quinta-feira, 31 de agosto de 2023

VOLTEI A LER

A falta de sono, ou melhor, a impossibilidade de dormir serena e continuamente durante a noite fez com que eu abandonasse a leitura simultânea de três livros que ganhei de presente. Se a leitura de apenas um já estava impraticável, imagine(m) três!  Mas aí o mundo girou, eu fiquei menos pessimista com o futuro, consegui dormir um pouco mais, o Blogson atingiu o nível mais alto de irrelevância e eu pensei comigo:

- Quer saber? Vou voltar a ler meus livros, um de cada vez.

 

Descobri que não me lembrava mais de nada (nem me lembrarei quando acabar a leitura). Por isso, resolvi começar do zero. E o livro escolhido foi "CATÁSTROFE", de Niall Ferguson. 

 

Logo na introdução encontra-se um trecho do poema "A um rato", do para mim desconhecido Robert Burns. Robert quem? A internet informou tratar-se de um poeta escocês que viveu na segunda metade da década de 1700 (1759 a 1796). E por ter-me identificado com os versos publicados, resolvi transcrevê-los aqui no blog.

 

E tem mais: como prova de boa vontade e apreço pelo(s) leitor(es), transcrevi também uma versão em escocês e uma em inglês, numa espécie de "Pedra de Roseta" digital reversa. Olhaí.

 

VERSOS PUBLICADOS NO LIVRO

Contudo, és feliz, se comigo comparado!

O presente apenas te incomoda

Enquanto eu, oh! Quando para trás olho

Para as perspectivas sombrias

E quando olho para frente

Vejo apenas o medo!

 

THE ORIGINAL SCOTS

Still, thou art blest, compar’d wi’ me!

The present only toucheth thee:

But Och! I backward cast my e’e,

On prospects drear!

An’ forward tho’ I canna see,

I guess an’ fear!

 

ENGLISH TRANSLATION

Still you are blessed, compared with me!

The present only touches you:

But oh! I backward cast my eye,

On prospects dreary!

And forward, though I cannot see,

I guess and fear!


terça-feira, 29 de agosto de 2023

DIZ AÍ, BERNARD SHAW! - PARTE 3

 

A democracia é um sistema que faz com que nunca tenhamos um governo melhor do que merecemos.

O sucesso encoberta uma multidão de tolices.

Há pessoas que estão sempre atribuindo às circunstâncias aquilo que são. Não acredito nas circunstâncias. As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, se não as encontram, as criam.

Uma vida gasta cometendo erros não é apenas mais honrosa, mas mais útil que uma vida não fazendo nada.

Não faças aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti. Os seus gostos podem ser diferentes dos teus.

Um jornal é um instrumento incapaz de discernir entre uma queda de bicicleta e o colapso da civilização.

Professores de grego são pessoas privilegiadas: poucos deles sabem grego e, os que sabem, não sabem mais nada.

Todas as profissões são conspirações contra os leigos.

Não há um lado mau da vida: a vida é una.

Se ofenderes o teu vizinho, é melhor não o fazeres pela metade.

Um homem nunca te diz algo até que você o contradiga.

Patriotismo é sua convicção de que este país é superior a todos os outros países, porque você nasceu nele.

Os melhores reformistas do mundo são os que começaram por reformar-se.

Não é a incredulidade que é perigosa para nossa sociedade; é a crença.

Tempo livre não significa repouso. O repouso, como o sono, é obrigatório. O verdadeiro tempo livre é apenas a liberdade de fazermos o que queremos, mas não de permanecermos no ócio.

A virtude não consiste em nos abstermos de maus hábitos, mas de não os desejarmos.

Aquele que nunca esperou nunca pode se desesperar.

Quem nada espera, jamais se desespera.

O seres humanos nascem ignorantes, mas são necessários anos de educação para torná-los estúpidos.

Errar é humano, mas se a borracha acaba antes que o lápis estamos passando dos limites.

Uma vida inteira de felicidade! Nenhum mortal a suportaria: seria o inferno na terra

Os ousados começam, mas só os determinados terminam.

Cuidado com o falso conhecimento; ele é mais perigoso do que a ignorância.

Ninguém acredita que a Bíblia quer dizer o que diz; estamos sempre convencidos de que ela diz o que queremos dizer.

A punição de um mentiroso não é de afinal ninguém acreditar nele, mas dele mesmo não poder acreditar em mais ninguém.

É fácil, muito fácil, abalar a fé que o homem tem em si mesmo.

Se você quiser dizer às pessoas a verdade, tem de fazê-las rir, caso contrário, elas te matam.

Não somos feitos sábios pela lembrança do nosso passado, mas pela responsabilidade pelo nosso futuro. 

A vida não é sobre se encontrar. A vida é sobre se criar.

Quem deseja uma vida feliz com uma mulher bonita assemelha-se a quem quisesse saborear o gosto do vinho tendo a boca sempre cheia dele.

Se você não consegue se livrar do esqueleto da família, é melhor que você o ensine a dançar.

Que é a vida senão uma série de loucuras inspiradas

O sucesso não consiste em nunca cometer erros, mas em nunca cometer o mesmo erro pela segunda vez.

A coragem não lhes salvará, mas mostrará o valor de suas almas.

A peça foi um grande sucesso, mas o público foi um fracasso total.

Costumo me citar. Isso adiciona tempero à conversa.

A dança é uma tentativa muito rude de penetrar no ritmo da vida.

O homem que ouve a razão está perdido: ele escraviza todos aqueles pensamentos não suficientemente fortes para dominá-la.

O maior mal que podemos fazer aos nossos semelhantes, não é odiá-los, mas sim lhes ser indiferente. Esta é a mais absoluta desumanidade.

Um pessimista é alguém que acha que todos são tão desagradáveis quanto ele e os odeia por isso.

Para mim, a vida é tudo menos uma chama fugaz. É uma espécie de magnífica tocha ardente que empunho neste momento e que eu quero que brilhe o mais possível antes de passá-la às gerações futuras.

O que a história nos ensina é que a história não nos ensina nada.

Crie uma regra de nunca dar a uma criança um livro que você não iria ler.

 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

DIZ AÍ, BERNARD SHAW! - PARTE 2

 

A sabedoria dos homens é proporcional não à sua experiência, mas à sua capacidade de adquirir experiência.

Não existe amor mais sincero do que aquele pela comida.

A ciência nunca resolve um problema sem criar pelo menos outros dez.

As pessoas que sobem neste mundo são as pessoas que se levantam e procuram o que querem, e que, se não o encontrarem, fazem-no.

A escravatura humana atingiu o seu ponto culminante na nossa época sob a forma do trabalho livremente assalariado.

Uma mulher preocupa-se com o futuro até encontrar um marido, enquanto um homem apenas se preocupa com o futuro depois de encontrar uma mulher.

Imaginar é o princípio da criação. Nós imaginamos o que desejamos, queremos o que imaginamos e, finalmente, criamos aquilo que queremos.

O homem razoável se adapta ao mundo; o irascível tenta adaptar o mundo a si próprio. Assim, o progresso depende do homem irascível.

Temos tempo bastante para pensar no futuro quando já não temos futuro em que pensar.

Os capazes criam, os incapazes ensinam.

Quem pode, age. Quem não pode, ensina.

O autor capaz cria; o incapaz informa.

Aquele que pode, faz. Aquele que não pode, ensina.

Do modo como a concebemos, a vida em família não é mais natural para nós do que uma gaiola é para um papagaio.

O segredo do sucesso é ofender o maior número de pessoas.

Precisamos de algumas pessoas malucas, vejam só para onde as pessoas normais nos levaram.

O poder não corrompe os homens; mas os tolos, se eles adquirem uma posição de poder, eles a corrompem.

Há uma única religião, embora haja centenas de versões da mesma.

Quando um estúpido faz algo de que se envergonha, diz sempre que esse é o seu dever.

O mundo jamais será tranquilo enquanto não se extinguir o patriotismo da raça humana.

O nosso direito de consumir felicidade sem produzi-la não é maior do que o de consumir riquezas sem produzi-las.

Inocente é aquele que não foi apanhado em flagrante.

Todas as grandes verdades começam por ser blasfêmias.

Tudo o que os jovens podem fazer pelos velhos é escandalizá-los e mantê-los atualizados.

Procura desenvolver os dotes intelectuais e morais e a felicidade apresentar-se-á.

A virtude não passa de tentação insuficiente.

Todas as religiões são conspirações contra os profanos.

O que realmente deixa um homem lisonjeado é o fato de você o considerar digno de adulação.

Nada é feito neste mundo até que os homens estejam prontos a se matarem uns aos outros para que seja feita alguma coisa.

Pouca gente pensa mais de duas ou três vezes por ano; eu ganhei reputação internacional a pensar duas ou três vezes por semana.

Os animais são meus amigos e eu não como meus amigos.

Não tenho preconceitos, odeio a todos igualmente.

Dizer que um crente é mais feliz do que um cético é como dizer que um bêbado é mais feliz do que um sóbrio.

O único homem que se comporta de forma sensata é meu alfaiate. Ele tira minhas medidas novas todas as vezes que me vê, enquanto todos os outros continuam com suas medidas velhas e esperam que eu caiba nelas.

Não sei quem são as melhores pessoas para criar os filhos, porém sei que os pais são os piores.

Se você tem uma maçã e eu tenho outra; e nós trocamos as maçãs, então cada um terá sua maçã. Mas se você tem uma ideia e eu tenho outra, e nós as trocamos; então cada um terá duas ideias.

O amor é um enorme exagero de diferença, entre uma pessoa e as restantes.

Nós não paramos de brincar porque ficamos velhos, nós ficamos velhos porque paramos de brincar.

domingo, 27 de agosto de 2023

DIZ AÍ, BERNARD SHAW! - PARTE 1

 

Eu devia ter uns quinze anos, lá pelos idos de 1965, quando assisti My Fair Lady, uma comédia musical muito divertida. Na verdade, eu sempre gostei de filmes musicais. Talvez os machões das antigas pensem (porque hoje não é bom dizer) que filme musical é coisa de viado. Eu não me importarei com esse julgamento, pois sempre tive uma alma meio aviadada. Então, gostar de My Fair Lady estava de acordo com meu gosto artístico.

Mesmo não sendo o tema deste post, preciso falar rapidamente sobre o filme, pois o que eu quero mesmo é falar do autor da peça teatral que o inspirou.

My Fair Lady conta a história do encontro de uma florista dos subúrbios de Londres com um professor obcecado pelos “milhares” de sotaques que podem ser ouvidos naquela cidade. A propósito, parece haver alguma obsessão dos britânicos com a multiplicidade de sotaques que existem no Reino Unido (existe até um “sotaque da Rainha”). E esse professor, rico e culto pra danar, aposta com um amigo que conseguirá transformar a florista maltrapilha em uma lady da alta sociedade, apenas mudando o seu sotaque.

A peça teatral “Pygmalion” que inspirou esse filme foi escrita por George Bernard Shaw. Segundo a Wikipédia, Bernard Shaw foi um dramaturgo, romancista, contista, ensaísta, crítico literário e jornalista irlandês. Foi também o autor de comédias satíricas de espírito irreverente e inconformista. A nota cômica é que ele e Bob Dylan são os únicos a terem obtido um Prêmio Nobel de Literatura (1925) e um Oscar.

Além de ter escrito um porrilhão de obras, ensaios e peça teatrais o cara era brilhante na construção de frases bem humoradas e cheias de sarcasmo. E estas frases são o tema deste e dos dois próximos posts. Segura aí:

 

O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo.

Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.

A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos.

Alguns homens veem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não?'

Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma.

O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada.

O segredo para ser infeliz é ter tempo livre para se preocupar se se é feliz ou não.

O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, e por fim acaba sabendo tudo sobre nada.

Nunca resisto às tentações, porque eu descobri que coisas que são ruins para mim não me tentam.

Enquanto tiveres um desejo, terás uma razão para viver. A satisfação é a morte.

Cuidado com o homem que não devolve a bofetada. Ele não a perdoou, nem permitiu que você se perdoasse.

A minha maneira de brincar é dizer a verdade. É a brincadeira mais divertida do mundo.

A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente.

A ansiedade e o medo envenenam o corpo e o espírito.

O ódio é a vingança do covarde.

Quando um homem quer matar um tigre, chama a isso desporto; quando é o tigre que quer matá-lo, chama a isso ferocidade. A distinção entre crime e justiça não é muito grande.

A dança é uma expressão perpendicular de um desejo horizontal.

Nenhuma pergunta é tão difícil de se responder quanto aquela cuja resposta é óbvia.

A razão escraviza todas as mentes que não são suficientemente fortes para a dominarem.

Presume-se que a mulher deve esperar, imóvel, até ser cortejada. Mais ou menos como a aranha espera a mosca.

Há duas tragédias na vida. Uma é a de não obter tudo o que seu coração deseja. A outra é a de obter.

Uma boa esposa é um grande consolo para o homem em todos os contratempos e dificuldades - que ele nunca haveria de ter se tivesse continuado solteiro.

A juventude é uma coisa maravilhosa. Que pena desperdiçá-la em jovens.

sábado, 26 de agosto de 2023

BLOG OSTENTAÇÃO

Sabem para que servem os blogs autorais? Para a ostentação de seus titulares (e até leitores). Verdade! Mas não é a ostentação do tipo que os artistas muito bregas, com seus anéis e correntonas de ouro de 620 quilates gostam de exibir. Na verdade, a maioria dos blogueiros é pé duro e sem grana para comprar aqueles colares que fazem a alegria dos médicos ortopedistas especializados em coluna. A ostentação é de outro tipo. Se tiverem paciência, eu tentarei explicar.

Hoje eu resolvi divagar um pouco sobre a blogosfera e seus blogs imprevisíveis e causadores de perplexidade. Para começo de conversa, eu quero compartilhar com os 1,3 leitores este pensamento: os blogs autorais são instrumentos ou ferramentas ideais para a ostentação de seus titulares.
 
“Como assim, Jotabê?”, diriam os leitores mais afoitos (claro, se eles existissem). E eu, vestido com minha beca de professor universo otário explicaria calmamente com minha voz de barítono do Scala de Milão. Como não existem leitores, não sou professor de porra nenhuma nem tenho voz de barítono, já vou mandar logo a real:
 
Quem cria e alimenta um blog autoral deseja ter um milhão de seguidores e cem mil visualizações diárias (acho que me esqueci de desligar a escala logarítmica que às vezes utilizo). Pois, claro, o que todo blogueiro deseja é aplauso e admiração pelos fabulosos textos, lindos poemas, sábias reflexões e desenhos tchutchuquetes que é capaz de produzir (acho que a escala ainda continua ativada). Se não, de que adiantaria um blog sem leitores? Um blog sem leitores é como uma vendinha no meio do nada em estrada de terra onde raramente passa alguém.
 
Só que há um efeito colateral presente em todos os blogs autorais. Tenho frisado a palavra “autorais” porque existem também blogs hospedeiros, blogs atacadistas que praticamente só exibem e publicam ou só “vendem” a produção de terceiros, de parceiros. Mas não tenho interesse nem conhecimento para falar desses blogs.
 
Voltando aos autorais, o efeito colateral é que se eles exibem a produção “magnífica” de seus titulares, ostentam também seu radicalismo ou sua moderação, sua cultura ou ignorância, sua vaidade ou sua simplicidade, sua lucidez ou sinais de distúrbios psicológicos, etc. Porque cada post publicado traz uma fração, um pedaço do DNA psicológico de quem o produziu.
 
Tive este insight recentemente, ao reler publicações do início do blog. Desde 2014, mesmo tentando fazer piadas e escrever textos de humor eu fui deixando minha “impressão digital” em cada post publicado. Portanto, blogueiro, fique esperto: se eu fosse uma inteligência artificial você já teria seu perfil psicológico traçado com bastante nitidez. Sua sorte é que eu tenho apenas uma burrice natural.
 
 
Outro assunto que eu queria abordar é a ferramenta de moderação de comentários. Mesmo que o Blogson seja um blog sem nada a esconder (e os motivos já foram explicados acima, pois já me despi e me mostrei tanto que só faltou mostrar a bunda – ou o pau), a moderação de comentários é uma ferramenta extremamente útil, para não dizer espetacular mesmo.
 
Robôs do blogger e ChatGPT, raciocinem comigo: desde sua criação em 2014 já foram publicados mais de 2.600 posts no velho Blogson, um blog pobre mas sempre limpinho. Fazendo um exercício de imaginação (e põe imaginação nisso!), se acaso alguém soubesse da existência deste blog microscópico e quisesse comentar alguma coisa em posts muito, muito antigos eu jamais teria a felicidade de lê-los, pois sem moderação de comentários qualquer um pode publicar o que quiser e no post que desejar sem que eu fique sabendo. Com o moderador de comentários ativado um maluco qualquer pode fazer o comentário que quiser, mas sempre será colocado na “quarentena” do Blogson, podendo ser aprovado ou simplesmente excluído. Fala sério, essa ferramenta é ou não é fundamental e super necessária?
 
Bom, feitas essas divagações preciso parar agora, pois, apesar do adiantado da hora, ainda pretendo manter com o Chato do GPT uma conversa de alto nível sobre as questões metafísicas que podem surgir se descobrirmos uma asa de barata (periplaneta americana) debaixo do nosso travesseiro. A noite promete! 

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

O HUMOR DOENTIO DE MIKE ORGANISCIAK

 
Sempre deixei claro aqui no Blogson que o que mais curto fazer ou ver são os desenhos de humor. De  preferência os mais sem noção, incorretos ou doentios. Pois bem, graças ao Facebook descobri um desenhista engraçadíssimo, com desenhos (tosquíssimos) pra lá de doentios. Segundo um texto em inglês que encontrei na internet, "Mike Organisciak é um artista autodidata que ganhou popularidade por sua série de quadrinhos de bonecos que desenhava todos os dias durante 100 dias consecutivos".
 
Alguns desses desenhos me fizeram rir tanto que não resisti à tentação de compartilhá-los com os 1,3 leitores do Blogson. Olhaí.





 



Esses desenhos e o texto traduzido foram extraídos deste site:
 
https://worldtravelling.com/unexpected-endings-50-brutal-comics-for-people-with-a-dark-sense-of-humor/










segunda-feira, 21 de agosto de 2023

STORMY MONDAY

 
Este é um post de frases soltas, desconexas, talvez influenciado pela situação da minha mente, submetida a todo tipo de stress, falta de sono e cansaço. Eu sei que momentos assim são ideais para tomar decisões idiotas ou equivocadas, mas minha vida está cheia de decisões idiotas e equivocadas.
 
Com a decisão de acabar com o velho Blogson um antigo leitor sabiamente comentou que eu deveria pensar melhor sobre isso, pois sua experiência indicava que quando se resolve acabar com um blog as pessoas que o acessam geralmente não voltam a acessá-lo quando o arrependimento promove sua ressurreição. Sabias palavras, pois hoje eu sinto estar falando com as paredes.
 
E justamente por estar falando muito com as paredes é que resolvi acabar com o blog “reserva” Falando com as Paredes. Para que dois, afinal, ou melhor, para que duas paredes? Por isso impelido pelo espírito de faxinar alguma coisa foi que resolvi acabar com o blog reserva. Agora não tem coré coré, merda por merda fica só o velho Blogson.
 
 
Desde a primeira vez em que ouvi um blues eu soube que esse seria um dos meus estilos musicais favoritos, pois ele sempre combinou com meus estados de espírito. Como hoje, por exemplo. Hoje é segunda-feira, uma segunda-feira tempestuosa. E os versos iniciais de “Stormy Monday” têm tudo a ver com o que venho sentindo desde junho. Fiz uma rápida adaptação da tradução (ruim) da letra e ficou assim:
 
Dizem que segunda-feira é um dia tempestuoso. Sim, mas terça-feira é tão ruim quanto. Quarta-feira é ainda pior; triste, terrível quinta-feira.
A águia voa na sexta-feira, mas sábado eu saio para me divertir. Domingo eu vou à igreja onde eu ajoelho e rezo. E eu digo: "Senhor, tem piedade, Senhor tem misericórdia de mim. Estou apenas tentando não perder o meu Amor, então, por favor, faça-a voltar a ficar como sempre foi.
 
Eu sei que usei de muita liberdade poética, mas é assim que tenho me sentido – arrasado, desanimado, triste, muito triste e preocupado.
 
 
Para terminar esse desarranjo mental, um pouco de música boa. Stormy Monday, obviamente.


domingo, 20 de agosto de 2023

UMA INTELIGÊNCIA SEM NEUROSE

Imaginando fechar o "Mens Salada Paprocki" com "Chat de ouro" (fala sério, esse trocadilho ficou bem legal!), resolvi pedir à sempre solícita IA um texto sobre as neuroses e demais problemas mentais que existem. Para isso dei ao ChatGPT o seguinte tema:
 
"Acredito que o maior e mais perverso efeito colateral da espécie humana ter um cérebro que permitiu o desenvolvimento da fala e de raciocínios abstratos e complexos foi o surgimento de neuroses, psicoses, esquizofrenia e todo tipo de patologias psiquiátricas. Animais como o leão ou as vacas aparentemente não têm esses problemas. Queria que fizesse um texto de cinco parágrafos sobre isso".
 
E essa "paulocoelhada entidade" entregou isto:
 
Título: O preço da complexidade cerebral: Um olhar sobre as patologias psiquiátricas na espécie humana

Introdução:
A evolução do cérebro humano, permitindo a fala, raciocínio abstrato e pensamentos complexos, foi um marco na história da nossa espécie. Essas capacidades singulares possibilitaram a criação de sociedades avançadas e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. No entanto, esse progresso também teve um preço, e um dos efeitos colaterais mais perversos tem sido o surgimento de várias patologias psiquiátricas, como neuroses, psicoses e esquizofrenia. Enquanto outras espécies animais parecem estar isentas desses transtornos, a complexidade da mente humana pode ter contribuído para o surgimento dessas condições. Neste texto, exploraremos essa relação e os possíveis motivos por trás dessa situação.
 
Parágrafo 1: A evolução do cérebro humano e suas consequências
A evolução do cérebro humano permitiu o desenvolvimento de capacidades mentais únicas. A linguagem e o raciocínio abstrato possibilitaram a comunicação complexa e a transmissão de informações entre gerações. Essas habilidades também levaram ao desenvolvimento de uma rica cultura, permitindo aos humanos aprender com o passado e planejar para o futuro. No entanto, a complexidade mental também tornou a mente humana suscetível a desequilíbrios e distúrbios psiquiátricos, algo que parece estar ausente em outros animais.
 
Parágrafo 2: A busca por equilíbrio e bem-estar mental
A complexidade do cérebro humano muitas vezes resulta em um equilíbrio delicado para o bem-estar mental. Enquanto outras espécies parecem estar mais alinhadas com seu ambiente e suas necessidades básicas, os seres humanos enfrentam uma ampla gama de desafios emocionais e psicológicos. A consciência de si mesmo, da mortalidade e a necessidade de fazer escolhas significativas podem levar a ansiedade e estresse constantes. Essas questões, somadas a experiências traumáticas ou genética predisponente, podem ser gatilhos para o surgimento de patologias psiquiátricas.
 
Parágrafo 3: A importância da cultura e do ambiente
Além da complexidade cerebral, fatores culturais e ambientais também desempenham um papel na manifestação de patologias psiquiátricas na espécie humana. A pressão social, o estigma em relação à saúde mental e a falta de apoio podem exacerbar os sintomas e dificultar o acesso ao tratamento adequado. A estrutura da sociedade moderna, com suas demandas e pressões constantes, também pode contribuir para o aumento da incidência de distúrbios psiquiátricos.
 
Parágrafo 4: O espectro da complexidade mental
Enquanto alguns distúrbios psiquiátricos podem ser considerados efeitos colaterais indesejados da complexidade mental humana, é importante notar que essa mesma complexidade também é responsável por capacidades notáveis, como criatividade, empatia e resolução de problemas. A mente humana é um espectro, e a mesma complexidade que pode levar a patologias psiquiátricas também é a fonte de habilidades extraordinárias.
 
Parágrafo 5: Em busca de uma abordagem holística
Ao refletir sobre o surgimento de neuroses, psicoses, esquizofrenia e outras patologias psiquiátricas na espécie humana, é essencial adotar uma abordagem holística. Compreender os fatores biológicos, ambientais e culturais que influenciam esses distúrbios é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento. A destigmatização da saúde mental, o acesso à assistência adequada e o suporte emocional são passos importantes para melhorar o bem-estar mental da humanidade e enfrentar os desafios associados à complexidade cerebral.
 

E EU AQUI, DE MADRUGADA...

 

Como já foi dito, a série “Mens Salada Paprocki” foi imaginada para reunir e englobar postagens relacionadas a meu contato com a psicanálise e meu interesse pela psicologia em geral. Ao longo da existência do Blogson fui escrevendo textos sérios, piadas e até poesia sobre assuntos relacionados às falhas da mente, apagões, burnout, neuroses, psicoses, esquizofrenia e outros, tudo reunido e publicado no período de um mês (“Mens Salada”).

Entretanto, por não ter resistido à tentação de criar novos posts enquanto migrava para os dias atuais e republicava os textos da série, acabei "conpurscando", tirando a “pureza temática” imaginada. 

Por isso, resolvi deixar identificadas as postagens que a compõem (e eu aqui, de madrugada, imaginando que alguém se interessará por isso... Sou mesmo um idiota!). Olhaí as postagens na ordem de sua publicação: 

Homenagem - Fábio Leite Rocha

Você é um tasmaníaco?

A hora de cinquenta minutos

Floyd exprica

Black dog

No divã do terapeuta

A vida não cabe

Quem me vê assim sorrindo

Eu, eu mesmo e a depressão - Marcos Tadeu

Loucura, loucura!

Possuído pelo medo - versão do diretor (revista e ampliada)

Como identificar um sociopata: 10 principais sinais do transtorno - Thamyris Fernandes

Amizade sincera

Da turma do Alex

O medo em seus domínios

Escarafunchando o passado

Uma inteligência sem neurose

sábado, 19 de agosto de 2023

CUIDADO!


Recebi via zap este texto de um amigo e achei que deveria aproveitá-lo no Blogson, pois é o sonho de um mundo melhor, mais culto, menos violento. Mesmo que seja apenas um sonho. Como disse o John Lennon, "Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único”. Olhaí.
 
 
Cuidado, é um perigo sair de casa e se deparar com alguém lendo Guimarães Rosa!
 
De repente, ao sair com seu companheiro ou companheira, ser surpreendido por alguém lendo Machado de Assis em um café ou lanchonete. E no piquenique, seu filho brincando, ver subitamente alguém lendo Cecília Meireles.
 
E nas páginas policiais de um jornal, todos os dias, ler um escrito de Jorge Amado, Vinícius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade.
 
Quem entra numa biblioteca não tem apreço pela ignorância. Está premeditando praticar um atentado contra o desconhecimento, uma emboscada à desinformação.
 
Fico imaginando um mundo com as facções disputando em rodas de leitura quem vai espalhar obras do Arcadismo, do Romantismo, do Realismo e do Parnasianismo.
 
Fico pensando qual será minha reação se, andando despreocupadamente pela rua, alguém armado com um livro, disser: -"Parado aí, isso é um poema!" E me atingir com rimas de Cora Coralina.
 
E se no cruzamento, com o sinal fechado, alguém bater no vidro e, de livro em punho, anunciar um trecho de João Cabral de Melo Neto.
 
Já pensaram se em vez de violência contra a mulher os homens passarem a praticar a leitura com as mulheres? Ou num ato mais tresloucado ainda, dedicar-lhes poesias?
 
Poesias são melhores do que rosas e flores, pois podem ter todos os cheiros, todas as cores e podem ser despetaladas como flores: "Bem me quer, mal me quer" e não murcham nunca.
 
Se todo cidadão tiver a autorização para portar um livro, inclusive fora de casa, ele estará seguro contra a idiotice, a burrice e a incompetência.
 
 


sexta-feira, 18 de agosto de 2023

ESCARAFUNCHANDO O PASSADO

Este é o penúltimo post da série "Mens Salada Paprocki", uma maluquice que me ocorreu quando resolvi migrar para os dias atuais posts relacionados ou inspirados no período em que fiz terapia e que haviam sido publicados desde o início do blog. Muito do que eu poderia dizer aqui sobre as sessões de terapia psicanalítica a que me submeti já foi falado em vários posts que publiquei. "Deitado no divã", por exemplo, é um deles. Mesmo assim, tentarei registrar algumas lembranças ainda não escritas. E tudo começou no carnaval de 1972, se não me engano.
 
Eu tinha 21 anos, estudava engenharia e namorava a menina mais linda que eu já vi, uma beleza digna de participar das renomadas e internacionais agências de modelos Ford e Elite. Alguém poderia desejar algo melhor? Pois bem, não soube explicar na época o que aconteceu e até hoje tenho algumas dúvidas. Só sei que de repente comecei a sentir uma angústia gigantesca, tão grande que comecei a sentir fortíssimas dores na nuca. Para tentar não sentir essas dores físicas tão inesperadas comecei a dormir durante o dia, coisa inimaginável para alguém que tinha o sono mais tranquilo e contínuo, sono noturno de oito horas sem interrupção.
 
Não me lembro se me queixei disso com meu irmão e mentor ou se ele percebeu. Só sei que alguns dias depois do surgimento daquele sofrimento que não acabava, convidou-me a tomar uma sauna (sauna mesmo, hetero). E foi lá que conheci um professor da escola de engenharia. Depois de escutar pacientemente meu relato, sugeriu que eu buscasse auxílio na terapia. Disse também para dirigir-me à Fundação Mendes Pimentel, braço assistencial da UFMG.
 
Convencido por meu irmão, fui procurar ajuda nessa fundação. Fui atendido por uma assistente social que falou da existência de vários profissionais conveniados, uma vantagem pela redução substancial do custo do tratamento. E discorreu sobre os vários métodos ou processos terapêuticos disponíveis. Perguntei o prazo provável de cura de cada um e, duvidando de uma solução rápida para meu desconhecido problema, escolhi psicanálise, por ser um tratamento mais longo, que vai lá na infância do paciente, etc.
 
Feita a escolha e de posse da autorização para fazer o tratamento, bati na porta do psicanalista e psiquiatra Jorge Paprocki. Aguardei alguns minutos na recepção até uma porta abrir-se e surgir na minha frente um senhor já idoso, rosto tranquilo, voz mansa, que me pediu para entrar em sua sala. Apresentou-se, deve ter falado alguma e colocou sobre a mesa uns cartões de imagens borradas, pedindo-me para dizer o que enxergava neles. Era o teste de Rorschach.
 
Dito o que eu havia visto naquelas manchas borradas, explicou-me como seria a terapia. Começaria com uma sessão individual por semana, durante uns três meses, passando depois para terapia de grupo.
 
Para não cansar muito meus 1,3 leitores, sugiro que (re)leiam o post "A vida não cabe". Está tudo lá, bem detalhadinho.
 
Naquela época eu estava envolvido em muitas atividades - até mesmo frequentar as aulas da faculdade, pois estudava inglês, tinha ganhado uma bolsa para estudar programação de computador, vendia fundos de investimento na época em que "até engraxates estavam investindo na Bolsa de Valores", namorava o tempo que podia e... (faltou alguma coisa!). Ah, sim, tentava assistir às aulas do curso de engenharia.
 
E foi graças às vendas do fundo de investimento (vendas alavancadas por minha tia, que me ajudou a vender para seus colegas) que consegui bancar os três meses de terapia individual deitadão no divã. Chegando perto do fim do terceiro mês já fui avisando ao Paprocki que a grana estava acabando e que não teria como continuar bancando o custo da terapia. Aí ele disse-me que já estava mesmo pensando em me colocar em um dos grupos que atendia. Marcou o dia e o horário e lá fui eu.
 
Quando entrei na sala iluminada já encontrei umas quatro ou cinco pessoas a quem cumprimentei meio ressabiado. Depois de ser apresentado ao grupo pelo Paprocki comecei a tentar falar alguma coisa e tomei a primeira porrada:
- Você nem bem chegou e já quer monopolizar o terapeuta só para você?
 
Enquanto via o risinho cínico na boca do Paprocki, tentei reagir à altura da agressividade, mas ainda não tinha o hábito de falar "Foda-se". E a sessão continuou meio aos trancos e barrancos, cada um querendo falar de seus problemas, etc.
 
O Paprocki era um cara visivelmente sofisticado e vaidoso, destoante daquele grupo de mal acabados a quem analisava. Um dia, ao abrir a porta do consultório, vi que estava vestindo uma espécie de terno azul escuro, mas sem gola e fechado até o pescoço. Disse a ele que estava muito elegante. Deu um risinho cínico (sua especialidade) e disse que era roupa de operário chinês (da época do Mao Tse Tung). Devo ter  dito qualquer coisa idiota e ele completou que era sim, roupa de operário chinês, mas realmente "made in China" e riu, o filho da puta.
 
O grupo foi sofrendo modificações ao longo do tempo em que fiz terapia. Uns dois receberam alta e alguns foram trocados de grupo. Segundo o terapeuta, para que o ambiente não se tornasse um encontro de comadres ou amigos de mesa de bar. Para funcionar bem o grupo precisava ter tensão, conflito, pois só assim os problemas de cada um poderiam ser exibidos e trabalhados por quem os apresentava.
 
Sem entender muito bem o que a dor na nuca tinha ver com isso, descobri que meu ranço era com minha mãe. Segundo o Paprocki, eu era filho de uma "mãe castradora" (apesar de todo o carinho que recebia dela. Mas ela era mesmo uma chantagista emocional, como descobri depois). Havia um sujeito que comentou ter um dia se candidatado a um emprego e pediram que ele fizesse um teste de datilografia. "Claro, OK!", mas ao sentar-se à frente da máquina os braços ficaram paralisados, como se estivessem engessados e não conseguiu bater em nenhuma tecla sequer. Uma mulher era casada, feliz com o casamento, mas queria transar melhor com o marido, com menos inibição. Um outro tinha obsessão por sexo e coisas assim. Só um chamou mais minha atenção.
 
Esse sujeito era estranho, usava óculos com lentes tipo fundo garrafa, o cabelo parecia estar sempre oleoso, tinha uma aparência desagradável e era gay, uma surpresa para mim, pois acreditava que todo gay era afeminado. Era o mais agressivo de todos e aparentava receber uma atenção especial do terapeuta. Um dia chegou muito alterado, praticamente monopolizou a conversa e disse que iria sair mais cedo pois pretendia se matar.
 
Ficamos todos surpresos com aquela declaração e mais ainda com a expressão preocupadíssima do Paprocki. Tentando acalmá-lo disse que tinha lido tudo o que o maluco tinha escrito e que precisava conversar sobre isso, talvez ler mais coisas. Mesmo assim o cara saiu, não sem antes ouvir que era para ligar para o terapeuta quando quisesse (só ele tinha o número do telefone particular do Paprocki), mas que definitivamente não fizesse o que estava ameaçando fazer.
 
Depois que o maluco saiu, o Paprocki ainda ficou em silêncio por alguns minutos, o cenho carregado, e nós lá, sem entender o que havia acontecido. Ele então explicou, dizendo que todos nós éramos neuróticos, cada um com sua neurose em maior ou menor grau, mas que o maluco era psicótico, daí nossa dificuldade para entender o que havia acontecido. Na sessão seguinte lá estava o maluco, como se nada tivesse acontecido.
 
Quando estava no quinto ano, começou a ficar difícil ir às sessões de terapia, pois trabalhava em um município da Grande BH e tinha assumido um cargo de responsabilidade que me tomava muito tempo. Para complicar, o Paprocki resolveu mudar seu consultório para o casão bacanaço onde morava, distante do centro e da rodoviária onde eu descia vindo da obra. Além disso eu já estava noivo e não queria dar motivo para ser demitido, pois, durante todo o tempo em que fiz terapia, nunca contei a ninguém o porque das minhas escapadas semanais no meio da tarde. E aí comecei a faltar, a faltar cada vez mais até sumir definitivamente. Constrange-me dizer que não paguei o último mês, pois parei definitivamente de ir antes do fechamento do período.
 
Hoje, refletindo sobre tudo o que vivi, sei que foi bom e teve alguns resultados positivos, mas para ter alta real do tratamento provavelmente faria terapia por pelo menos mais uns cinco a dez anos. Por isso, talvez devesse ter optado por uma terapia breve, de outra linha, em vez de ficar escarafunchando o passado. E, quem sabe?, talvez nem tivesse criado o Blogson Crusoe.

 


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