quarta-feira, 22 de maio de 2024

PEDAÇO DE ETERNIDADE

 
O texto a seguir tem tudo a ver comigo, com o que penso. Foi postado por uma “amiga de Facebook” junto com belíssimas fotos tiradas por seu irmão. É perfeita a forma como a autora descreve a importância da fotografia na preservação das memórias e como ela pode evocar emoções. A analogia do Tempo como uma criança olhando pela janela do presente e o passado bem vivido como um eco que ressoa são particularmente poéticas. A fotografia materializando “Um pedaço de eternidade” é uma imagem incrivelmente linda e poderosa. Lêaí.
 
 
A fotografia sempre fez muito sentido para mim. Dizem, afinal, que um dia seremos apenas uma foto na estante de alguém, depois nem isso. Mas ainda que seja no anonimato, a fotografia conta uma história. Vende a ilusão de que por um segundo capturamos o tempo, congelamos o momento que nunca mais será.
 
Ainda que você não saiba quem ou onde, ela evoca algo. Uma alegria, uma tristeza, empatia ou uma saudade. Quando você recebe então sua história contada pelas lentes de alguém que ama, é como se um pedaço de eternidade chegasse embrulhado numa caixa de papelão.
 
Minha avó, meu pai, meus tios. As tardes de sábado, os natais de bingo, a generosidade do pé de manga, a geleia de pitanga colhida do pé. O cheiro do café no bule e da maçã argentina que meu Padrinho comia à tarde, encostado na mesa da cozinha.
 
A fotografia eterniza aquilo que o tempo teima em dizer que é só saudade. E quando o que se emoldura é o amor vivido, até o tempo fica enciumado, tentando amarelar aquilo que na nossa alma é só cor.
 
O futuro é uma criança olhando pela janela do presente. Mas, o passado, bem vivido, é um eco que nem o tempo é capaz de calar.

 

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