sexta-feira, 11 de agosto de 2023

ESCUTANDO O SILÊNCIO

 
Algumas pessoas se orgulham ou afirmam “pensar fora da caixa”. Cara, eu nem quero saber se existe uma caixa! O que eu quero é liberdade de pensamento, sem me prender a dogmas, ideologias, regras ou decretos. Como disse o George Bernard Shaw (ele era bom de frases!), Alguns homens veem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não?”
 
Acho que esta é a receita. Por isso, estou pouco me lixando para os anjos e assombrações da Esquerda e Direita. Fui educado para ser bem mandado, fiel e obediente, um cidadão do bem. Com essa educação reconheço e obedeço às leis existentes e as normas mais rígidas. Dura Lex Sed Lex, como dizia um vizinho. Mas, para ser sincero, desprezo e abomino bandeiras, limites e fronteiras.
 
Nasci no Brasil, mais precisamente na capital de Minas Gerais e moro no bairro mais boêmio da cidade. Paradoxalmente não bebo uma gota sequer de álcool nem esquento a bunda nas cadeiras das dezenas de bares, restaurantes e muquifos existentes no lugar. Então, soa estranho pensar em regras, modelos, modismos e valores cultuados e defendidos por esta ou aquela tribo, partido ou ideologia.
 
Para ser sincero, a única fronteira que eu respeito e que faz sentido para mim é a estabelecida pela camada de ozônio que protege a Terra. E por ser assim, não ter mais filhos em idade escolar e nem ser da área de Educação, achei o máximo um texto recebido pelo zap (parece não ser integral) de Rubem Alves (quem é ou foi Rubem Alves? Não faço a mínima ideia!). Olha que legal:
 
O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: "Se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção.

P.S. Como sou mesmo um ignorante juramentado, achei que o Rubem Alves era o incensado e odiado Paulo Freire. Como estou pouco me lixando para esse papo de educação, continuo a perguntar: quem é Rubem Alves?
 

 

8 comentários:

  1. Direto do túnel do tempo, de 2010:
    https://amarretadoazarao.blogspot.com/2010/04/vade-retro-rubem-alves.html?m=1

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    1. Comentei no próprio post. Mas, fala sério, o texto do silêncio é bonitinho.

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    2. A propósito acho que você é único leitor atual do Blogson. Mas tudo bem, seguirei, seguiremos (eu e minha dupla personalidade) claudicando até onde der. Depois de ter migrado para os tempos atuais os posts abordando minhas releituras das neuroses e outros bichos comecei a escrever outros textos que a ânsia de ver a reação do(s) leitor(es) fez com que os intercalasse com os posts antigos. Mas a "Mens Salada Paprocki" acaba em 20/08. Aí, só Deus sabe o que vai rolar. Obrigado por continuar acessando este blog. Abraços.

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  2. O comentário não apareceu não. Olhei inclusive no spam.

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    1. Vou tentar reproduzir o que escrevi. Quando eu li que você olhou para os lados para verificar se ninguém estava te olhando eu imaginei que pegaria os dói livros para ler escondido, mas um milionésimo de segundo depois vi que você os empurrou até caírem da estante, “ficando entalados entre a estante e a parede”. Aí eu ri pra caramba imaginando seu olhar desconfiado, cabreiro.

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    2. Eu, ler um livro inteiro do Rubem Alves? Tá doido é? Se fosse hoje, tal ato anônimo de protesto não teria sido possível. Tal biblioteca foi toda modernizada, repaginada, informatizada, tem área gourmet, cafés, salas interativas e, provavelmente, toda cheia de câmeras.
      Depois dessa violação às origens da boa leitura, até, às vezes, passo em frente a ela, mas nunca mais entrei. Era um biblioteca, e virou um shopping, um park games. E olha que eu tinha ficha lá desde 1982, quando eu tinha 15 anos.
      Uma pena.

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    3. Engraçado, nunca preguei livro em biblioteca, pois eu era bastecido pela minha tia que comprava coleções de livros e autores famosos (acho que era para enfeitar seu quarto, dar um toque intelectual. Aí eu passava a régua. Mas muitos livros eu não tive maturidade para encarar. Tinha uma coleção de 40 clássicos da literatura mundial que só tinha mega clássicos (James Joyce, Dante Alighieri, Stendhal, Cervantes, Camões, Dickens, Boccaccio e por aí). Li vários, mas a maioria eu tentei ler, mas engasguei nos meus 15, 16 anos. Em compensação, tracei as obras completas de Alexandre Dumas, uma porrada de literatura brasileira e autores modernos tipo James Michener (outra coleção porreta). O tempo passa, o tempo voa...

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    4. Complementando, tudo em capa dura, e precisava ser de coleção (questão de decoração, entende?)

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Por ser material de ótima qualidade, várias coletâneas de frases espirituosas e inteligentérrimas de gente como o Barão de Itararé, Bernard ...