terça-feira, 21 de maio de 2024

MARIA FUMAÇA - KLEITON E KLEDIR

 
Na noite de sábado passado, dia 18 de maio, o programa “Altas Horas”, apresentado pelo Serginho Groisman, foi dedicado a homenagear e prestar apoio ao Rio Grande do Sul, vítima da maior enchente já acontecida no Brasil. Por isso, só artistas gaúchos se apresentaram no programa.
 
Não consegui identificar todos, mas ali estiveram o Humberto Gessinger, o ex-marido da Sandy, os vocalistas das bandas Fresno, Cachorro Grande e Nenhum de Nós, a Adriana Calcanhoto, o chatinho Vitor Kley e um envelhecido Kleiton Ramil, da antiga dupla Kleiton e Kledir.
 
Depois do sucesso alcançado no sudeste na década de 1980, a dupla dos irmãos Kleiton e Kledir, apesar de suas ótimas músicas, acabou sumindo da mídia nacional. Se continuam juntos ou não, eu não faço a menor ideia. Mas, como homenagem ao sofrido povo gaucho resolvi compartilhar aqui no Blogson a primeira música que conheci da dupla. Tem uma letra ótima e um final super bem sacado, em que a repetição das iniciais da antiga Rede Ferroviária Nacional imita o “tchec tchec tchec” do trem. Espero que se divirtam com a letra e o clipe da música. Escutaí:
 


 
Essa maria fumaça é devagar quase parada
Ô seu foguista, bota fogo na fogueira
Que essa chaleira tem que tá até sexta feira
Na estação de Pedro Osório, sim senhor
 
Se esse trem não chega a tempo vou perder meu casamento
Atraca, atraca-lhe carvão nessa lareira
Esse fogão é que acelera essa banheira
O padre é louco e bota em meu lugar
 
Se chego tarde não vou casar
Eu perco a noiva e o jantar
A moça não é nenhuma miss
Mas é prendada e me faz feliz
 
Seu pai é um próspero fazendeiro
Não é que eu seja interesseiro
Mas sempre é bom e aconselhável
Unir o útil ao agradável
 
Esse trem não sai do chão
Urinaram no carvão
Entupiram a lotação
E eu nem sou desse vagão
Mas que baita confusão
Tem crioulo e alemão
Empregado com patrão
Opa, opa me passaram a mão
Ora vá lamber sabão
 
Tagarap, tagarap, tagarap, tagarap, tagarap
Togorop, togorop, togorop, togorop, togorop
 
Se por acaso eu não casar
Alguém vai ter que indenizar
 
Esse expresso vai a trote, mais parece um pangaré
Essa carroça é um jabuti com chaminé
Eu tenho pena é de quem segue pra Bagé
Seu cobrador cadê meu troco, por favor?
 
E dá-lhe apito e manivela, passa sebo nas canelas
Seu maquinista eu vou tirar meu pai da forca
Porque não joga esse museu no ferro velho
E compra logo um trem moderno japonês?
 
No dia alegre do meu noivado
Pedi a mão todo emocionado
A mãe da moça me garantiu
É virgem, só que morou no Rio!
 
O pai falou é carne de primeira
Mas se abre a boca só sai besteira
Eu disse fico com essa guria
Só quero mesmo pra tirar cria
 
Esse trem não era o teu
Esvaziaram o pneu
Mas cadê esse guri?
Tá na fila do xixi
Tem chiclete com tatoo
Foi alguém de Canguçu (barbaridade)
Me roubaram meu chapéu
Chama o hômi do quartel
Deu enjôo na mulher
E fez porquinho no meu pé
 
Tagarap, tagarap, tagarap, tagarap, tagarap
Togorop, togorop, togorop, togorop, togorop
Tagarap, tagarap, tagarap
Togorop, togorop
 
Se por acaso eu não casar
Alguém vai ter que indenizar
E é o presidente dessa tal
RFFSA
RFFSA
RFFSA
RFFSA
RFFSA
RFFSA
RFFSA
RFFSA

 

 

2 comentários:

  1. As feministas de hoje, sem nenhum senso de humor, tentariam cancelar os irmãos gaúchos.
    Se não me engano, nessa música, eles ainda faziam parte do grupo Os Almôndegas, os mesmos que cantavam, "Quando à meia-noite eu me encontrar junto à você, algo diferente vou sentir, vou precisar me esconder...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é, o mundo vai ficando mais triste e rancoroso a cada dia que passa. E você entende bem de música, pois citar "Os almôndegas" não é pra qualquer um. Eu mesmo não conhecia.

      Excluir

MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4