toda a minha vida, justamente por ter nascido nesse dia. Não às 23h55min ou à zero hora mais dez minutos, mas às 11h35min da manhã do dia 25 de dezembro. Nada mais natalino ou natalício, concorda? Mas nenhum desses é seu nome, pois tivemos o bom senso de registrá-lo com um nome de gente normal (afinal, tenho experiência nisso!).
 
E este post é uma homenagem a quem foi e continua sendo o responsável pela maior emoção que já senti na vida: me saber pai. Um pai muito novo, muitíssimo inexperiente, pois tinha apenas 26 anos quando você nasceu. Você nunca desejou ter filhos – e creio que você estava certo – mas a   emoção de ser pai, ainda mais de ser pai pela primeira vez é única, algo que só quem a sente pode entender. Essa sensação, acredito, é universal para os pais de primeira viagem. Há algo especial no “pontapé inicial” que um primogênito provoca na vida de um casal.
 
A emoção de ver os filhos nascerem é sempre avassaladora, mas a primeira vez é um divisor de águas. Talvez minha pouca idade e inexperiência tenham intensificado tudo. Não sei. O que sei é que olhar para um bebê recém-nascido, lindo (você e seus irmãos são bonitos pra caramba – e isso não é minha culpa!), tão frágil e indefeso, mudou para sempre minha forma de medir o mundo. Todos os sentimentos passaram a ter você como o ponto máximo da escala. Nunca houve nada que superasse essa emoção.
 
Ver seu desenvolvimento intelectual, sempre rápido e surpreendente, foi outra experiência marcante. As primeiras alegrias de ser pai foram estratosféricas (só igualadas às que senti com seus irmãos). Mas, com a intensidade, vieram também as primeiras preocupações, remorsos e culpas.
 
É inegável: você me redimensionou como pessoa. Usando as palavras de Gilberto Gil, foi você que me deu "régua e compasso". Você foi decisivo para que eu tentasse ser melhor, mais humano, mais livre para demonstrar amor e afeto. Espero ter conseguido. E isso sem mencionar sua inteligência e seus múltiplos e incríveis talentos!
 
Se este texto é uma homenagem escancarada a você, preciso deixar claro que seus irmãos têm a mesma importância para mim. Cada um deles é depositário da melhor parte do que sou. Jamais consegui imaginar gostar mais de um do que de outro. Essa é uma certeza tranquila e serena, pois o amor que sinto por cada um de vocês é absolutamente igual, e minha Amada e vocês, “nossas crianças”, são o que dá sentido à minha vida.
 
Para encerrar, uso uma imagem espacial: se os pais fossem como o solo lunar, você seria como a bota do primeiro homem a pisar na Lua, pois a marca da sua pegada jamais será igualada em importância e significado.

 

 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

ESTRELA, ESTRELA DE BELÉM!

 

Na música “Ouro de Tolo” o Raul Seixas cantou estes versos: “Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado. Macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco”.
 
Eu fico nessa linha quando o fim de ano se aproxima, pois acho um saco os programas especiais que as emissoras de TV apresentam – o especial de envelhecimento do Roberto Carlos, as festas de amigo oculto dos funcionários e, principalmente, os programas populares que trazem videntes, astrólogos, tarólogos, nutrólogos (porque eles se nutrem com a popularidade adquirida nessa época) com suas previsões “infalíveis” sobre a vida dos famosos. Enfim, precisa mesmo de muita paciência para não talhar o sangue e azedar o fígado. com essas idiotices.
 
Mas estamos às vésperas do Natal e redescobri um texto extraído de um livro lido em 2015 que fala da Estrela de Belém. Os cientistas que estudaram o mapa celeste da época em que teria nascido Jesus contestam a existência de algum corpo celeste minimamente semelhante à descrição da “estrela” que guiou os magos. Poderia ter sido um cometa – por ter ficado visível por algum tempo -, mas nenhum cometa de órbita conhecida teria surgido nos céus daquela época.
 
Quem tem fé cega e crença inabalável na Bíblia está pouco se lixando para isso, mas é um assunto que deixa a pulga atrás da orelha. E o texto que li faz justamente o contrário disso, pois traz uma explicação fascinante para o surgimento da Estrela de Belém quando Jesus nasceu. O raciocínio desenvolvido a partir de detalhes históricos me pareceu tão sensato que hoje eu creio ser verdade. Independente da fé de cada um (ou de sua falta) é um texto que merece ser lido. Bora lá:
 
 
“É muito estranho que, embora os estudiosos se dispusessem a fazer arranjos com as datas das conjunções planetárias - e até com a morte de Herodes - para ajudar a enquadrar a evidência astronômica, nenhum tenha reexaminado a sério os argumentos tradicionais para datar o nascimento de Cristo. Isso foi conseguido nos últimos vinte anos pelo Dr. Nikos Kokkinos, sábio ateniense hoje vivendo na Inglaterra. Diplomado em teologia, arqueologia romana e história antiga, Kokkinos é um dos poucos pesquisadores polimáticos o bastante para lidar com o amplo espectro de provas vinculadas a essa importante questão. Em 1980, ele propôs uma cronologia radicalmente diferente para Jesus. Um estudo detalhado de provas dos romanos e do Novo Testamento mostra que Cristo teria sido crucificado em 36 d.C. E não no tradicional 33 d.C.). Essa data, hoje amplamente aceita por outros estudiosos do Novo Testamento, fornece o primeiro passo para se datar o nascimento de Cristo.
Naturalmente, o passo seguinte é descobrir a idade de Cristo quando foi crucificado. A visão mais comum aceita que Cristo era bastante jovem, com pouco mais de 30 anos. Segundo Kokkinos, isso não parece verdade. Para ser considerado um rabi (mestre religioso) na antiga sociedade judaica, em geral era preciso ter atingido a idade de 50 anos. Um conjunto de outras provas nos leva à mesma conclusão. Por exemplo, o bispo Irineu declarou no século II d.C. que Jesus tinha cerca de 50 anos de idade quando ensinava. (Irineu foi discípulo de Policarpo, que conheceu pessoas que alegavam ter visto Cristo.) Mais intrigantes ainda são as indicações precisas oferecidas pelo Evangelho de São João, que declara em determinado ponto (8:57) que Cristo "ainda não chegara aos cinquenta”. Outra passagem em João (2:20) relata uma curiosa história na qual Cristo compara o seu corpo - na verdade, a sua vida - com o templo de Jerusalém, que demorou "quarenta e seis anos em construção”. Nenhum dos três sucessivos templos de Jerusalém demorou quarenta e seis anos para ser construído e a melhor interpretação para essa enigmática curiosidade é a defendida por Kokkinos: Cristo estava declarando ter a mesma idade do templo - ou seja, 46 anos. O templo que existia em Jerusalém durante a vida de Cristo fora concluído pelo rei Herodes em 12 a.C. Quarenta e seis anos nos leva ao ano 34 d.C., primeiro ano do ministério de Cristo, segundo Kokkinos. Seguir-se-ia, pois, que Cristo teria 48 anos ao ser crucificado no ano 36 d.C., o que concorda com todas as outras indicações de que tinha perto de cinquenta anos de idade.
A outra alegação explosiva é que Jesus teria nascido em 12 a.C. Kokkinos demonstrou que o ano de 8 a.C., aceito por muitos estudiosos como a mais antiga data para o nascimento de Jesus, se apoiava em terreno muito frágil. Não há provas de um recenseamento de impostos romanos naquele ano – de fato, o primeiro censo romano na Judéia foi no ano 6 d.C., tarde demais para a cronologia da Natividade. É mais provável que José e Maria tenham ido a Belém em 12 a.C. para se registrar num censo de impostos locais, organizado pelo rei Herodes. Só depois de defender a data de 12 a.C., com base em outros fundamentos, Kokkinos notou que ela coincidia com o aparecimento do cometa Halley em 12-11 a.C. Depois que Kokkinos revisou as datas da vida de Cristo, o cometa Halley aparece como o candidato ideal para ser a "estrela".
(...) À época da sua chegada, o mundo romano fervilhava de rumores e profecias de que estava prestes a surgir um novo líder mundial.  Muitos achavam que as profecias já haviam se cumprido na pessoa do imperador Augusto (...) Outros acreditavam que as profecias se aplicavam a Marco Agripa, genro e aparente herdeiro do imperador, homem capaz e de origem humilde (...) Mas depois de uma bem-sucedida parceria com Augusto que durou muitos anos, Agripa morreu de febre em 12 a.C. Quando estava morrendo, em Roma, apareceu o cometa Halley, que os relatos dizem “pairar” sobre Roma, assim como a estrela parecia “permanecer” sobre Belém.
Isso acrescenta uma outra dimensão à história da Estrela de Belém. O patrono do rei Herodes era Agripa e Herodes dependia muito da continuidade dos favores desse homem, que considerava amigo pessoal próximo. As notícias da morte de Agripa podem ter provocado um grande choque no tirano da Judéia e certamente foram acompanhadas pelo relato de um prodígio mortífero visto nos céus de Roma. Que se passaria na mente de Herodes quando ele entrevistou os Magos e “habilmente indagou deles a que horas a estrela aparecera" (Mateus 2:7)? Não lhe teria sido difícil vincular a estrela dos Magos ao cometa da morte de Agripa. Agora pode-se compreender inteiramente o terror de Herodes com a notícia trazida pelos Magos. Agripa fora o governante do Império Oriental. Se o cometa previra a sua morte, talvez pudesse também prever o nascimento de um novo governante no Oriente, justo como os Magos sugeriam.
Uma detalhada simulação em computador dos movimentos exatos e do aparecimento do cometa, observado em Roma, na Pártia e em Jerusalém em 12-11 a.C. seria o teste final para essa ideia”.

domingo, 22 de dezembro de 2024

MONOGLOTA BILINGUE

Não tenho vergonha de dizer que meu cérebro parece estar se liquefazendo, tal a quantidade de brancos que têm ocorrido. Talvez devesse dizer lapsos de memória, mas como estou mesmo tendo apagões no cérebro, minha linguagem tende cada vez mais a ficar coloquial. Palavras chiques, cultas, “gourmet” não eram comuns na casa de gente simples onde fui criado e me eduquei. Foram adquiridas à custa de leituras e mais leituras, mas não se fixaram adequadamente.
 
Outro dia, indo à drogaria comprar um remédio controlado, só vendido com a retenção da receita, descobri que a tinha esquecido em casa. Fiquei puto e comecei a me queixar com a funcionária que me atendia sobre o assédio do Alzheimer que percebo estar sofrendo. Obviamente, tudo dito entre sorrisos e caretas.
 
Um jovem que aguardava para ser atendido comentou sobre a necessidade de aprender coisas novas para reduzir a velocidade do avanço dessa doença. Bastou isso para que o interativo Jotabê provocasse este diálogo:
- Estou pensando em aprender alemão – para falar com o Alzheimer!
- É uma boa ideia, mas não precisa ser alemão, pode ser outra língua.
 
Não sabendo se ele tinha entendido a piada mil vezes recontada, continuei:
- Eu sou monoglota, só sei falar português e gírias antigas
- Ah ah! Então aprenda inglês, é mais útil quando viajar para o exterior.
 
Pensando na situação de indigência financeira em que me encontro, fiquei sem saber se chorava ou ria da sugestão, mas ao ouvir palavras tão técnicas para explicar que aprender coisa novas é fundamental, não resisti e mandei:
- Você é neurologista?
- Não, sou neurocientista.
- Uau! Neurocientista? Pode me dar seu autógrafo?
 
Todos rimos dessa idiotice e a conversa acabou, pois precisava trazer a receita esquecida. Hoje, lembrando-me de mais essa interação com estranhos, cheguei à conclusão que vou tentar aprender inglês tal como fez meu filho. Apenas com o inglês ensinado no colégio onde estudava, começou a ler livros e manuais de jogos de RPG, todos em inglês. E o resultado foi conseguir hoje ser fluente na língua do Elon Musk (péssimo exemplo!).
 
Como eu não curto nenhum tipo de jogo, nem mesmo a mega-sena, vou tentar um método jotabélico para atingir meu objetivo. A partir deste post, todos os textos publicados serão traduzidos e arquivados fora do blog - que continuará para sempre monoglota -, para que eu possa reler e tentar entender o que escrevi (mal) na língua do Tiririca. Primeiro com a ajuda do Google Translator ou do ChatGPT, depois sozinho. Talvez consiga, pois ainda tenho seis anos para praticar, antes de perguntar:
- I guess you're Saint Peter, am I right?

sábado, 21 de dezembro de 2024

FORÇAS DO MAL!

 

– Já ouviu falar em “Forças do Mal”?

– Qual é nova idiotice?

– Pô, até parece que eu só falo besteira!

– Não enche o saco, mostra logo a pérola mais recente!

– Forças do Mal parece ser uma expressão que pessoas mais religiosas usam muito, não é?

– Isso para mim tem cara é de filme de terror...

– É, pode ser, mas uma coisa eu garanto: as Forças do Mal nunca me atingirão!

– Ah! Lá vem besteira...

– Verdade! Eu só poderei ser atingido pelas Fraquezas do Mal

– Que porra é essa?

– As fraquezas do Mal, do Mal de Alzheimer – perda de memória, etc.

– Puta que pariu! E eu ainda te dou um crédito de confiança! Acho que o demente aqui sou eu!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

BLACK MONDAY


Agora é oficial! Remexendo papeis antigos, minha mulher encontrou e me entregou uma folha do INSS, perguntando se tinha interesse em guardá-la. Para ser sincero, não tenho, mas vou guardá-la assim mesmo, pois é a “memória de cálculo” do valor inicial de minha aposentadoria pelo INSS.
 
Mas o que realmente importou para mim foi (re)descobrir que nesse documento consta a expectativa de vida utilizada no cálculo, a minha expectativa de vida, de acordo com um órgão público sério e circunspecto.
 
Segundo o INSS, era de 23 anos minha expectativa de vida na data em que o benefício da aposentadoria foi concedido. 23,8 anos, para ser exato. Agora é só fazer conta. Eu fui considerado digno de receber uma régia aposentadoria por tempo de contribuição (após longos, longuíssimos 33 anos, 1 mês e 10 dias) no dia 30/04/2007, quando tinha inocentes 53 aninhos.
 
Feitas as devidas contas, a minha extinção acontecerá em uma segunda-feira, mais precisamente no dia 10/02/2031, quando terei 80 anos, 8 meses e 28 dias. Portanto, se alguém quiser tirar uma casquinha (heterossexual, naturalmente), aproveite, pois esta oferta é por tempo limitado. E é só casquinha mesmo, porque o tronco já foi levado para a serraria há muito tempo. Corre!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

COMO ASSIM?

 
Este texto seria apenas um comentário à mais recente publicação da blogueira Catiaoh, mas o gosto acentuado de vinagre me fez pensar que o blog “Espalhando Amigos” não merece tanta acidez, porque tenho sentimentos ambíguos em relação ao Natal e às festas de fim de ano. Infelizmente.
 
Quando criança essas festas nada me diziam pois eu sempre estava dormindo na virada do ano. Creio também que havia menos foguetório, menos oba-oba, menos alegria. Em casa de gente pobre talvez fosse apenas o que realmente é: uma mudança na forma de anotar o tempo. Imagino que todos se desejavam “Feliz Ano Novo”, mesmo sabendo que o novo ano seria igual ao que chegava ao fim.
 
O Natal era diferente, era o momento em que eu comparava a simplicidade e indigência dos presentes recebidos com a opulência, com a magnificência dos presentes que meus dois primos, as únicas crianças com quem eu podia brincar, ganhavam.
 
O tempo passou, eu cresci e passei a não me importar com essa época, até me casar. Com o nascimento dos filhos o Natal ganhou cores e alegria, pois passamos a comprar para nossas crianças tudo o que meu salário permitia – e eu ganhava bem –, sem me dar conta de que provocava nos sobrinhos os mesmos sentimentos que  eu tinha vivenciado na infância com meus primos ricos.
 
E o Natal passou a ser uma festa ruidosa e divertida. Essa alegria e descontração atingiram também a passagem de ano, momento em que a mesa farta na casa da sogra e o excesso de bebida provocavam constrangedoras declarações de amor feitas pelos parentes embriagados.
 
À medida que os meninos foram crescendo e as ausências aumentando, a animação cheia de exclamações durante a distribuição de presentes foi diminuindo. E as festas de fim de ano reduziram-se a reuniões quase silenciosas em torno de uma mesa ainda tão cheia de opções quanto o cardápio de restaurantes de comida a quilo.
 
O que sinto hoje nessa época é apenas aborrecimento, tristeza, impaciência e irritação, pois sei que nada muda, pois “vejo o futuro repetir o passado”, como cantou Cazuza. E cada vez mais me entristeço com a tragédia, com a privação vivida e sentida pela situação da população de rua, pelos miseráveis, pelos que pouco têm, e por todos os que pouco ganham, confrontados com o restante da população mais abonada. Feliz Natal? Como assim? Feliz ano novo? Como assim, como assim?

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

GUARDAR – ANTONIO CICERO

 
Em muitos dos textos que escrevo, Belo Horizonte – cidade onde nasci e de onde nunca saí – é citada. Por isso, minhas referências sempre surgem desse e nesse pedaço de chão. Mesmo que não consiga decifrar a associação que fiz um dia, minha cidade lembra “O rio da minha aldeia”: interiorana, sem mar, sem o charme das cidades históricas.
 
Não sei dizer se acontece o mesmo nas capitais de outros estados, mas aqui é comum ver gente muito, muito pobre e andrajosa perambulando pelas ruas e remexendo o lixo ainda não coletado em busca de latinhas de alumínio, garrafas pet e todo tipo de material que revendido a preço de banana possa ser reciclado por empresas elegantes e distintas.
 
Às vezes eu me sinto como esses catadores de latinha, sempre pronto, sempre de olho em alguma “latinha literária", digital, para revender, para publicar aqui no blog. Basta às vezes ler um título, uma frase, ouvir um pequeno comentário para que eu corra/recorra à internet tentando encontrar o texto escrito por quem realmente domina a arte de escrever bem e encantar.
 
Isso aconteceu ontem, ao ver de relance um trecho de uma entrevista antiga do Pedro Bial com a cantora Marina Lima e seu irmão, o poeta e acadêmico Antonio Cícero, recentemente falecido. Nos breves minutos em que fiquei em frente ao televisor, ouvi o irmão da Marina declamar seu poema “Guardar”. Nem esperei terminar e já saí à cata dessa latinha preciosa, que transcrevo a seguir.
 
Infelizmente, não sei como o poema foi publicado, quantas estrofes tem e nem como foi pensada a divisão dos versos. Por isso, a formatação é igual à que encontrei. Gostaria de saber escrever assim!
 
 
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista. 
 
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. 
 
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela. 
 
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos. 
 
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

A LUNETA DO BOM SENSO

 
Eu estava em plena adolescência quando minha tia comprou uma porrada de livros de literatura brasileira publicados pela Editora Saraiva, provavelmente de autores do século 19. Era uma coleção simplesinha, impressa em papel de má qualidade, formato brochura, capas flexíveis com ilustrações coloridas. Passou um tempo, mandou encadernar tudo com capa dura (para enfeitar a estante do seu quarto, provavelmente). Não sei quantos comprou e imagino ter lido todos ou quase todos, mas de dois livros eu me lembro bem: os dois volumes d’O Guarani (que achei uma merda) e A Luneta Mágica, cuja história me atraiu pela sátira sobre as trapalhadas que visões radicais provocam e pela necessidade de abandoná-las em favor do bom senso e da moderação
 
É óbvio que eu não pensava nisso de forma clara, mas fui atraído pela história fantasiosa de um sujeito com problemas de visão e que obtém de um estrangeiro misterioso, talvez árabe ou chinês, uma luneta mágica. Uma luneta que levava quem a usasse por algum tempo a ver toda a maldade que as pessoas guardavam dentro de si. O sujeito pira e quebra a luneta. Depois, arrependido, volta ao chinês e pede outra luneta. É orientado novamente sobre seu uso, mas começa ver só a bondade existente. Toma cano, toma chifre, fica puto e quebra a segunda luneta.
 
Já disposto até a cometer suicídio, volta pela terceira vez ao árabe e recebe nova luneta mágica, a luneta do bom senso. Lembro-me de ter achado o livro um pouco meia boca, mas com uma ideia impactante. Desde então, em todas as vezes que leio, vejo ou ouço opiniões e comportamentos apaixonados, esguichando radicalismo, fanatismo e fundamentalismo, sempre me lembro desse livro e da necessidade de uma luneta do bom senso e da moderação.
 
Parece que hoje as pessoas utilizam opiniões radicais para exibir ou transmitir seus medos, suas crenças ou descrenças políticas, ideológicas e religiosas com pouco ou nenhum fundamento. Já se passaram pelo menos uns 60 anos desde quando li esse livro, mas até hoje não inventaram a filha da puta dessa luneta. A única certeza que tenho é que os cupins destruíram essa e mais algumas coleções da minha tia, com os livros – ou o que restou deles – sendo doados como papel velho. Talvez devêssemos fazer o mesmo com nossos medos atávicos.
 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

CONSELHOS PARA A JUVENTUDE

 
Entre as muitas pastas que vou criando no computador uma está se revelando mais útil. E o título já diz tudo: Para Publicar ou Descartar. A partir daí fui tentando jogar nessa pasta todo tipo de arquivo que fui espalhando desorganizadamente nas pastas e subpastas existentes. Hoje, tentando dar uma faxina nessa pasta, encontrei uma lista de conselhos feita por um senhor de oitenta anos. Não sei quem é o autor nem como consegui essa lista, mas achei boa a ideia de publicá-la no blog. Apenas entendi ser necessária uma avaliação prévia da qualidade ou sua aplicabilidade. Por isso, dividi os 40 conselhos (o velhinho é um sábio!) em três categorias, assim identificadas: Esse cara sou eu, Boa ideia! e Gostaria, mas...
A partir de agora, encharque-se com toda essa sabedoria. Bon appétit!
 
Quais são os conselhos que alguém de 80 anos pode me dar?
 
Esse cara sou eu
Nunca ignore uma mão estendida.
Tenha um aperto de mão firme.
Olhe nos olhos das pessoas.
Atenda ao telefone com energia em sua voz
Mostre respeito por todos que trabalham para viver. Não importa o quão simples seja a profissão.
Elogie a refeição quando for hóspede na casa de alguém.
Defenda os menores. Proteja os indefesos
 
Boa ideia!
Se entrar em uma briga, bata primeiro e bata com força.
Guarde segredos.
Empreste apenas os livros que você espera não ver novamente.
Seja corajoso. Mesmo se não for, ao menos finja ser Ninguém consegue perceber a diferença.
Escolha o companheiro da sua vida com cuidado. A partir dessa decisão, virão 80% de toda a sua felicidade ou miséria.
Se a casa do seu vizinho está em chamas, a sua também está em perigo.
Seja um bom vencedor.
Solte-se. Relaxe. Exceto por raros assuntos de vida ou morte, nada é tão grave como parece à primeira vista.
Quando aflito: respire fundo, assovie ou cantarole.
Dê às pessoas uma segunda chance, mas nunca uma terceira.
Cuidado ao queimar pontes. Você ficará surpreso quantas vezes precisará atravessar o mesmo rio.
Seja rápido em reconhecer aqueles que o ajudaram.
Assuma o controle da sua atitude. Não deixe que outra pessoa fale ou faça escolhas por você.
Visite amigos e parentes quando estiverem no hospital, você só precisa ficar alguns minutos.
A maior riqueza é a saúde.
Mantenha um bloco de anotações e um lápis em sua mesa de cabeceira. Ideias que valem milhões de reais normalmente surgem às 3 da manhã.
Vista-se adequadamente.
A menos que ela seja da sua família, sempre cumprimente uma mulher comprometida com um leve aperto de mão.
Não se demore onde você não é bem recebido.
Todo mundo “gosta” de ver você crescer, isso, até você começar a superá-los.
 
Gostaria, mas...
Este módulo merece pelo menos um comentário sobre a última frase: “jamais se esqueça de onde veio, etc.” Nesta altura do campeonato talvez fique cada vez mais difícil seguir este conselho, talvez precise começar a andar com uma plaquinha indicando meu nome e endereço. Eu, heim?
 
Evite fazer observações sarcásticas.
Nunca elogie a si mesmo, se houver elogios, que venham dos outros.
Escute o que as pessoas têm a dizer. Não interrompa, deixe-as falar.
Guarde bem o nome das pessoas.
Não permita que o telefone interrompa momentos importantes. Ele está lá para sua conveniência, não para a de quem liga.
Se a bagunça é sua, limpe você mesmo. Termine o que começou.
Ouça os mais velhos.
Jamais se esqueça de onde veio e lembre-se diariamente aonde quer chegar.

domingo, 15 de dezembro de 2024

TRADUZINDO SENTIMENTOS

 
À falta de coisa melhor para fazer nesta manhã chuvosa de domingo, resolvi testar as habilidades poéticas do ChatGPT, solicitando que fizesse um poema em inglês a partir de um texto em português que lhe apresentaria. O que a IA não sabia é que o texto a ser transformado era o poema de versos livres “Eu envelheço”, convertido para o texto em português. Entendeu? Vai entender agora (percebi ter ouvido um “foda-se com sua experiência!”):
 
Poema original:
Eu envelheço
Não há nada que me possa impedir
Meus olhos embaçam
Meus ouvidos silenciam
 
Meu corpo todo decai
Como um repositor
Que não consegue repor o estoque
De um produto em oferta
 
 
Eu me envelheço
Mais ainda quando tento
Limpar a mente, polir a vida
 
Pois revejo metas inatingidas
Redescubro promessas não cumpridas
E descarto os sonhos abandonados
 
 
Não há pedal ou alavanca de freio,
Barragem, dique ou represa
Que impeça o tempo de avançar.
Nem há blitz para pedir documentos.
 
Estão todos em ordem
Mas muito antigos e gastos
E o plástico que os envolve
Está fosco e quebradiço. 
 
Pedido (educadíssimo!) ao ChatGPT:
Poderia transformar este texto em uma bela e rimada poesia em inglês?
Eu envelheço. Não há nada que me possa impedir. Meus olhos embaçam, meus ouvidos silenciam, meu corpo todo decai como um repositor que não consegue repor o estoque de um produto em oferta.
Eu me envelheço mais ainda quando tento limpar a mente, polir a vida, pois revejo metas inatingidas, redescubro promessas não cumpridas e descarto os sonhos abandonados.
Não há pedal ou alavanca de freio, barragem, dique ou represa que impeça o tempo de avançar. Nem há blitz para pedir documentos. Estão todos em ordem, mas muito antigos e gastos; e o plástico que os envolve está fosco e quebradiço.
 
Poema resultante em inglês:
I grow old, and nothing can turn back the tide,
My eyes grow dim, my hearing starts to hide.
This body crumbles, weary and confined,
A stockman losing time, with shelves unlined.
 
I age myself still more when I begin to clean,
To polish life, to clear the mind unseen.
For goals unattained rise up in view,
And broken promises feel fresh and true.
 
Abandoned dreams, discarded on the way,
Lie still beneath the dust of yesterday.
No brake or lever slows the steady flow,
No dam or dike can halt time’s endless glow.
 
There’s no checkpoint to demand my name,
No documents to question or to blame.
They’re all in order, yet worn thin with age,
Their plastic cracked, their shine now disengaged.
 
 
Por ser monoglota, eu não entendi o que dizia o poema (re)criado. Por isso, pedi ajuda ao Google Translator, essa Pedra de Roseta da era digital. E ele assim traduziu:
Eu envelheço, e nada pode reverter a maré,
Meus olhos escurecem, minha audição começa a se esconder.
Este corpo se desintegra, cansado e confinado,
Um estoquista perdendo tempo, com prateleiras sem forro.
 
Eu envelheço ainda mais quando começo a limpar,
Para polir a vida, para limpar a mente invisível.
Pois objetivos não alcançados surgem à vista,
E promessas quebradas parecem frescas e verdadeiras.
 
Sonhos abandonados, descartados no caminho,
Ficam imóveis sob a poeira de ontem.
Nenhum freio ou alavanca desacelera o fluxo constante,
Nenhuma represa ou dique pode deter o brilho infinito do tempo.
 
Não há posto de controle para exigir meu nome,
 Nenhum documento para questionar ou culpar.
Eles estão todos em ordem, mas desgastados pela idade,
Seu plástico rachado, seu brilho agora desligado.
 
Para finalizar essa brincadeira, pedi ao ChatGPT para fazer um poema partindo do mesmo texto utilizado nos versos em inglês. Ficou bacana. Olhaí:

O Tempo Que Não Cessa
Eu envelheço, nada há que me detenha,
O tempo segue, implacável e sem senha.
Meus olhos turvam, a visão já não se expande,
Meus ouvidos calam, e o silêncio é o que me comande.
 
Meu corpo, aos poucos, desce em declínio lento,
Como prateleira que não aguenta o movimento.
Um repositor sem forças, sem mais destreza,
Lutando contra o estoque e sua correnteza.
 
Eu envelheço mais quando limpo a memória,
E polir a vida é reescrever a mesma história.
Metas perdidas, promessas no vão da estrada,
E sonhos que jazem, poeira abandonada.
 
Não há pedal, nem alavanca, nem um freio,
Que trave o tempo em sua marcha sem rodeio.
Não há barragem que o impeça de avançar,
Nem blitz que me faça parar e comprovar.
 
Os documentos estão aqui, velhos e gastos,
O plástico, quebradiço, se tornou opaco, fosco,
E a vida, essa carteira que o tempo fez rugir,
Me lembra, sem perdão: não há como fugir.
 
Mas, mesmo assim, eu sigo, entre o ontem e o agora,
De peito aberto ao tempo, que a vida não demora.
Se envelheço, que seja como o sol ao se pôr,
Derramando um último brilho, em calor e em cor.
 

ESSE NEGÓCIO DE DEMOCRACIA É UMA ZONA!

    Estimulado por dois comentários muito interessantes deixados no post “Liberdade De Expressão, Né? Sei...” , resolvi dar continuidade ao ...